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Le Monde diplomatique transcreve, abaixo, alguns trechos do livro ’At Camp David, Advise and Dissent’, de autoria dos jornalistas Bob Woodward e Dan Baltz. A edição de 31 de janeiro de 2002 do jornal ’The Washington Post’ já divulgara estes trechos
- (01/12/2002)
“…Condoleeza Rice perguntou se (os Estados Unidos) deveriam planejar uma campanha militar para além do Afeganistão. Neste contexto, a questão do Iraque voltou a ser objeto de discussão (...).
Todos (os participantes) concordam quanto ao fato de que o secretário-adjunto da Defesa, Paul Wolfowitz, era o principal defensor da estratégia iraquiana. Terceiro adjunto de Cheney durante a guerra do Golfo (de 1991), ele havia considerado um erro deixar a campanha terrestre (no Iraque) terminar de modo abrupto e incompleto. O governo de George W. Bush tentara, desde o início, minar Saddam Hussein (…). Rumsfeld e Wolfowitz haviam examinado (antes do 11 de setembro) uma série de opções militares tendo por alvo o Iraque, mas nada fora decidido. (Na reunião de Camp David), Wolfowitz afirmou que Saddam Hussein estava, sem dúvida, na origem do terrorismo e que os ataques do 11 de setembro haviam criado uma oportunidade para atacar (o regime iraquiano). Segundo ele, Saddam Hussein era um perigoso dirigente decidido a obter armas de destruição em massa e, provavelmente, a utilizá-las. Era, sem dúvida, responsável pelos ataques do dia 11 de setembro, ao menos indiretamente, e todos deviam admitir isso.
Em reuniões anteriores, Rumsfeld já levantara a questão iraquiana, mas com menos veemência. Durante a reunião (de Camp David), voltou a perguntar se não seria este o momento certo para atacar o Iraque. Enfatizando que as forças norte-americanas estariam no local e que os Estados Unidos, se quisessem ter credibilidade no que se refere à questão do terrorismo, deveriam de todo modo, num momento ou em outro, enfrentar a questão iraquiana, (sugeriu) que se aproveitasse a oportunidade. Colin Powell emitiu objeções, dizendo ao presidente (…) que era necessário atacar o Iraque no momento certo. Comecemos imediatamente pelo Afeganistão (teria defendido). Teremos, então, fortalecido nossa capacidade para enfrentar sem hesitação o Iraque, admitindo-se que possamos provar que o Iraque tenha desempenhado algum papel (nos atentados do dia 11 de setembro).”
(Trad.: Iraci D. Poleti)