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Jornalista, redator-chefe do Correio dos Bálcãs, Belgrado.
Novo capítulo na trágica história de intevenções internacionais na ex-Iugoslávia: a ONU está prestes a estimular a "independência" do Kosovo, sem ter promovido negociação real entre as partes e sem nenhuma perspectiva de apoio a uma região marcada pela pobreza
Quinze anos depois da independência, a identidade bielo-russa ainda luta para se consolidar. A maior dificuldade está na influência russa, construída durante o enfrentamento comum contra o nazismo
Tudo indica que o presidente Alexandre Lukachenko, no poder desde o fim da União Soviética, conquistará um novo mandato, em 19/3. O endurecimento do regime é real, mas há outras razões para a permanência
Cortejadas pelos ocidentais durante os anos 90, as oposições democráticas balcânicas pretendiam romper com o nacionalismo, ?normalizar? seus respectivos países e direcioná-los para a via da reaproximação com a União Européia. Hoje a extrema direita toma seu lugar.
Quatro anos após a guerra, a violência continua a imperar no Kosovo, onde 80 mil sérvios vivem em uma situação terrível e as forças de paz da ONU substituem as forças de segurança sérvias no impedimento às aspirações nacionais albanesas
Pequenas comunidades, formadas de várias etnias, são as vítimas desconhecidas das guerras dos Bálcãs, que opunham “grandes nacionalismos” e hoje esmagam as minorias que não se “encaixam” no modelo de Estado-nação ocidental
Protetorado da ONU desde o final da guerra e liderado por políticos reconhecidamente medíocres, o Kosovo continua sem conseguir sair do impasse inicial: não quer ser tragado pela Sérvia, mas a comunidade internacional lhe nega a independência
O “princípio das nacionalidades”, reivindicado desde o final da I Guerra Mundial, traz em si a noção de minoria, pois qualquer criação de um Estado com vocação nacional implica uma partilha que pressupõe, automaticamente, vencedores e perdedores
Vários corredores interessam diretamente aos Bálcãs, mas somente o X (Décimo), que liga a Alemanha à Grécia através da Croácia e da Sérvia, parece destinado a um desenvolvimento rápido
Apesar de seu desinteresse, a Hungria será o ponto de encontro dos planejados corredores de desenvolvimento europeus que podem integrar economicamente regiões da ex-Iuguslávia devastadas pela guerra e pelo atual marasmo econômico
A prática religiosa é fraca na Bósnia e na Albânia devido, em parte, ao passado comunista recente, mas algumas redes islâmicas mundiais interpretaram a guerra da Bósnia como um novo jihad e conseguiram se implantar permanentemente no país
Enquanto um certo nacionalismo macedônio exaltou o “sonho estatal” – finalmente realizado com o fim da Iugoslávia –, os albaneses da Macedônia nunca consideraram a República independente, a não ser como um acidente temporário da história
Agora são os albaneses que perseguem os sérvios e os ciganos em Kosovo. Triste fim para uma intervenção internacional cujo objetivo declarado era "restabelecer o caráter multiétnico" da província