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Meca, a mais longa viagem

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Quinto e último “pilar” do islamismo – depois da profissão de fé, da oração, do jejum do Ramadã e do dízimo (’zakat’) – o ’hadj’ (a peregrinação a Meca, cidade de Maomé, da “Casa de Deus”) continua sendo o mais difícil de ser cumprido

Slimane Zeghidour - (01/02/2003)

Em qualquer grande cidade do mundo, a menor mesquita abriga um nicho (mihrab), construído em direção à metrópole da oumma, a “nação-mãe” do Profeta

Cinco vezes por dia, do nascer do sol ao da lua, um de cada cinco habitantes do planeta tira os sapatos, banha-se, estende seu tapete de oração e curva-se em direção a Meca. A todo instante, de um extremo a outro da “casa do islamismo”, o rapaz que é circuncidado, o casal que se casa ou o morto que é enterrado voltam-se para a única cidade do mundo onde não há mais vestígio de um único túmulo ou inscrição funerária. Fiel ao rigor, bem cedo a Arábia Saudita fez tábula rasa do patrimônio arquitetônico da terra santa, deixando de pé apenas o mausoléu – escondido atrás de uma grade de prata com uma espessa cortina – do Profeta, em Medina... Em Jacarta, assim como em Buenos Aires, passando por Déli, Karachi, Tachkent, Grosny, Paris ou Argel, a menor mesquita abriga um nicho (mihrab), uma espécie de abside, construído em direção à metrópole da oumma, a “nação-mãe” do Profeta. A carne do animal só é lícita se ele tiver sido imolado em direção ao “Umbigo do mundo”.

O horizonte cotidiano da oumma – prece do indivíduo, posição da mesquita, do abatedouro e do cemitério – forma um círculo planetário em torno de Meca, ela própria centrada na Caaba, o “Cubo”, construído no meio da grande Mesquita. Casa de Deus, templo da humanidade, de acordo com a tradição, o oratório coberto de brocado negro é considerado um patamar do paraíso. Contém, encravada em seu ângulo sul, a Pedra da Felicidade, um meteorito grande como um pão daqueles que se fazem na zona rural. O pão da alma. Tocar ou então abraçar esse fragmento do Éden, absolve qualquer pecado. O primeiro círculo de pessoas que reza diante da Caaba forma o Pulmão do islamismo, lugar em que se ouviria seu coração bater.

Um visto por cada mil habitantes

Casa de Deus, templo da humanidade, de acordo com a tradição, o oratório da Caaba, coberto de brocado negro, é considerado um patamar do paraíso

Orar em Meca. Um sonho, mas sobretudo uma obrigação de todo fiel, em estado de obediência. Quinto e último “pilar” do islamismo, depois da profissão de fé, da oração, do jejum do ramadã e do dízimo (zakat), o hadj (peregrinação) continua o mais difícil de ser cumprido. Na verdade, a charia estipula: não basta que o fiel seja adulto, são de corpo e de espírito, e disponha de dinheiro. É preciso também que a rota seja segura, que não atravesse nenhum país em guerra com o país de origem do peregrino... Neste sentido, o século XX foi terrível para a peregrinação. A capa de chumbo marxista lançada no império russo, na China, na Albânia e na Iugoslávia, a criação de Israel, o boicote da África do Sul, impediram o hadj de cerca de 100 milhões de fiéis. Foi preciso que a cortina de ferro caísse, que o apartheid fosse abolido, que a negociação com Israel fosse iniciada para que Meca se tornasse novamente o lugar da casa do islamismo. Em um século, graças ao automóvel e ao avião, o efetivo global do hadj foi multiplicado por cem, inflando de 15 mil para um milhão e meio de peregrinos! Imagine-se, então, a população da Grande Marselha caminhando como um só homem, durante oito dias, na areia e no cascalho, muitas vezes a 45 graus à sombra.

O caráter coletivo do hadj –o forum anual da oumma não é a “nação” de Maomé? – faz dele uma questão internacional. Meca foi o ponto de partida de mais de uma sedição islâmica. Além disso, do califa omeyyade de Damasco ao rei Fahd da Arábia Saudita, cada sultão se intitulou o protetor, garantia diante de Deus de uma peregrinação “segura”, aberta a todos. Mas a cidade não pode acolher todo o mundo ao mesmo tempo. No entanto, a organização do hadj faz um desafio constante à dinastia dos Saud. Como acolher, agrupar, hospedar, alimentar, zelar, responsabilizar-se por todo um povo? Para isso, Riad impôs, desde março de 1988, uma cota por país, na proporção de um visto para cada mil habitantes. Assim, de um bilhão de fiéis, Meca recebe um milhão, mais meio milhão proveniente da península arábica, não atingida pela limitação de vistos1.

Jeddah, limiar da terra permitida

Em um século, graças ao automóvel e ao avião, o efetivo global do hadj foi multiplicado por cem, passando de 15 mil para um milhão e meio de peregrinos!

Escapam também desse tipo de numerus clausus espiritual a Europa, a China, os Estados Unidos e... Israel. Na virada do ano de 1978, o Estado de Israel, onde um em cada cinco cidadãos se diz devoto do islamismo, assumiu um compromisso com o reino wahabita. Graças ao qual, o candidato à hadj se inscreve, em primeiro lugar, junto ao Conselho Superior muçulmano de Jerusalém Oriental. Em seguida, passa pela Jordânia em um ônibus especial. Amã entrega-lhe, então, um salvo-conduto para a Terra Santa, ocultando sua verdadeira cidadania. Com 900 mil fiéis, a minoria árabe muçulmana de Israel não deveria, em princípio, beneficiar-se de mais que 900 vistos. Ela obtém facilmente o triplo! Em compensação, o islamismo renascente e sem dinheiro da extinta União Soviética – o da Ásia Central, com 40 milhões de almas, e o da Rússia, que abrange, diga-se de passagem, quase um quinto da população – não pode ainda fornecer a cota à qual tem direito.

O hadj se dá do dia 8 a 13 do mês de Dhou El-Hidja – “Aquele da Peregrinação” – que fecha o ano lunar. O dia muçulmano, a exemplo do judaico, começa no pôr-do-sol e o mês no nascer da lua. Um trimestre antes do dia D, a massa dos “convidados de Alá” pega o caminho de Sua Casa. O visto do hadj só garante o direito de acesso, via Jeddah, ao perímetro sagrado – proibido para os não-muçulmanos – que se estende de Meca à Medina. Jeddah, limiar da terra permitida, extrai seu nome de Eva, a “mãe” da humanidade.

Um McDonald’s na Casa de Deus

O candidato à hadj começa por se inscrever junto ao Conselho Superior muçulmano, em Jerusalém Oriental. Depois passa pela Jordânia, num ônibus especial

Um Guia do Peregrino, impresso em 40 línguas, inclusive francês, adverte que o visitante deve se abster durante o hadj, sob a pena de sanção – que vai da expulsão à pena capital – de criticar qualquer Estado, de suscitar polêmica, de erguer um cartaz com propaganda política, de lançar um slogan político. Os peregrinos são solicitados a deixar no vestiário as opiniões, os preconceitos e as paixões, mas também as roupas profanas. E, para isso, tudo foi previsto. Uma “cidade de peregrinos”, de arquitetura futurista, que mistura estruturas de aço e telhados de pano que lembram as roupas dos dervixes, permite que todos tomem um banho de chuveiro, que se lavem para usar a vestimenta do hadj: o ihram, a roupa “consagrada” do peregrino. Tecido de algodão cru, branco como a neve, sem costura, ele se compõe de um pareô e de um xale. Assim vestido, o convidado de Deus entra em estado de consagração. Não deve fazer mais transações comerciais e financeiras, entrar em discussões (mesmo que tenha razão), ter relações sexuais, caçar, matar animais – nem sequer uma mosca – ou cortar uma planta. Precisa desligar-se deste mundo para poder inspirar o perfume do outro.

Em seguida, o convidado de Alá entra em um ônibus especial para uma hora de auto-estrada até a Nobre Meca, a Mãe das Cidades, o berço do Profeta. O veículo segue pelo asfalto. À direita e à esquerda, sobem colinas de cor violeta, áridas como capacetes enferrujados. Imensos outdoors publicitários alternados com convites à oração: Mitsubishi, Philips, “Alá provê todos”, Sony, Lipton, Sofitel, “Louvações a Deus”. E o McDonald’s, à entrada da metrópole do islamismo, da cidade natal de Maomé, da Casa de Deus!

Um mar de “convidados de Deus”

À entrada de Meca, imensos outdoors publicitários se alternam com convites à oração: Mitsubishi, Philips, “Alá provê todos”, Sony, “Deus seja louvado”...

Por fim, Meca. Um McDonald’s imponente, como um vigilante, à entrada da cidade, lembra, se é que é necessário, o século XXI, o de uma América invasora até as margens da Grande Mesquita. Em frente à Caaba, uma fileira de hotéis – Hilton, Intercontinental – cintila milhares de luzes: Breitling, Hollywood, Chevrolet, Kentucky Fried Chicken... Nada surpreendente: o hadj sempre foi um lugar memorável do comércio mundial, e isso desde a Antiguidade. Maomé, ao contrário de Jesus, jamais expulsou os mercadores do templo, tendo sido ele próprio condutor de caravanas, antes de se casar com Khadidja, a rica negociante para quem ele trabalhava. O comércio passa a ser uma atividade tão nobre, que uma crença popular jura que, no paraíso, os eleitos desfrutarão de um dia de feira por semana, onde cada um poderá satisfazer a necessidade de vender, de comprar, de negociar.

A Caaba. Farol da devoção, agitado por um mar humano tempestuoso, o Cubo porta a kiswah, a imensa capa de brocado preto, bordada com fios de ouro e de prata. “Eis-me aqui em frente a ti, Senhor, eis-me aqui!”, clama o peregrino. Atropelado pelo turbilhão da oumma, ele gravita sete vezes em volta da Casa de Deus. A ampulheta do hadj entra em ação. Na aurora do dia D, o fluxo de convidados de Alá se movimenta em uma gigantesca confusão de ônibus, charretes, ambulâncias e pedestres, tudo sobrevoado por um vaivém de helicópteros da segurança civil. Direção: a planície de Arafat, ao sul da cidade santa, em pleno deserto. Arafat, a cidade efêmera. Chega a ter o número de habitantes de Paris intramuros, mas isso só dura um dia: tendas anti-inflamáveis por todos os lados, auto-estradas com viadutos, bandeiras dos cinco continentes, cheiro de curry, de pão quente e de suor, um calor abrasador e, no céu, helicópteros que ficam à espreita do menor início de incêndio, da menor suspeita de motins. No dia seguinte, parada na bacia de areia esturricante, onde Adão, o pecador, teria “conhecido” (arafa) Eva. Jornada de prece, de pé, sob um arquipélago de guaritas. Uma reunião internacional de escoteiros grandiosa, em que se juntam, todos vestidos de branco, o indonésio e os norte-africanos, o francês convertido e os albaneses reconvertidos, o branco e o negro, o paralítico e o atleta, o emir e o gari. Fervor e humildade. O apogeu do hadj.

Ao cair da noite, a oumma levanta acampamento de Arafat. O cortejo inicia sua volta para Meca. Uma parada no vale de Mouzdalifa, para pegar um punhado de cascalhos para atacar a tripla inscrição tumular de Satã. Enfim, uma parada no desfiladeiro de Mina. Em memória de Abraão, o convidado imola um carneiro. No tom da cidade santa, o mundo muçulmano celebra nesse dia a Aid El-Kébir, a “Grande Festa”, dita do Carneiro. O hadj tem como missão reconduzir o fiel à própria origem da Criação, do homem e da fé. Além da lembrança de Adão e Eva, fundadores da Caaba, a tradição associa aquele lugar a Abraão, que teria saído de Hebron para, ali, encontrar Ismael, o filho mais velho perseguido por Sara, a fim de reconstruir o Templo de Meca e inaugurar o hadj. Por isso o sacrifício do carneiro no segundo dia da peregrinação, no desfiladeiro de Mina, onde o patriarca teria tentado imolar... Ismael, o ancestral bíblico dos árabes. Meca, alfa e ômega do islamismo.

(Trad.: Wanda Caldeira Brant)

1 - A viagem “mais longa” não tem preço, mas tem um custo: cerca de 2.500 euros por pessoa (9.800 reais). Além da passagem de ida e volta de avião e o preço do visto, é preciso incluir a taxa do hadj – mais ou menos 300 euros (1.200 reais), que o reino saudita cobra em troca da estrutura de apoio e dos serviços que oferece no local. Enfim, o alojamento em cada etapa da peregrinação. Antes de partir, o convidado de Deus já sabe em casa de quem vai se hospedar, que ônibus deve tomar, a que contingente se incorporar. Uma precaução ainda melhor, pois responde a um duplo imperativo, de conforto e segurança, em um país de peregrinação tão exposto como a Arábia Saudita. A partir de então, só há peregrinação em grupo, organizado por uma agência credenciada por Riad, que dispõe de um correspondente autorizado no local.




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