» No Capitalismo Indigno, raiz da extrema-direita
» Seres e lugares no cinema brasileiro
» Quem rotula quem, no mundo da alimentação-mercadoria?
» Orçamento-2025: onde está o “rombo”?
» MST, 40: muito além das ocupações
» IA: a urgência das Infraestruturas Públicas Digitais
» Como Florestan depenou o mito da democracia racial
» Dowbor expõe os novos aspectos do rentismo
» L'essor de l'extrême droite portugaise
» Le glacis, une obsession russe
» En Israël, les dirigeants laïques enrôlent la religion
» Domination coloniale, mode d'emploi
» Inde, l'envers d'une puissance
» Narendra Modi, une autre idée de la démocratie
» Puisque l'Inde n'est pas la Chine
» Carlos Tavares, l'automobile à l'ère de Darwin
» German police suppresses Palestine Congress
» India: democracy in name only?
» In rural France, the far right is prospering
» China: the invention of the roadmap to global power
» It's so very nice to be nice
» The lucrative world of international arbitration
» Russia: the lessons of history
» Macron's poodles are the new dogs of war
» Festa 25 anos + Conferência-Debate com Benoît Bréville
» A história como arma de guerra
» O choque da extrema-direita nos 50 anos da revolução
» Extrema-direita: o que tem o Algarve que é diferente dos outros?
» Abril x 50: uma democracia consensual?
» A Constituição de Abril de 1976: elo perdido da transição energética?
» Zona de protecção, uma obsessão russa
Historiador, programador cultural e coordenador do Espaço de Cultura e Mobilização Social da ONG Ação Educativa. Coordenador editorial da Agenda Cultural da Periferia, produzida na internet e em versão impressa.
Um espaço badalado das artes de São Paulo reproduz os grafites que estão mudando a paisagem de um dos bairros mais violentos do ABC. Retrato de um país secularmente desigual — onde, no entanto, a periferia cobra seus direitos, e se expressa cada vez mais por meio da criação simbólica
Ela veio para ficar. A primeira Mostra Cultural da Cooperifa reunirá guerreiros e guerreiras fortemente armados com canetas, cadernos e livros. Trava-se uma luta incansável contra a ignorância,mediocridade, conformismo, tristeza e as pobrezas material e espiritual que insistem em saquear a quebrada
Alternativa à Bienal, mostra de editoras independentes relembra que livros são, acima de tudo, espaço para idéias, inteligência e utopia. Evento abre espaço para iniciativas que não se submetem ao mercado, e combina exposição de obras com programação cultural – onde tem espaço a arte periférica
Em seu novo filme, Walter Salles e Daniela Thomas constroem uma história brasileira que debate, com profundidade e sutileza, a existência e os dramas humanos. Mas o cacoete de associar periferia a infelicidade dá à obra um tom de chavão e frustra a própria intenção de esperança do diretor
Série de obras artísticas celebra os saraus que ajudaram a construir o conceito de cultura periférica — e o mundo de iniciativas que está surgindo a partir deles. Trabalhos ressaltam opinião da jornalista Eliane Brum: "A Cooperifa é um abalo sísmico a partir de uma esquina de quebrada"
Debate sobre literatura periférica e um punhado de editoras, universitárias e semi-artesanais, valem a visita. Aí persiste o encanto de uma feira que foi indispensável — mas chega aos 40 anos um tanto decadente e deselegante. Talvez por apostar no gigantismo, e se render à lógica de mercado
Único artista a dirigir o ministério da Cultura até hoje, ele foi também o primeiro ministro a traçar políticas públicas efetivas para a produção simbólica. Valorizou a diversidade e a autonomia. Faltou assegurar recursos condizentes, e evitar que fossem canalizados para o marketing empresarial
Vinte e cinco anos depois de despontar no Brasil, a cultura hip-hop está bombando como nunca. Ligou-se ao showbizz, mas é capaz de manter, mesmo assim, seus princípios e essência. É claramente periférica. Dez eventos a celebram, a partir deste fim de semana, em São Paulo
Mídia tradicional multiplica referências a Machado e a Rosa, rendendo-lhes homenagens previsíveis e banais. Coluna destaca outro centenário: o de Solano Trindade. Poeta, dramaturgo, ator e artista plástico, ele cantou a dignidade, as lutas, amores e dores dos negros e dos que vivem do trabalho
Escola Pernambucana de Circo organiza, em festa, seu centro de arte-educação. Ao invés de adotar postura "profissionalizante", iniciativa busca emancipar. Por isso, aposta na qualidade artística, técnica e cultural de seu trabalho, e foge do conceito de "arte para pobre”
Ministério lança documento ousado, que estabelece, pela primeira vez, política cultural para o país. Dúvida: a iniciativa será capaz de driblar a falta de recursos e a cegueira histórica do Estado em relação à produção simbólica? Coluna convida os leitores a debate e mobilização sobre o tema
De como a trupe teatral Pombas Urbanas, criada por um peruano, chegou a mudar o nome do Brasil, trocou os palcos pelas ruas, sofreu a perda trágica de seu criador mas reviveu, animada pela gente forte da periferia — para onde regressou e de onde não pretende se afastar
Agenda da Periferia completa um ano de publicação. Como diria Sergio Vaz, não praticamos jornalismo — "jogamos futebol de várzea no papel". Fazê-la é exercício de persistência, crença e doação. O maior sinal de êxito é o respeito que o projeto adquriu no movimento cultural das quebradas
Um evento em São Paulo, um site inusitado e dois filmes ajudam a revelar a vida e cultura destes personagens de nossas metrópoles. Sempre oprimidos, por vezes violentos, eles vivem quase todos na periferia, são a própria metáfora do caos urbano e estão construindo uma cultura peculiar
Estréia na TV Cultura programa que aborda cena cultural da periferia com criatividade, sem espetacularização e a partir do olhar dos artistas do subúrbio. Iniciativa lembra o histórico Fábrica do Som, mas revela que universo social da juventunde já não é dominado pelos brancos, nem pela classe média
Em São Paulo, mais de cem projetos culturais passam a ter financiamento público, por meio do VAI. Quase sempre propostos por jovens, e a partir das quebradas, eles revelam as raízes e o amadurecimento rápido da arte nas periferias. Também indicam uma interessante preferência pela literatura
Em São Paulo, a arte vibrante das quebradas dribla o preconceito e aparece com força num dos maiores eventos culturais do país. Roteiro para o hip-hop, rap, DJs, bambas, rodas de samba, rock, punk e festivais independentes. Idéias para que uma iniciativa inovadora perdure e supere limites
Em torno de 1.500 guaranis, reunidos em quatro aldeias, habitam a maior cidade do país. A grande maioria dos que defendem os povos indígenas, na metrópole, jamais teve contato com eles. Estão na perferia, que vêem como lugar sagrado.
A cada dia fica mais claro que a produção simbólica articula comunidades, produz movimento, desperta rebeldias e inventa futuros. Mas a relação entre cultura e transformação social é muito mais profunda que a vã filosofia dos que se apressam a "politizar as rodas de samba"...
Quase ausente em É tudo Verdade, audiovisual produzido nas periferias brasileiras reúne obras densas, criativas e inovadoras. Festival alternativo exibe, em São Paulo, parte destes filmes e vídeos, que já começam a ser recolhidos num acervo específico
São Paulo saúda, a partir de 27/3, o grafite. Surgido nos anos 70, e adotado pela periferia no rastro do movimento hip-hop, ele tornou-se parte da paisagem e da vida cultural da cidade. As celebrações terão colorido, humor e barulho: contra a prefeitura, que resolveu reprimir os grafiteiros
Num texto preconceituoso, jornal de São Paulo "denuncia" agito na periferia e revela: para parte da elite, papel dos pobres é trabalhar pesado. Duas festas são, no feriado, opção para quem quer celebrar direito de todos ao ócio, à cultura, à criação e aos prazeres da mente e do corpo
Às margens da represa de Guarapiranga, Varal Cultural é grande mostra de arte da metrópole. Organizado todos os meses, revela rapaziada que é crítica, autogestionária, cooperativista e solidária — mas acredita em seu trabalho e não aceita receber migalhas por ele
Um bairro da Zona Sul de São Paulo vive a 1ª Mostra Cultural Arte dos Hippies. Na periferia, a pregação do amor e liberdade faz sentido. É lá que Raul Seixas continua bombando em shows imaginários, animando coros regados a vinho barato nas portas do metrô, evocando memórias e tramando futuros
Estamos dispostos a discutir a cultura dos subúrbios; indagar se ela, além de afirmação política, está produzindo inovações estéticas. Mas não aceitamos fazê-lo a partir de uma visão hierarquizada de cultura: popular-erudita, alta-baixa. Alguns espetáculos em cartaz ajudam a abrir o bom debate
No momento de maior prestígio dos DJs, evento hip-hop comandado por Erry-G resgata o elo entre as pick-ups, a batida Dub da Jamaica e a percussão africana. Apresentação ressalta importância dos discos de vinil e a luta para manter única fábrica brasileira que os produz
Aqui, romeiros e sambistas, devotos e profanos lançaram sementes para o carnaval de rua, num fenômeno que entusiasmou Mário de Andrade. Aqui, o samba dos mestres (como Osvaldinho da Cuíca) vibra, e animará quatro dias de folia. Aqui, a 45 minutos do centro da metrópole
Em vez de voltar ao Mercadão, conheça este ano, na festa da cidade, Espaço Maloca, Biblioteca Suburbano Convicto, Buteco do Timaia. Delicie-se no Panelafro, Saboeiro, Bar do Binho. Ignorada pela mídia, a parte de Sampa onde estão 63% dos habitantes é um mundo cultural rico, diverso e vibrante
Por meio da cultura, jovens das periferias brasileiras fazem uma revolução. Um panorama da produção independente nas quebradas das metrópoles: como a arte criada fora da indústria cultural subverte a mercantilização e controle do conhecimento, marca do capitalismo
Há uma década, os Racionais lançavam Sobrevivendo no Inferno, seu CD-Manifesto. O rap vale mais que uma metralhadora. Os quatro pretos periféricos demarcaram um território, mostrando que as quebradas são capazes de inverter o jogo, e o ácido da poesia pode corroer o sistema
Milhares de pessoas reúnem-se todas as semanas nas quebradas, em torno das rodas de samba. Filho da dor, mas pai do prazer, o ritmo é o manto simbólico que anima as comunidades a valorizar o que são, multiplica pertencimentos e sugere ser livre como uma pipa nos céus da perifa
Dia da Consciência Negra desencadeia, em São Paulo, semana completa de manifestações artísticas. Nosso roteiro destaca parte da programação, que se repete em muitas outras cidades e volta a realçar emergência, diversidade e brilho da cultura periférica
Invariavelmente realizados em botecos, os saraus da periferia são despojados de requintes. Mas são muito rigorosos quanto aos rituais de pertencimento e ao acolhimento. Enganam-se aqueles que vêem esses encontros como algo furtivo e desprovido de rigores
Programação completa da Semana de Arte Moderna da Periferia
Semana de Arte Moderna da Periferia começa dia 4, em São Paulo. Programa desmente estereótipos que reduzem favela a violência, e revela produção cultural refinada, não-panfletária, capaz questionar a injustiça com a arma aguda da criação
Vem aí Semana de Arte Moderna da Periferia. Iniciativa recupera radicalidade de 1922 e da Tropicália, mas afirma, além disso, Brasil que já não se espelha nas elites, nem aceita ser subalterno a elas. Diplô abre coluna quinzenal sobre cultura periférica