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A expansão dos serviços públicos gratuitos pode ser uma grande saída, num momento de recessão generalizada e desemprego. Mas para tanto, é preciso vencer preconceitos e demonstrar que a economia não-mercantil não depende da produção de mercadorias. Neste debate teórico, enfrentaremos os liberais e... os marxistas ortodoxos
Mercados internacionais de crédito entraram em colapso e há risco real de uma corrida devastadora aos bancos. Por que o pacote de 700 bilhões de dólares, nos EUA, chegou tarde e é inadequado. Quais as causas da crise, e sua relação com o capitalismo financeirizado e as desigualdades. Há alternativas?
Eleito por seu compromisso com mudanças, o novo presidente paraguaio precisa colocar o Estado a serviço das maiorias — o que inclui reforma agrária e tributária. Mas enfrentará enorme resistência das elites e sua base parlamentar é dividida e frágil. Saberá mobilizar a sociedade, para romper impasses?
O novo mote dos conservadores brasileiros é instigar o Judiciário contra as políticas sociais, como se fossem "eleitoreiras". O importante debate teórico em torno do tema não pode ocultar que, hoje, é a potência dos novos sujeitos políticos (multidão) que produz os valores, direitos e afetos
Desde 1819, os EUA desejam Cuba. Tal obsessão permanente não autoriza grandes ilusões de mudanças nas relações entre os dois países. Para Washington, a ilha lhes pertence. E esta não tem como abrir mão do poder que acumulou, a partir de sua posição defensiva e resistência vitoriosa
Afastamento do "comandante" abrirá, sem dúvidas, debate sobre futuro da revolução. A novidade é que as grandes mudanças no cenário internacional amenizaram a polarização de há alguns anos. E surgiu, alimentada pelo giro à esquerda da América Latina, uma instigante alternativa
Uma das pensadoras que iniciaram a denúncia do neoliberalismo, nos anos 90, sugere alternativa contra o aquecimento global. Para ela, só sociedade civil pode evitar a catástrofe ecológica — mas é preciso envolver governos e até empresas, num projeto que recupera idéias do keynesianismo
Um cineclube ligado à universidade desperta a fúria das distribuidoras de audiovisual ao exibir, sem fins de lucro, filmes baixados por internet. Disputa revela como é necessário superar, em defesa do público e dos artistas, os limites estreitos da "propriedade intelectual"
O saneamento da economia e a falência dos partidos políticos tradicionais configuram um horizonte promissor para o processo argentino. Mas a nova presidenta chega ao poder com uma base de sustentação frágil. Conseguirá cumprir sua promessa de reconstruir o Estado e instaurar um novo modelo econômico-social?
Há um motivo para que a mídia tenha transformado em ícone a foto na qual o rei de Espanha pede a Chávez que se cale. Ela expressa o desconcerto das elites com um continente mestiço, onde está está cada vez mais difícil dizer às maiorias que reconheçam “o seu lugar”
Num país marcado pela debacle do sistema político tradicional, uma Assembléia Constituinte promete “refundar a República”. Apoiado por movimentos cidadãos, o presidente Rafael Correa sonha com um modelo em ruptura com o neoliberalismo — e enfrenta oposição da mídia e da oligarquia
No Equador, uma rede de produção e comércio solidário reúne 26 mil pessoas, tem gestão baseada em assembléias e conquista consumidores em muitos países. Experiência revela: é possível ser viável oferecendo, ao invés das "vantagens" mercantis, respeito aos direitos sociais e à natureza
No sul da Espanha, uma companhia que não visa lucro, pratica o comércio justo e paga salários iguais a todos os sócios e funcionários atua há vinte anos — e está em perfeita saúde econômica
Acaba de se realizar no Uruguai a VI Feira Nacional da Economia Solidária. Evento irrelevante e experiências micro? Respondo: micro-revolucionário, mas mega-transformador. Gosto dos heróis invisíveis
A articulação entre os países da América Latina constrói e personaliza, em Chávez, a reinvenção da esquerda. Alvo de difamações, suas ações tornam-se referência de alternativa ao neoliberalismo para uns e sinônimo de autoritarismo para outros
A ordem social moderna comporta não uma, mas duas forças sociais dominantes: ao mundo dos “capitalistas” articula-se o dos gestores privados e públicos. É a essas duas forças que deve se opor o conjunto das “classes fundamentais populares”
Mantidas em sigilo por décadas, estão disponíveis as Notas em que ele aponta as desigualdades do socialismo real, ironiza os "calhamaços soviéticos" que "não deixam pensar" e começa a compreender a necessidade de democratizar o poder revolucionário
Espalham-se pelo planeta empreendimentos que organizam produção, comércio e finanças segundo valores e lógicas de solidariedade. Carola Rentjes, uma das referências internacionais desse universo, inaugura, no Le Monde Diplomatique Brasil, uma coluna sobre ele
Em resposta ao artigo “Ambigüidades do comércio equitativo”, de Christian Jacquiau (Le Monde Diplomatique, setembro de 2007), Jean-Pierre Doussin, presidente da Max Havelaar França, enviou a seguinte resposta
Por toda parte, vozes se levantam exigindo tratamento humano para os pequenos agricultores e preservação do meio ambiente. Os “alterconsumidores” já representam de 15% a 25% da população. Mas há muito embuste disfarçado sob rótulos alternativos
A era Fidel está se esgotando. O projeto natural para a transição é combinar controle político nas mãos do PC com reformas capitalistas, ao estilo chinês. Mas há uma alternativa, que se apóia nos ricos processos de mobilização social da América Latina
Em meio à crise do FMI e do Banco Mundial, países latino-americanos preparam-se para lançar o Banco do Sul. Seu caráter ainda não está definido, mas algumas propostas farão dele, se aprovadas, uma instituição revolucionária
Formado há um ano, e originário de uma articulação entre a esquerda radical e alguns movimentos sociais, o Quebec Solidário assume certas reivindicações do altermundialismo — e já não subordina a questão social à conquista da soberania em relação ao Canadá
Nossa contribuição ao 7º Fórum Social Mundial, que começa em 20 de janeiro, desta vez na África: num ensaio inédito, Gilberto Gil debate o papel da diversidade cultural, no esforço para repensar a emancipação social
Resgate de uma utopia viável: em 1942, Keynes propunha, em detalhes, um sistema de comércio internacional voltado para o pleno emprego e os direitos sociais. Por que a proposta jamais foi adotada; como foi substituída pela OMC; que estratégias poderiam ressuscitá-la
Ao longo dos últimos anos, dirigentes da União Européia têm procurado difundir a impressão de que são favoráveis a regras mais justas para o comércio internacional. Infelizmente, isso não passa de miragem
Emergência do movimento indígena, uma sucessão de presidentes derrubados, crise do neoliberalismo na América Latina. Graças a tudo isso, um economista de classe média e idéias não-convencionais é o novo presidente do Equador
Movidas pelo amor à literatura e empenhadas em oferecer diversidade, as editoras não-comerciais têm prosperado. Mas não dever haver ilusões: para que esta aventura prossiga, é preciso salvá-las do mundo das selvas e dos predadores
Numa conferência durante o II Fórum Cultural Mundial, Gilberto Gil provoca: o tempo do Iluminismo e da crença no “progresso” passou. Mas a idéia de emancipação está viva: a igualdade social ressurge porque todas as identidades são válidas, e nenhuma é superior às demais
Ninguém mais pode continuar acreditando na fábula da “impotência pública” diante da globalização neoliberal. O movimento está em busca da construção de uma alternativa, identificando os locais de poder e atuando em todos os níveis
O Estado-Nação não está morto — e a maior prova são os EUA, que continuam moldando a globalização segundo seus interesses. Para enfrentar a hegemonia norte-americana, a saída é propor, como alternativa ao livre comércio, a ampliação dos direitos sociais
A globalização não é um fenômeno pré-determinado, e não implica em nenhuma fatalidade. Ao invés de ser dirigida pelos mercados, ela poderia abrir caminho para formas de democracia planetária que resgatem, através de soluções inéditas, a arte da associação