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Uma iniciativa


» No Capitalismo Indigno, raiz da extrema-direita

» Seres e lugares no cinema brasileiro

» Quem rotula quem, no mundo da alimentação-mercadoria?

» Orçamento-2025: onde está o “rombo”?

» MST, 40: muito além das ocupações

» IA: a urgência das Infraestruturas Públicas Digitais

» Como Florestan depenou o mito da democracia racial

» Dowbor expõe os novos aspectos do rentismo

» A greve das universidades e os ecos de 2013

» MST, 40: o que mudou na luta pela terra

Rede Social


Edição francesa


» L'essor de l'extrême droite portugaise

» Le glacis, une obsession russe

» En Israël, les dirigeants laïques enrôlent la religion

» Les déshumanisateurs

» Domination coloniale, mode d'emploi

» Inde, l'envers d'une puissance

» Narendra Modi, une autre idée de la démocratie

» Colère paysanne, acte deux

» Puisque l'Inde n'est pas la Chine

» Carlos Tavares, l'automobile à l'ère de Darwin


Edição em inglês


» German police suppresses Palestine Congress

» April: the longer view

» India: democracy in name only?

» In rural France, the far right is prospering

» China: the invention of the roadmap to global power

» It's so very nice to be nice

» The lucrative world of international arbitration

» USA: guns are a way of life

» Russia: the lessons of history

» Macron's poodles are the new dogs of war


Edição portuguesa


» Festa 25 anos + Conferência-Debate com Benoît Bréville

» A história como arma de guerra

» O choque da extrema-direita nos 50 anos da revolução

» 25 anos, 25 artistas

» Extrema-direita: o que tem o Algarve que é diferente dos outros?

» Vem Abril

» Abril x 50: uma democracia consensual?

» A Constituição de Abril de 1976: elo perdido da transição energética?

» aranzel das raspadinhas

» Zona de protecção, uma obsessão russa


O estuprador e o algoz

Tão assustadora quanto o abuso sexual cometido contra uma garota de nove anos, por seu padrasto, é a posição da igreja católica, ao transferir à vítima a culpa pelo “pecado” do aborto. O irracionalismo religioso, que enxergamos nas "teocracias " do Oriente Médio, está bem perto de nós

Cláudio César Dutra de Souza, Sílvia Ferabolli

Deusas do cotidiano

Donas da insustentável leveza do ser, as infantes guerreiras enfrentam a lei da gravidade. Permanecem de pé ante aos dragões comedores de sonhos que escondem na gravidade da lei. Das trincheiras do ninho enfrentam moinhos de mós afiadas para protegerem a pança dos pequeninos

Sérgio Vaz

Plano de duas feministas

E a gente enfia pra dentro do armário, querendo fazer com que liberação não seja putaria. O serviço de dar prazer, é parte da nossa constituição – não pode ter nada de errado em vender esse serviço, é um serviço e um serviço político, de re-erotizar o que ficou inanimado, abandonado, desprezado pela matriz sexual...

Fabiane Borges, Hilan Bensusan

Marchinhas para um carnaval francês

Quem é de fato um bom parrisiense
Já pertence
A toda essa geleirra
Porrém quem veio de um país que é quente
Não fica, não, contente

Daniel Cariello

Europa brasileira 4

Quando a imprensa começou a noticiar, as autoridades disseram que era coisinha de nada, comidas que já tinham chegado vencidas há 105 dias. Uma ova que era! Era a comida que foi negada a tantos Joões e tantas crianças, brancas e pretas

Urda Alice Klueger

Os economistas e a crise

Ninguém sabe o destino dos recursos do pacote sancionado por Obama. Embora certas convergências levem a uma “vitória keynesiana”, tal resposta não atende o ponto de vista econômico. Uma coisa é possivel dizer: a reação emergencial é a versão invertida do “there is no alternative” dos 80.

José Luís Fiori

E por falar em saudade

Para alguns, o brasileiro é demasiado saudosista. Não é culpa nossa se a língua portuguesa - ou brasileira, como a chamam na França - é a única a possuir a palavra "saudade". Não é como o "tu me manques", que fala de sentir falta. É saudade. Fácil de entender e difícil de explicar.

Daniel Cariello

Palavra 56

A entrevista que não acaba
Fábio Fernandes escreve sobre Conversas com Woody Allen, compêndio do jornalista Eric Lax sobre o famoso cineasta norte-americano.
Aqui

Cinema e literatura
Mauro Rosso analisa as relações entre cinema e literatura: como se dá o diálogo entre essas duas linguagens?
Aqui

Piores Versos
Num texto bem-humorado, Marco Polli revisita alguns dos piores versos da música brasileira.
Aqui

É tudo mentira
Renata Miloni reflete sobre literatura e vida: afinal, é tudo mentira?
Aqui

Rodrigo Gurgel

A grande oportunidade de Obama

O estado desastroso da economia oferece ao presidente uma chance de ir além da recuperação – abrindo caminho para uma sociedade mais igualitária e uma nova hegemonia das idéias progressistas. Mas para tanto é preciso ter coragem, projetos e estratégia

Robert Kuttner

Ouvir o silencio

Para os ouvintes, os sons de antemão já tem um sentido, os movimentos tem linhas esperadas, as palavras se fecham. Tudo se repete. Na surdez, som, palavra e objeto, esperam ser desvendados. Talvez, com o silêncio, o corpo desperte e perceba que é capaz de falar

Sindia Santos

Carta Capital e o país de Pinocchio

Os artigos de Mino Carta e Walter Maierovitch, contra o refúgio a Cesare Battisti, ferem a tradição da revista que os publica. Como textos jornalísticos, são desinformados e omissos. Politicamente, sugerem que todos podem rever suas posições – exceto os revolucionários italianos dos anos 1970

Giuseppe Cocco

A visão sagrada de Israel

Quando o sagrado torna-se profano. Onde a guerra é travada pela paz. Os judeus consideram-se um só povo e uma só religião que nasce da revelação divina direta. O povo escolhido macula as próprias leis bíblicas numa disputa desigual pela conquista da Terra Santa

José Luís Fiori

Sobre Gaza, sobre Israel, sobre nós

O direito dos Estados está acima do direito dos povos. Entre Israel e Palestina, um lobby israelense em Washington. Está feita a declaração: aos que querem a terra, ela lhe será dada, uma cova rasa, mais exatamente. Mas não se iludam: Somos todos Palestinos!

Cláudio César Dutra de Souza, Sílvia Ferabolli

O encontro marcado

Nunca reparei se havia realmente um KFC em République. Fui conferir no dia seguinte, na internet, e para a minha surpresa havia mesmo um, exatamente em uma das esquinas. Nem preciso dizer que a minha manhã foi simplesmente a espera da hora do encontro

Daniel Cariello

Palavra 55

Testemunha do horror
Vasily Grossman só foi salvo dos “gulags” porque Stalin morreu. Mas seus textos foram tirados de circulação. Censurado, reduzido à penúria e com poucos amigos, faleceu de câncer em 1964
Aqui

A palavra em compasso de urgência
“Trocando em miúdos”, segundo livro de contos de Luiz Paulo Faccioli, escapa das armadilhas do amor como tema capturando seus momentos mais sôfregos
Aqui

São Paulo: heterogenética cidade literária “Há uma história da literatura que se projeta na cidade de São Paulo; e há uma história da cidade de São Paulo que se projeta na literatura.”(Antonio Candido)
Aqui

O erudito
Colocou o papel com a citação à carne de ovelha na boca. Ele a macerou com a língua. Molhou-a. Tentou fazer brotar dela o enigmático sabor do animal estranho. Sentiu a tinta se desprender. Era a única coisa a conferir algum sabor exótico àquele repugnante alimento
Aqui

Rodrigo Gurgel

Um ato contra a tortura

Anistias só podem ser concedidas para beneficiar cidadãos ou grupos que atuam fora do âmbito estatal. Governo que indulta a si mesmo já representa um paradoxo inaceitável; manter a auto-absolvição mesmo depois da queda do regime autoritário ultrapassa qualquer padrão de racionalidade

Guilherme Scalzilli

A constatação da alteridade

Agathe Cléry pretende ser um filme sobre o racismo, com um roteiro que toma todas as precações possíves para não ser considerado ele mesmo racista. Se não é de modo algum crítico, social nem irônico, talvez ele seja simplesmente bom moço, politicamente correto

Bruno Carmelo

Europa Brasileira - Abrigos - 1

Como doações aos desabrigados de Blumenau são convertidas em cifras de interesses, enchendo o bolso não se sabe de quem. A resposta às contestações? “Há que esperar o final das chuvas para se fazer alguma coisa. A senhora, por favor, tenha paciência!”

Urda Alice Klueger

Pró-colabore!

O crescimento da rede é rizomático, distribuído e veloz. Não é organizado. Mas quem disse que seria organizado? O conhecimento é recombinante. Um dispositivo que se dá no remix. Tudo se transforma, nada se cria. A recombinação se dá na colaboração

Hernani Dimantas

Paris para crianças II

É que os adultos falam bobagens para as crianças, talvez com medo de que a gente não entenda a explicação de verdade. Mas o que eu acho mesmo é que eles nunca sabem as respostas, então inventam uma história qualquer. Ou então dizem "é complicado explicar isso", "pergunta pro seu pai"...

Daniel Cariello

A crise financeira sem mistérios

Para apresentar os principais encadeamentos da crise financeira é preciso partir dos mecanismos que a desencadearam; a deterioração dos mecanismos e das instituições de regulação e o papel chave que os Estados Unidos desempenham. Na avaliação dos impactos, quem deverá em última instância pagar pela bancarrota do cassino?

Ladislau Dowbor

A crise: janela de oportunidade para os países tropicais?

É natural que tendências keynesianas apareçam na instabilidade. Mas elas precisam ir além do fortalecimento do Estado. É hora de reavaliarmos questões profundas, paradigmas energéticos e sociais, e dar espaço à terceira grande transição na nossa macro-história.

Ignacy Sachs

César Battisti: quando o governo brasileiro é exemplo de democracia

O Ministério da Justiça brasileiro concedeu asilo político a Cesare Battisti, ex-militante italiano dos anos 70. Contrário à posição de herdeiros dos regimes autoritários na Itália e no Brasil, o ato pode ser anulado com apoio sórdido da grande mídia. Participe do abaixo assinado

A presença da Amazônia no FSM 2009

Este ano, a cidade hospedeira do Fórum é peculiar entre as das edições anteriores. Belém do Pará está no meio da Amazônia brasileira - território que tanto chama atenção internacional, ora pela defesa de sua integridade ecológica, ora pela ambição em seus recursos naturais.

Marilza de Melo Foucher

Desafios do FSM 2009

O desenvolvimento sustentável precisa sair da retórica política e dos departamentos de marketing. A seriedade da questão ambiental terá seu reflexo numa sociedade civil organizada, cuja força defina um debate capaz de converter um modelo economicista para uma concepção sistêmica, totalizadora.

Marilza de Melo Foucher

Palavra 54

Desdizeres de quem escreve
As nossas opiniões e fantasias não são maiores que o correr dos dias
Aqui

Entre o livro-objeto e o livro-experiência
Ainda hoje, apesar de todas as transformações vividas pela sociedade nas últimas décadas, leitores adultos ainda torcem o nariz para livros que fogem ao estereótipo de simplicidade e didatismo comumente associado ao “livro para crianças”
Aqui

A ternura masculina sem pudores
José Luis Sampedro não nos permite tirar a dignidade de seu protagonista: não há como sentir pena dele
Aqui

O pavimento beijado
A pobre senhora inspirou profundamente, inclinou-se para um lado e se pôs a tatear a superfície encardida da calçada
Aqui

Diego Viana

FSM: Mais do que nunca, apostar na imaginação

"A sociedade planetária enfrenta uma crise emaranhada e complexa: elementos ambientais, alimentares, energéticos.Temos que ver se as idéias e alternativas que se constroem na Amazônia serão escutadas e incorporadas por outras sociedades do planeta. Para mim, esse é o grande desafio de Belém"

Sergio Ferrari

Import Export capitalismo e submissão

Retrato da exploração sistêmica, o filme do austríaco Ulrich Seidl discute submissão e humilhação relacionadas a hierarquia e exploração. Peca pela intensidade de suas cenas e desconforto causado numa tentativa pedagógica de sensibilização através do repúdio.

Bruno Carmelo

Palavra 53

Mas Alice
Ele, minha Alice, minha primeira Barbie, me olhou como quem faz um favor. Em seguida, arrastou as plataformas até o banheiro e sacou o batom da bolsa
Aqui

“Cidadezinha inglesa no domingo”, de Max Jacob
Nascido em 1876, Max Jacob participou das vanguardas poéticas e artísticas européias, ao lado de Jean Cocteau, Georges Braque e Pablo Picasso
Aqui

A arte de usar o tempo e o espaço a favor da boa literatura Ao notar o vazio editorial e a tendência de crescimento da literatura fantástica, Fábio Fernandes e Jacques Barcia idealizaram a revista “Terra Incognita”
Aqui

Idéias perdidas
No fundo, o único ponto realmente importante na literatura é o exercício da idéia
Aqui

Rodrigo Gurgel

O Gueto de Gaza

O que o governo de Israel faz com o Gueto de Gaza sob os olhos de todo o mundo. Ah! Palestina, ah! Palestina, como me dóis cá dentro do meu peito que parece estraçalhado... Ah! Palestina, ah! Palestina, que me resta fazer além de chorar angustiadamente, como estou a fazê-lo agora?

Urda Alice Klueger

O gozo de Gaza

A periferia debaixo de tiros, a Palestina debaixo de bombas. Mera coincidência, ou são sempre os mesmos que sangram nas calçadas, quer seja na faixa de Gaza brasileira ou na Faixa de Gaza Palestina? Estou cansado deste mundo de muitos na faixa de gaza e poucos na faixa do gozo

Sérgio Vaz

Revolução Cubana: 50 anos de resistência e dignidade

Arrancados de séculos de opressão e atraso, os cubanos jamais se resignarão. Como um país pobre pode construir uma sociedade mais justa para todos. Depois de 50 anos da revolução, Cuba tem a mais baixa taxa de mortalidade infantil e um dos maiores pólos culturais da América Latina

Tiago Nery

Puta Ontológica

Havia de ter algum lugar onde se justificasse a existência desse ser para o sexo. Encontro Madalena em todo seu apedrejamento e seu perdão, encontro Pomba Gira em suas sete versões, suas sete saias e seus sete maridos, encontro Afrodite com sua belicosidade e sua sedução

Fabiane Borges, Hilan Bensusan

Palavra 52

Libertado e traído pela revolução
Nos textos de Babel transitam desde retratos avassaladores de guerra e paz até histórias de amor pouco convencionais
Aqui

A saga do “casteller”
Em “La bodega”, Noah Gordon constrói um panorama detalhado da cultura catalã
Aqui

De volta aos rostos
Ao reencontrar as fisionomias, sou tomado pelo alívio. Estão todos ali, onde deveriam estar, indiferentes, na plataforma do metrô. Vejo-as congeladas, num estranho estado de suspensão, enquanto esperam o trem para subir
Aqui

Nossa seca
No fundo do meu sentimento, dou a última palavra, juro, até para ser ouvido na minha revolta: “quero água, abençoada água para não morrer; Deus, encha o céu de nuvens de chuva”
Aqui

Rodrigo Gurgel

Do seqüestro da economia a possíveis portas de saída

Quando os apostadores tomam ciência do tombar da jogatina, suplicam à velha viúva, a quem antes acossavam, que lhes socorra com mais dinheiro, transferindo a riqueza socialmente construída aos mesmos que até aquele momento ganharam apenas especulando

Marcos Aurélio Souza

Breve história nasal da França

A França foi fundada por Asterix, o herói narigudo. Luís XIV adorava enfiar o nariz onde não era chamado. Gérard Depardieu fez suspirar metade das mulheres do mundo com seus dois órgãos sexuais. E hoje, o país ainda honra sua tradição de grande sugador de oxigênio com Nicolas Sarkozy

Daniel Cariello

My Magic

A imagem do sacrifício. Cada personagem é destinado a carregar em si o símbolo de uma lição inteira. My Magic separa os maus dos bons. O protagonista não consegue se livrar do alcoolismo porque ama muito a ex-esposa. Sua tristeza comprova seu amor e o torna ainda mais digno

Bruno Carmelo

Jardim Santo André na Galeria Vermelho

Um espaço badalado das artes de São Paulo reproduz os grafites que estão mudando a paisagem de um dos bairros mais violentos do ABC. Retrato de um país secularmente desigual — onde, no entanto, a periferia cobra seus direitos, e se expressa cada vez mais por meio da criação simbólica

Eleilson Leite

Palavra 51

As lições de “A cartomante”
Machado de Assis, antes de tudo artista, é um grande fazedor de tramas, que embaralha maliciosamente as cartas e o leitor
Aqui

O sonho (e o destino) dos heróis
“O sonho dos heróis” não é apenas a história de um indivíduo em busca de seu destino, mas a de certa Argentina no final dos anos 20
Aqui

Kadaré e sua cidade-pedra fundamental
Publicado pela primeira vez em 1970, “Crônica na Pedra” é fundamental para os que desejam se aprofundar no universo peculiar da criação do escritor albanês
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Mais que filosofia, ciência e literatura
O mistério é o lugar onde não estamos, nem chegamos, a não ser por acreditar nele como algo a aceitar
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Rodrigo Gurgel

A Raposa Serra do Sol no STF

O Brasil de Chico Mendes volta à tona. O STF decide agora o direito à diversidade, identidade e ao meio ambiente. Raposa Serra do Sol transforma-se num verdadeiro divisor de águas entre ecologismo popular e desenvolvimentismo predatório. A reconciliação entre os irmãos homens e sua comum terra mãe

Vincenzo Lauriola

O Fantasma das rebeliões

"O mais provável é que voltem à ordem do dia as revoltas e revoluções sociais. Elas não serão socialistas nem proletárias, mas adquirirão maior intensidade e violência nos territórios situados em "zonas de fratura [1]"

José Luís Fiori

Cultura livre, movimentos e humanização do Capital

O conhecimento livre em si é apenas uma possibilidade. Não basta que trabalhemos na ampliação do conhecimento livre como tal. É necessário que pensemos de modo estratégico, que produzamos conhecimentos livres não apenas em si mesmos, mas para si mesmos.

Aaron Shaw

50 anos de Formação econômica do Brasil

A teoria econômica keynesiana e a análise histórica são combinadas com maestria. Celso Furtado repousa sua originalidade na junção entre teoria macroeconômica e história, para realizar uma espécie de dinâmica das estruturas, que vão constituindo progressivamente o capitalismo no Brasil

Tiago Nery

Quem tem medo de Obama

Aclamado pela mídia, a futura política de Obama permanece incerta. Ele é negro, mas não é baiano. E muito menos arretado. O novo presidente mostrarará ao mundo o que que a baiana tem?

Paulo Cannabrava Filho

Palavra 50

Os sertões: contemporâneo da posteridade
“O livro número um do Brasil”– que neste dezembro completa 106 anos de publicação – diz muito de um drama da história nacional, e também de dramas dos tempos atuais
Aqui

Bandeira religioso (e libertino)
A edição cuidadosa da antologia “Poemas religiosos e alguns libertinos”, de Manuel Bandeira, organizada por Edson Nery da Fonseca, nos permite observar alguns dos caminhos da inspiração banderiana pouco percorridos pela crítica
Aqui

Nós ao espelho
Os espelhos de Eduardo Galeano são cristalinos e impiedosos: pequenas visões que ferem apenas os muito vaidosos e os que acreditam que os valores estão na superfície dos corpos, nas imagens ideais e nas verdades inventadas
Aqui

Reconstrução da memória
“Pó de parede”, da gaúcha Carol Bensimon, é formado por três histórias que têm como base a casa (no sentido físico, familiar e metafórico) e a memória
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Rodrigo Gurgel

TSE desafiado a ouvir a voz do povo do Maranhão

O caso Jackson Lago. É cada vez mais forte a sensação de que a Lei Eleitoral precisa ser blindada contra interpretações abusivas, esquemas de poder e testemunhas precárias. O TSE parece desafiado a fazer História, se quiser fazer Justiça

Procópio Mineiro

Novos dias

Se vai pular sete ondinhas, recomendo que mergulhe de cabeça.
O Ano novo tem cara de gente boa, mas não acredite nele.
Acredite em você.
Feliz todo dia!

Sérgio Vaz

O dia que a terra parou

Na web, o contato torna-se de terceiro grau - digitalizado. Em múltiplas plataformas, em diversos platôs, com os estranhos ou não, ele é algo do cotidiano. A ameaça torna-se imanente. De dentro para dentro. Klaatu não é mais um alienígena. É parte do imaginário coletivo. Klaatu não nos deixa mais parar!

Hernani Dimantas

Monsanto escancarada

Livro-reportagem expõe abusos da Monsanto. Baseada em três anos de pesquisas e investigações, a jornalista francesa Marie-Monique Robin desmascara as atividades da empresa estadunidense: subornos, contrabandos e manipulações

Hideyo Saito

Palavra 49

A valsa das borboletas
As narrativas de José Cardoso Pires e Jean-Dominique Bauby funcionam de modo a resgatar a dignidade do homem diante de situações que teriam tudo para reduzi-lo à condição de simples joguete do destino, de “ser” impotente diante de uma condição que lhe escapa à compreensão
Aqui

Mais poemas de Pound
No quinto número de nossa seção Vice-Verse, coordenada pela jornalista e tradutora Marina Della Valle e dedicada a traduções de poesia e prosa em língua inglesa, apresentamos novos poemas de Ezra Pound, traduzidos do livro "Lustra"
Aqui

Os mal-entendidos da escrita
No fundo, “Flores azuis” é a jornada de Marcos em busca da compreensão de si mesmo. As cartas misteriosas são uma espécie de catalisador para a sua transformação pessoal
Aqui

Scherzo com física e moleskine
Os objetos da física, os monumentos do quotidiano, os sabores, cores e temperaturas são aquilo que deles sentimos e vemos, imagens de um qualquer coisa bruto que está lá fora e que só aceitamos como mais real do que os sonhos porque temos a consciência e a convicção de estarmos despertos
Aqui

Rodrigo Gurgel

Palavra 48

O passado dói
“O passado”, de Alan Pauls, é uma viagem, uma vertigem cortazariana ao fundo do coração de um homem dilacerado, feito em pedacinhos como os bilhetes e papelotes que consome sem nem mesmo saber ao certo por quê
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Impressionismo em tons de cinza
Assim como “Respiração artificial”, de Ricardo Piglia, “História do pranto” já pode ser considerada uma obra importante sobre o período de exceção latino-americano
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Copacabana classic
Poema
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Tabuleiro sem limites
A impressão que tenho ao ler e reler qualquer um dos textos de Fernando Sabino é a de que tudo nele era puramente literário
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Rodrigo Gurgel

Explicando o verão francês

Percebe-se, pois, que já no vernáculo - été - o conceito de verão na França é completamente ligado ao passado. A estação parece nunca vir. Já foi. E não tem perspectivas de volta

Daniel Cariello

Palavra 47

Nuvem carregada
A mim, ninguém oferecia um gole, ao velho que já passou do tempo. Mas eu não sentia. Minha boca, enrijecida, já se acostumara à posição de paralisia, lábios e gengivas endurecidas sem ambição alguma de falar
Aqui

A aventura intelectual chinesa
Anne Cheng consegue encontrar uma perspectiva equilibrada ou correta para apresentar aos ocidentais uma história do pensamento chinês
Aqui

Um mapa dos corações humanos (de São Paulo e do Brasil)
O começo do livro é engraçado, cheio de brincadeiras do tipo perco-o-leitor-mas-não-perco-a-piada
Aqui

Três minicontos
Não se dão conta do óbvio: partir de Marianna, por causa da própria natureza da cidade, significa voltar a ela
Aqui

Rodrigo Gurgel

O vazio

Toda a verborragia da imanência do nada quer disfarçar uma ruína institucional que jornalistas, críticos, curadores e artistas negaram-se a admitir por muito tempo. Não faltam recursos. Falta capacidade aos diretores e conselheiros da Fundação Bienal, imersos em querelas mesquinhas

Guilherme Scalzilli

Ignacy Sachs propõe Outra Amazônia

Pesquisador fará conferência aberta ao público segunda-feira (17/11), em São Paulo. Para ele, floresta pode ser um grande laboratório da civilização pós-petróleo; mas é preciso passar da denúncia às alternativas. Banca de debatedores inclui MST, Greenpeace, Ladislau Dowbor e empresários

Antonio Martins

Amazônia – laboratório das biocivilizações do futuro

Se os mercados são incapazes de governar as sociedades, é hora de reinventar a política. Está nas mãos do Brasil uma oportunidade para preservar a floresta e oferecer vida digna a seus milhões de habitantes (texto-base para a conferência de 17 de novembro, em São Paulo)

Ignacy Sachs

A nova arte da Cooperifa

Ela veio para ficar. A primeira Mostra Cultural da Cooperifa reunirá guerreiros e guerreiras fortemente armados com canetas, cadernos e livros. Trava-se uma luta incansável contra a ignorância,mediocridade, conformismo, tristeza e as pobrezas material e espiritual que insistem em saquear a quebrada

Eleilson Leite

Palavra 46

Mestre da bibliofilia
Rubens Borba de Morais pesquisou bibliotecas européias, norte-americanas e brasileiras para escrever sua “Bibliografia brasiliana”, descritiva de livros raros sobre o Brasil de 1504 a 1900, verdadeiro monumento de erudição e pesquisa
Aqui

De quando a literatura se despede de suas histórias
Como o escritor brasileiro escolhe escrever seus livros? Geralmente se apegando a somente uma forma de sofrer
Aqui

Sobre literatura e outros defeitos
Nenhum romance ou conto, nem a soma do que li, me humanizou ou me induziu a ser uma pessoa melhor
Aqui

Três poemas
Poema
Aqui

Rodrigo Gurgel

Reflexões de outubro

A intervenção de grandes potências manteve em funcionamento as funções vitais do sistema, mas não pode impedir o efeito-contágio da crise. Turbulências sociais regressivas poderão ocorrer na Europa do Leste, Ásia Central e África - onde assumiriam formas dramáticas

José Luís Fiori

A leitura na vida e na morte do Che

Para Guevara, a leitura foi como um filtro que lhe permitiu dar sentimento à experiência. Um espelho que a definia, dava-lhe forma. Além disso, a leitura serviu como metáfora da diferença entre sua vida política e a pessoal, permanecendo como um resto do passado, em meio à experiência da ação pura, do desprovimento e da violência

Tiago Nery

Para uma retomada da razão no mundo árabe-islâmico

Na Espanha islâmica do século 12, marcada por notável desenvolvimento cultural e científico, O filósofo Averróis interpretava Aristóteles, defendia a liberdade da razão e a importância das rupturas. Resgatá-lo pode ser caminho para livrar o Islã de seu longo culto ao imobilismo.

Rodrigo Novaes de Almeida

Nada será como antes

As instituições não podem permanecer imóveis diante de uma sociedade em plena mutação e em um mundo globalizado. Torna-se urgente redefinir o papel do Estado que, nos últimos anos, na Europa e América Latina, foi enfraquecido pelo lobby da governança mundial das agências internacionais

Marilza de Melo Foucher

Todo mundo é natal

É preciso deixar nascer. Pensar a política a partir dos partos. A erótica como parteira de nossas mais profundas potências. Por que corpos são palanques. Palanques com cheiro. E não há mandato para o novo: ele é delicado com a política e o sexo

Fabiane Borges, Hilan Bensusan

Techies e gambiarras

Sob o ponto de vista das redes, o foco não está nas máquinas: a revolução parte das pessoas. Minhas ferramentas digitais não funcionam como deveriam. Adapto a impressora, turbino o celular. Penso que conviver com a improvisação me torna mais humano

Hernani Dimantas

A força e o peso do que não está

Em Lake Tahoe, Fernando Eimbcke encara um novo desafio: retratar a dor sem jamais mencioná-la diretamente, ou colocar em foco suas causas. O resultado é um filme inovador porém não-formalista, uma obra metafórica e provocadora sobre os sentidos da ausência

Bruno Carmelo

Sartre em si

Já dizer que o Para-si tenha consciência, é questionável. Discute-se nos meios filosóficos se um cidadão que pendura a bandeira do Vasco na janela pode ou não ser enquadrado como um grande conhecedor do mundo. Não sou eu quem diz, é Sartre.

Daniel Cariello

Palavra 45

Machado, seus relicários e raisonnés
Os contos de Machado de Assis carecem não apenas de edições adequadas, mas também e principalmente de estudos condizentes com sua relevância literária, que inclusive forneçam uma visão completa do conjunto
Aqui

Viagem a Havana
Impossível deixar de admirar, linha após linha, página após página, o trabalho do artesão tapeceiro, que dedicado a cada detalhe não perde de vista o todo da composição e deita cada ponto no exato e único lugar em que precisa estar
Aqui

Grito provinciano – eco universal
O mundo das Adriennes não mudou tanto assim. É gente que você sabe que nunca escapará a uma sina de pequenez, sovinice, tristeza, exílio, desespero. Porque essa sina é tudo que tem, é sua explicação, seu nexo ontológico
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Do inútil (ao fútil)
O fútil, porque está tão aquém de nossa melhor dedicação, deixa entrever a existência de algo que é seu oposto absoluto
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Rodrigo Gurgel

Para compreender a crise financeira

Mercados internacionais de crédito entraram em colapso e há risco real de uma corrida devastadora aos bancos. Por que o pacote de 700 bilhões de dólares, nos EUA, chegou tarde e é inadequado. Quais as causas da crise, e sua relação com o capitalismo financeirizado e as desigualdades. Há alternativas?

Antonio Martins

Viagem com o Submarino Vermelho

Entrevista com o grupo de jovens cineastas que aceitou organizar uma mostra sobre cinema político no 19º Festival de Curtas de São Paulo. Em debate, a importância de 1968, quarenta anos depois, as novas relações entre arte e política e a atitude dos que decidem agir em vez de mergulhar na militância burocrática

Javier Cencig, Moara Passoni

Mundo pós-americano

“Enquanto nos perguntamos por que eles nos odeiam, eles seguem em frente, muito mais interessados em partes mais dinâmicas do globo. O mundo mudou do anti-americanismo para o pós-americanismo”. O comportamento do Brasil diante da nova perspectiva mundial

Cláudio César Dutra de Souza, Sílvia Ferabolli

A mídia que balança o berço

"Numa época em que se fala muito de ecologia, é preciso que nos conscientizemos de que proteger nossos filhos do risco de desenvolver uma forma de dependência em relação à tela luminosa é uma forma de ecologia do espírito"

Maria Helena Masquetti

Na Primavera, a leitura supera o marketing

Alternativa à Bienal, mostra de editoras independentes relembra que livros são, acima de tudo, espaço para idéias, inteligência e utopia. Evento abre espaço para iniciativas que não se submetem ao mercado, e combina exposição de obras com programação cultural – onde tem espaço a arte periférica

Eleilson Leite

Meu vizinho Chico Buarque

— E como é que ele é?
— Nem alto, nem baixo. Cabelo curto, olhos azuis, seus sessenta e poucos anos...
— Mas isso todo mundo sabe. Quero saber da vida dele. Como ele é pessoalmente?

Daniel Cariello

Linha de Passe: um gol de letra e um gol-contra

Em seu novo filme, Walter Salles e Daniela Thomas constroem uma história brasileira que debate, com profundidade e sutileza, a existência e os dramas humanos. Mas o cacoete de associar periferia a infelicidade dá à obra um tom de chavão e frustra a própria intenção de esperança do diretor

Eleilson Leite

As duas Bolívias que se enfrentam

Ainda titubeantes, as maiorias indígenas ensaiam um projeto nacional e capaz de superar as relações de predação, privilégios e servidão. Para a oligarquia, não se trata de integrar uma nação — mas de usufruir dela como se fosse sua hacienda, e já sem apego à própria retórica da democracia

Ricardo Cavalcanti-Schiel

A moeda, o crédito e o capital financeiro

A estatização das gigantes do crédito imobiliário nos EUA reensina: ao contrário do que crê a teoria econômica convencional, poder estatal e mercado não estão em conflito, no capitalismo. A “memorável aliança”, entre eles encontra-se origem do sistema e segue movendo sua expansão no século 21

José Luís Fiori

Chico Science encontra Josué de Castro

No mês de centenário do pensador pernambucano, uma análise instigante identifica laços entre sua obra e a do criador do manguebeat. É como se os "homens-caranguejos" de Josué ressurgissem na obra de Chico — não mais como heróis frustrados, mas celebrando a vitória que realmente importa

Moisés Neto

A moral camaleônica

É delicioso resgatar os argumentos lançados pela mídia em 1997, em favor da reeleição de FHC. Comparados com a grita contra um terceiro mandato de Lula, eles revelam a tendência a adaptar-se às circunstâncias, típica do camaleão. Mesmo que, confirmando sua essência, ele finja ser outro animal...

Guilherme Scalzilli

A invasão bárbara

No ensino, ao contrário do que sempre ocorreu, o professor terá de partir partir do mundo real para o pedagógico. Isso significa que a escola começa se alimentar da inteligência coletiva que emerge da rede. Uma revolução não-televisionada, que rompe os muros da educação

Hernani Dimantas

Ciência no Brasil e na América Latina: conquistas e desafios

O enorme crescimento da produção científica, no continente, ainda não se refletiu em qualidade e repercussão das pesquisas. É preciso identificar os gargalos, e lembrar que, para fazer evoluir a ciência nacional, o Brasil não pode abrir mão do que lhe é mais precioso: o cientista brasileiro

Tatiana Al-Chueyr Pereira Martins

Palavra 44

Anjos e crianças
Não são poucos os poemas em que Bandeira aborda a infância como região idealizada, cuja simples rememoração pode amenizar o espaço presente da solidão, dor, perda, doenças e aporias que todo adulto precisa lidar
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A heroína do Novo Mundo
“Maria de Sanabria – a lendária expedição das mulheres que atravessaram o Atlântico no século XVI”, do ítalo-uruguaio Diego Bracco, é um romance histórico sobre a aventura dessa nobre sevilhana que, em 1550, chegou ao litoral de Santa Catarina
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Quando o labirinto é o mundo
A trama de Saramago é simples mas não é agradável. Seus personagens abandonaram toda a esperança, como se diz no pórtico do inferno dantesco
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O fazedor de humanos
As lições de um velho mestre incluem algo que deveria ser essencial para todos: a literatura
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Rodrigo Gurgel

Cooperifa: leia o livro, veja o filme e ouça o disco

Série de obras artísticas celebra os saraus que ajudaram a construir o conceito de cultura periférica — e o mundo de iniciativas que está surgindo a partir deles. Trabalhos ressaltam opinião da jornalista Eliane Brum: "A Cooperifa é um abalo sísmico a partir de uma esquina de quebrada"

Eleilson Leite

Barack Obama e a América Latina

Uma análise detalhada sobre o primeiro documento em que candidato expõe suas políticas para a região. Propostas mesclam conservadorismo com importantes novidades. Mas tom geral é de mudança, e autora frisa: abriu-se a possibilidade de rever as políticas que prevaleceram nas últimas décadas

Laura Carlsen

Joue-nous Raoul!

— O canhestro.
— Hein?
— O príncipe das trevas.
— Paulo Coelho adorando o capeta? Agora embolou tudo.
— Avisei...

Daniel Cariello

Palavra 43

Um longo adeus que não termina
Não faltam aos versos de Pedro Salinas a substância palpável e viva da experiência amorosa, que os afasta da mera abstração
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Uma estranha num país estrangeiro
Em “O encontro”, de Anne Enright, ganhador do Man Booker Prize de 2007, o passado ressurge como um país coberto de neblina
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Mês de desgraça ou descanso
Não tente viver como um francês em Paris em agosto. Já ao longo do ano essa é uma idéia de turista com complexo de superioridade; no verão, simplesmente não é possível
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Eclipse
Ela dava a volta por um lado da casa, ele partia correndo na direção oposta, mas era no armário de tia Argentina que acabavam os dois, fundidos naquele silêncio e naquela imobilidade
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Rodrigo Gurgel

No referendo, o sinal para a virada

Ao discursar no início do ano, vice-presidente boliviano, Álvaro García Linera, antecipava: uma consulta popular poderia ser ponto de bifurcação para mudanças profundas. Diplô Brasil publica a fala, que vê o país envolto em revolução radical — porém pacífica, democrática e inclusiva

Álvaro Garcia Linera

O quebra-cabeças de Fernando Lugo

Eleito por seu compromisso com mudanças, o novo presidente paraguaio precisa colocar o Estado a serviço das maiorias — o que inclui reforma agrária e tributária. Mas enfrentará enorme resistência das elites e sua base parlamentar é dividida e frágil. Saberá mobilizar a sociedade, para romper impasses?

Carlos Iaquinandi Castro

De costas para Rondon

O ataque de certos ideólogos militares à demarcação da reserva Raposa-Serra do Sol afronta o pensamento e obra do marechal. Ele valorizava a existência de Nações Autônomas indígenas; não a mera assimilação de indivíduos ao mercado de trabalho, como querem agora generais e empresários

Ricardo Cavalcanti-Schiel

Ai dos que crêem no Império

Ainda que muito breve, a guerra entre Geórgia e Rússia revelou algo chocante para o pensamento convencional. Menos de vinte anos após vencerem a Guerra Fria, os EUA já perderam a condição de poder mundial solitário. Na verdade, deixaram até mesmo de ser superpotência...

Immanuel Wallerstein

Guerra e Paz

Grande derrotada da Guerra Fria, a Rússia conservou, porém, seu arsenal nuclear e potencial militar e econômico. Será a principal questionadora da nova ordem mundial, conforme a equação do norte-americano Morgenthau. Por isso, a guerra na Geórgia não reproduz o passado: ela anuncia o futuro

José Luís Fiori

Praias, pandeiros e limoncelos

As primeiras notas foram facilmente reconhecidas. E todos entraram juntos no refrão de No Woman No Cry. Todos, menos o próprio violeiro, que ficou novamente pelo caminho, mais estático que a Vênus de Milo

Daniel Cariello

Palavra 42

Hóspedes do vento
Ergueu-se, abriu os braços, não sabendo como saudá-los senão assim, camisa aberta, arreganhado, ele Neno, ele total, a mangueira repleta
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Perdendo Heitor
Noites que ela guardaria pelo cheiro do cigarro, da terra batida das estradas furtivas, do desodorante impreciso que ele passava, e, por fim, de muito usá-la, aprová-la, repeti-la, ele a tinha declarado única, nunca conhecera carne, cheiro melhor
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Tantas palavras
Quase ri dessa idéia absurda, outra que me cruzava o pensamento sem que eu soubesse de onde nem por que ela vinha. Mas me contive a tempo diante de um par de olhos que pareciam estar levando bem a sério a aventura
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O assassino bossa-nova
Espalham rapidamente as fotografias anteriores na mesa e decidem onde colocar a moça. Ela já está com um vestido longo, azul, semelhante aos usados na virada para os anos sessenta
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Rodrigo Gurgel

Na Bienal do Livro, um roteiro alternativo

Debate sobre literatura periférica e um punhado de editoras, universitárias e semi-artesanais, valem a visita. Aí persiste o encanto de uma feira que foi indispensável — mas chega aos 40 anos um tanto decadente e deselegante. Talvez por apostar no gigantismo, e se render à lógica de mercado

Eleilson Leite

O petróleo e o tempo

Estaremos ricos, com a descoberta dos imensos campos de petróleo do "pré-sal"? Ficarão para trás os problemas da falta de recursos financeiros? Tudo dependerá de decisões políticas que serão tomadas nos próximos meses. Questão crucial: que ritmo de exploração atende aos interesses da sociedade?

André Ghirardi

Bom senso e bom gosto

Segundo fórum regional de debates sobre o Plano Nacional de Cultura volta a atrair — agora em Fortaleza — centenas de produtores. Participantes sugerem reduzir o peso do eixo Rio-São Paulo, expressam posições divergentes sobre direitos autorais e questionam sentidos da Lei Rouanet

Marília Arantes

Palavra 41

Notas sobre contos machadianos
Nem tudo da farta produção de Machado de Assis, quase uma centena e meia de narrativas breves, merece ser lido
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A traição da pátria e outras suposições literárias
Os escritores estrangeiros são recebidos aqui — e não há diferença se bem ou mal: eles são sempre mais importantes — com um tipo de sorriso bastante comum
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Um portal de papel
Solaris é uma revista-portal que não pode ser encontrada em livrarias ou nas bancas – porque ela é mais uma ação viral que uma publicação
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As histórias da história de Biafra
“Meio sol amarelo”, de Chimamanda Ngozi Adichie, põe a história da tragédia de Biafra no mapa da geração Google
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Rodrigo Gurgel

Memórias do Subdesenvolvimento, arte e revoluções

Edmundo Desnoes, romancista e inspirador de um filme que marcou o cinema cubano, conversa sobre seu processo criativo, as encruzilhadas da Ilha, política e literatura na América Latina, a banalidade do consumo e a importância do ato de narrar, como sentido da própria existência humana

Iana Cossoy Paro, Javier Cencig, Moara Passoni, Thiago Mendonça

Palavra 40

Ficção e ensaio
Em Philip Roth, como em J. M. Coetzee, a arte não redime nem consola
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Jornada antiépica
Na saga de Serapião Filogônio encontramos ecos de aventureiros arquetípicos, como Odisseu e Enéas
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Jean Grosjean, dois poemas
Enquanto a paisagem se reduz ao essencial, estes poemas nos falam dos movimentos interiores do “eu”, de suas hesitações
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Aquém do enigma
Pela terceira vez, teria de construir uma existência nova a partir de uma que já era inteira. Não que rejeitasse o desígnio. A esse ponto, já fervilhava o desejo de demolir noção atrás de noção, invadir uma a uma as camadas da outra vida, superar as definições reduzidas em nome da interminável descoberta
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Rodrigo Gurgel

Sene-Sene-Senegal

— Táxi?
— Não, obrigado.
— Tem certeza?
— Tenho.
— Mas alguém vem te buscar?

Daniel Cariello

Gilberto Gil: LadoA e LadoB

Único artista a dirigir o ministério da Cultura até hoje, ele foi também o primeiro ministro a traçar políticas públicas efetivas para a produção simbólica. Valorizou a diversidade e a autonomia. Faltou assegurar recursos condizentes, e evitar que fossem canalizados para o marketing empresarial

Eleilson Leite

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