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MUNDO ÁRABE

Como os sunitas reagem ao Hezbollah

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Sete meses após confrontar-se com Israel, no Líbano, a milícia xiita divide a outra ala do islã. Certos grupos a apóiam, em nome da luta contra Israel; outros a rejeitam, por motivos religiosos ou porque a enxergam como concorrente, na disputa pela afirmação da força árabe

Bernard Rougier - (16/01/2007)

Durante o verão [1] de 2006, a “batalha de oumma” [2], segundo a expressão utilizada pelo secretário-geral do Hezbollah, sayyed Hassan Nasrallah, para descrever a guerra entre sua organização e o exército israelense, não mobilizou em nada os diferentes grupos que compõem o espectro do islamismo sunita no Líbano. Seus tratados e comunicados estavam mais propensos a denunciar a “selvageria” dos bombardeios israelenses do que anunciar um apoio franco e sólido aos islamistas xiitas. Esta discrição relativa contrastou com as tomadas de posição da confraria Irmãos Muçulmanos no Egito ou na Jordânia, que manifestaram, no sentido próprio e no figurado, sua solidariedade com o Hezbollah durante a crise.

Para compreender os sistemas das diversas correntes do islamismo sunita, parece necessário distinguir diferentes níveis de análise – ideológico, confessional e político – e diferentes espaços de intervenção – local, nacional e regional. A congregação Irmãos Muçulmanos proclamou, na Jordânia, Palestina e Egito, sua solidariedade com o Hezbollah, em nome de um imperativo estratégico e ideológico – a luta contra Israel – enquanto os Irmãos Muçulmanos libaneses fizeram prevalecer um imperativo de coesão confessional, apoiando o primeiro-ministro Fuad Siniora no seu desejo de conseguir o desarmamento progressivo do Hezbollah.

Apesar desta divisão de princípios, por um lado, sob o ponto de vista regional e ideológico, e por outro, nacional e confessional, todas as correntes apresentam-se, no interior de suas sociedades, como os vigilantes da ortodoxia sunita diante do islã xiita. Além disso, um outro jogo de interesses regional – a crise iraquiana – modifica as prioridades de uns e de outros, na medida em que neste caso ocorre uma inversão: os Irmãos Muçulmanos libaneses abrem-se para a aproximação confessional entre xiitas e sunitas, enquanto as outras direções nacionais apóiam iraquianos menos inclinados à reconciliação.

Em um cenário composto de reticências e admiração diante do dinamismo do Hezbollah e do islã xiita em geral, podem-se observar múltiplas combinações possíveis, cujo ponto de equilíbrio poderia determinar a evolução posterior do islamismo na região.

Contra o Hezzbollaz, os ulemás falam em heresia

Para os islamistas dos países vizinhos, o Hezbollah constituiu, desde o início dos anos 1990, a expressão de uma desforra das sociedades do Oriente árabe diante da potência israelense. O Partido de Deus soube tocar um público bem mais amplo que os xiitas libaneses, reativando, graças a um meio audiovisual bastante eficaz – o canal de televisão Al-Manar — um ideal unitário nacionalista e islâmico que os regimes árabes, estritamente preocupados com sua própria sobrevivência, não souberam defender diante das inúmeras iniciativas dos Estados Unidos e de Israel na região. A “vitória” do Hezbollah, em maio de 2000 – retirada do exército israelense do sul do Líbano – também consolidou, entre a população palestina, a crença de que era possível recuperar, pela ação violenta, um território ocupado por Israel, sem cair na emboscada das negociações humilhantes e ineficazes. De maneira não-intencional, o Hezbollah conseguiu redefinir o sentido da luta palestina contra a direção nacional do movimento, dando aos setores radicais do poder iraniano a possibilidade de agir na frente Árabe-israelense.

O entusiasmo político suscitado pela resistência do Hezbollah ao exército israelense durante a guerra do provocou inúmeras reações em sua defesa, no centro dos Estados muçulmanos sunitas. Em plano político e diplomático, a Arábia Saudita, o Egito e a Jordânia constituíram um “triângulo árabe-sunita”, destinado a oferecer resistência a uma dinâmica radical, que equivaleria à influência iraniana refletida pelo Hezbollah na opinião pública destes três países.

Partindo de uma postura conservadora, destinada a reduzir o teor político ao religioso, os ulemás wahhabitas da instituição religiosa saudita reativaram as teses de heresiologia sunita contra o islã xiita, com a finalidade de barrar a influência iraniana no Oriente árabe. Um grande ulemá saudita, o xeique Abdallah Ben Jabrin, chegou até mesmo a proibir, no início da guerra, todo o tipo de solidariedade com o Hezbollah.

Quando dois fundamentalismo se confrontam

Para os salafis jihadistas, o Hezbollah é um concorrente desonesto que entrou em um mercado já ocupado. Compartilhando o mesmo ponto de vista da instituição religiosa wahhabita sobre os xiitas, os salafis jihadistas prevalecem-se de sua proximidade imaginária com o islã original (salaf) para se libertar de toda obrigação de obediência aos governos muçulmanos comprometidos pelos seus laços com o Ocidente ímpio. Seu discurso de rejeição à influência ocidental na região tem às vezes a mesma tonalidade do dos dirigentes iranianos, diferindo, no entanto, dos últimos pelo fato de inscreverem seu combate na perspectiva utópica de um califado islâmico (...).

Obrigado a reagir após duas semanas de guerra e posicionado, contra sua vontade, diante de uma relação de rivalidade mimética com o Hezbollah, Ayman Al-Zawahiri, ideólogo do Al-Qaeda, incitou “todos os muçulmanos, onde estiverem, a responder à guerra conduzida pelas cruzadas sionistas”, sem fazer a menor alusão ao movimento xiita libanês [3]. Zawahiri quis lembrar que a batalha de oumma já havia sido iniciada, no Afeganistão e no Iraque, e que o Hezbollah, cuja ação se limitava ao sul do Líbano, não dispunha dos meios para estas ambições grandiosas.

Enfim, os grandes representantes da congregação Irmãos Muçulmanos, como o xeque Youssef Al-Qardaoui, souberam traduzir a ambivalência da opinião pública árabe, dando por um lado suporte político ao Hezbollah, e por outro, demonstrando reserva, no plano confessional, à suposta ofensiva do islã xiita em toda a região.

Uma disputa pelo protagonismo na luta contra Israel

Existe entre os islamistas sunitas da Bilad Al-Cham (Grande Síria) um conflito particular com o Hezbollah. Para eles, o esta é a organização que excluiu os sunitas, no final dos anos 1980, da luta contra Israel no sul do Líbano: dissimulando-se atrás do rótulo da “resistência islâmica”, na realidade, seus dirigentes procederam como uma apropriação exclusivamente xiita da última frente ativa contra Israel. O Hezbollah foi o instrumento que permitiu que o Irã revolucionário pudesse estabelecer, nos anos, 1980 uma fronteira comum com a “Palestina ocupada”. De natureza ideológica e sociológica ao mesmo tempo, esta expropriação rompeu o elo natural que existia entre uma base sunita e a causa palestina.

Defendida pelo Hezbollah, islamizada pela propaganda religiosa do Aiatolá Khomeini, a causa palestina escapou também dos refugiados palestinos e militantes do islã sunita em geral. Vítimas da causa palestina na época em que os fedayins [4] da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) faziam a lei nos seus povoados, os xiitas libaneses recuperaram, por meio de uma guerrilha de pouca intensidade, o prestígio da luta armada contra Israel, enquanto os Estados árabes sunitas haviam perdido, há muito tempo, toda a capacidade de ação militar e a OLP se empenhava a partir de 1988 em uma solução negociada. (...)

Foi a guerra contra a União Soviética no Afeganistão que serviu de válvula de escape aos islamistas sunitas do Oriente árabe. Uma conjuntura geopolítica excepcional lhes permitiu combinar, de uma só vez, sentido religioso, violência militar e apoio internacional, graças ao suporte da Arábia Saudita e do Paquistão. Mas a nova ideologia nascida em Peshawar, Afeganistão, fazendo do Jihad um fim em si, distanciava os militantes do acesso ao poder de Estado e desligava seu empenho religioso de todo enraizamento territorial e estratégico.

Nos anos 1990, o islamismo sunita esgotou-se em conflitos intermináveis sobre as condições legítimas de pertença religiosa. Em compensação, o islamismo xiita, conduzido pelo Estado iraniano, adaptou seu messianismo revolucionário ao novo sistema de poder implementado pela Síria no Líbano, a fim de ganhar reconhecimento regional, alcançado com a guerrilha contra Israel.

A derrota estratégica do islamismo do Oriente Médio é explicada pela admiração dos militantes pela leitura de textos extraídos diretamente da literatura medieval antixiita. A acusação recorrente de “hipocrisia”, proferida contra os xiitas, fazia sentido em um contexto em que os militantes sunitas se sentiam desprovidos de qualquer capacidade de ação militar ou estratégica perante Israel. A influência na região de correntes salafis, provenientes da península Árabe, fortaleceu a tendência: o retorno ao islã original induzia quase mecanicamente a uma intensificação da relação com os rafidoun, as “pessoas da recusa” [5].

Posição contraditória dos sunitas libaneses

Desde fevereiro de 2005, os Irmãos Muçulmanos libaneses, assim como uma parte da esfera de influência salafi no Líbano posicionaram-se em apoio à família Hariri, apesar da reserva que manifestavam em relação à figura política do fundador da dinastia. Para eles, o conflito entre árabes e israelenses constitui um desafio secundário no que se refere à necessidade vital de proteger a identidade sunita no Oriente Médio. A implementação de um poder xiita no Iraque desde 2003, a potência ideológica, social e militar do Hezbollah no Líbano e a emergência do Irã como potência regional constituem elementos cuja acumulação suscita as piores antecipações sobre o futuro do islã sunita na região. (...)

No entanto, e paradoxalmente, este alinhamento não é incondicional, pois se estes grupos salafis possuem um núcleo ideológico “duro”, eles podem modificar a ordem de classificação de seus inimigos e ativar outras memórias e referências, em função das vantagens que contam tirar da evolução das circunstâncias. O cosmopolitismo da família Hariri, assim como suas ligações com a família real saudita, podem servir facilmente para justificar uma argumentação de combate à figura dominante do islã sunita libanês. A irrupção de desafios simbólicos de natureza transnacional é capaz de levantar contradições internas no seio da coalizão que dirige o país desde as eleições do verão de 2005 [6]. Desta maneira, os meios islâmicos sunitas representam um ameaça potencial tanto para o regime sírio como para a equipe constituída em torno de Saad Hariri. Após o posicionamento de uma força internacional da ONU no sul do Líbano, em agosto de 2006, a questão do controle da orientação ideológica destes militantes assume, portanto, uma importância primordial.

Contra a opção confessional e política descrita anteriormente, uma outra parte da esfera de influência radical sunita escolheu uma opção ideológica e religiosa que implica a rejeição do jogo institucional libanês, a luta contra as resoluções internacionais da ONU, a manutenção do estado de guerra contra Israel e o apoio à resistência islâmica — encarnada pelo Hezbollah xiita — e a solidariedade com o regime sírio, apesar de seu contencioso com os islamistas. Instalados em Damasco, os membros do escritório político do Hamas inscrevem-se nesta perspectiva. Os responsáveis pela organização palestina tentam convencer seus correligionários libaneses a modificarem sua postura quanto ao regime sírio, em nome de uma exigência fundamental, a luta contra Israel.

Os meios jihadistas dos campos palestinos de Ain Heloué e de Nahr Al-Bared, no litoral libanês, partilham uma orientação semelhante. A fim de não renegar sua identidade religiosa, eles introduziram uma distinção entre o nível ideológico e estratégico: os xiitas são sempre detestados no plano confessional, mas a urgência da luta regional justifica um pacto, mesmo implícito, com o Hezbollah, com vistas a fazer fracassar os projetos ocidentais na região. Esta é a razão pela qual os meios salafis de Ain Heloué denunciam as resoluções internacionais que exigem o desarmamento das milícias libanesas e palestinas, enquanto tentam impedir o Hezbollah de instalar-se nos campos de refugiados, em nome da defesa da identidade sunita. Eles bloqueiam igualmente toda forma de solidariedade confessional com os sunitas libaneses apoiados pela família Hariri, imputando a Rafic Hariri o regime de exclusão infligido aos refugiados palestinos durante os anos 1990.

Tradução: Simone Pereira Gonçalves
simonepg@hotmail.com



[1] do Hemisfério Norte

[2] Alusão ao primeiro cisma no islã entre sunistas e xiitas — Nota da Tradução.

[3] Intervenção de Ayman Al-Zawahiri, reproduzida no jornal Al-Hayat, Beirute, 28 de julho de 2006.

[4] Pequenos grupos de comandos palestinos que travam luta armada contra Israel e não o reconhecem. Representam a base de movimentos como Hammas ou o Jihad islâmico (Nota da Tradução

[5] Esta expressão pejorativa designa o “partido de Ali”(chi ‘at Ali), que recusou reconhecer o que compõe hoje o “bloco da fé” do islã sunita: a geração de companheiros do Profeta e as duas gerações seguintes.

[6] Foi o caso notadamente durante a manifestação organizada em Beirute, em 5/2/2006, contra as caricaturas do Profeta Maomé, publicadas na imprensa dinamarquesa, durante a qual os manifestantes incendiaram carros e atiraram pedras nas igrejas do bairro cristão Achrafieh, onde estava situado o Consulado da Dinamarca.


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