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fevereiro 2007



MUSEUS

Em vez do Estado, os mecenas

A começar do Louvre, os museus franceses dependem cada vez mais de financiadores privados


Philippe Pataud Célérier

Ainda que os recursos do ministério da Cultura tenham aumentado 7% em relação a 2006, o orçamento para os 1.200 museus da França e também outros 34 museus nacionais, inclusive o museu do Quai Branly, o Centre Pompidou, a Cité Nationale de l’Histoire de l’Immigration, o Arts Décoratifs, etc... parece muito modesto. Ao todo, o ministério da Cultura repassa 365 milhões de euros a todos os museus. Os valores não são totalmente comparáveis entre si, mas vale ressaltar que o orçamento de funcionamento do Louvre chegou a 186 milhões de euros em 2006. Eram 26 milhões de euros antes de sua renovação em 1989. Mesmo que ainda financiado em grande parte pelo Estado, o museu não pode mais funcionar sem seus recursos próprios (que representam 40% de seu orçamento).

A primeira etapa foi transformar os grandes museus nacionais em estabelecimentos públicos administrativos (EPA): depois do Louvre em 1993, seguiram-se Versalhes em 1995, o Musée d’Orsay e o Musée Guimet em 2004. O Centre Pompidou e o Quai Branly foram estabelecidos desde o início como EPA (respectivamente em 1977 e 2006). Esse novo status jurídico tem como objetivo conceder às instituições certa autonomia de gestão, ainda que sob tutela do Estado. O Louvre foi a primeira instituição cultural a assinar com o Estado um contrato (2003-2005), renovado em 2006 sob o nome de "contrato de desempenho". Com base nele, elabourou-se um documento intitulado "as 14 razões [para os patrocinadores e mecenas] escolherem o Louvre", e que pode ser lido no site do Louvre na Internet. O texto é apresentado como "verdadeira coluna vertebral de seu modelo de gestão orientado por objetivos, que implica indicadores de gestão e a apresentação regular de relatórios de resultados". Esse contrato se estenderá em breve a outros museus.

Tradução: Silas Martí
silas.marti@revistaflan.com