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O cerco à Síria

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O regime sírio está sob pressão desde o fim da guerra no Iraque, apesar de ter tomado medidas que agradavam Washington, onde as intenções de desestabilizar o governo de Bachar Al-Assad foram desviadas momentaneamente pela resistência iraquiana

Paul-Marie de La Gorce - (01/07/2004)

Desde que foi desfechada a guerra norte-americana contra o Iraque, sempre existiu a convicção, em Damasco, de que um de seus principais objetivos era o de conseguir o cerco da região Síria-Líbano-Palestina, que já foi iniciado pela parceria estratégica concluída entre a Turquia e Israel, sob os auspícios dos Estados Unidos. Passado mais de um ano, a mesma certeza permanece: a Síria está cercada. Decorre daí a política adotada pela presidente Bachar Al-Assad e seu governo, com a tomada de decisões no sentido de evitar o risco de uma prova de força iminente, assim como a necessidade de preservar as posições consideradas essenciais à própria independência do país.

Para os sírios o governo norte-americano poderia fomentar um confronto destinado a provocar a queda do atual regime para substituí-lo por um governo mais colaborador

Mesmo antes do fim da guerra, as ameaças foram claras. Foi o secretário norte-americano da Defesa, Donald Rumsfeld, que questionou, no dia 28 de março de 2003, a ajuda ao exército iraquiano que teria origem na Síria e no Irã. Alguns dias depois, a diretora do Conselho Nacional de Segurança, Condoleezza Rice, retomaria as acusações e as advertências, endereçando-as desta vez, no entanto, apenas à Síria. E, em 3 de maio, o secretário de Estado, Colin Powell, viria pessoalmente a Damasco expor as questões.

Data desse episódio a preocupação, por parte de alguns dirigentes sírios, com a hipótese de um confronto decisivo com os Estados Unidos. Essa eventualidade serve atualmente de base para sua análise do futuro da região e dos riscos em que está envolvido seu país. Sejam quais forem suas preocupações com a linguagem, eles não escondem que, em sua opinião, o governo norte-americano poderia, eventualmente, fomentar um confronto destinado a provocar a queda do atual regime. Isto com o objetivo de substituí-lo por uma direção política partidária que colabore permanentemente com os Estados Unidos.

Tempo de adaptação

Em apoio a seu diagnóstico, os dirigentes de Damasco lembram que, desde o dia 11 de setembro de 2001, Washington listou os Estados suspeitos de ajudar, abrigar ou tolerar as organizações terroristas internacionais e os países que disporiam de armas de destruição em massa, ou em vias de as produzirem, ou pretendendo fazê-las

Desde o final dos combates no Iraque, no ano passado, os dirigentes sírios se perguntavam se deveriam esperar, por parte do governo norte-americano – sob os pretextos que fossem – que suas tropas se voltassem contra a Síria, agindo, de certa maneira, na esteira de suas operações em território iraquiano. As advertências lançadas por Rumsfeld e Rice deixavam pairar esse temor e a vitória rápida sobre o Iraque poderia fazer crer – não só em Damasco, como em outros lugares – no êxito irresistível dos exércitos norte-americanos.

Mas, rapidamente se compreendeu que estes – cujos efetivos em território iraquiano eram limitados – seriam completamente absorvidos pelas tarefas de ocupação, administração e repressão no Iraque e logo iriam ter que enfrentar as primeiras ações da Resistência. Nesse ínterim, em Washington, continuavam a ser feitas ameaças de sanções à Síria, caso ela não mudasse de comportamento: iniciava-se um período em que a Síria seria submetida a fortes pressões que, eventualmente, poderiam desembocar numa crise grave, mas daria tempo aos dirigentes de Damasco para adaptar sua política à situação.

Exigências norte-americanas

A vitória rápida sobre o Iraque poderia fazer crer não só em Damasco, como em outros lugares – no êxito irresistível dos exércitos norte-americanos

E quais eram as exigências norte-americanas? Referiam-se, essencialmente, a quatro pontos: a liberdade de ação que o governo sírio dava às organizações palestinas com base em Damasco, consideradas terroristas em Washington; as facilidades que a Síria era acusada de oferecer ao Hezbollah libanês, também visto como um movimento terrorista, suspeito de pretender retomar, em circunstâncias favoráveis, ações de guerrilha contra o Estado de Israel; uma acolhida excessivamente generosa aos homens e grupos em fuga do Iraque, após terem servido o regime do ex-presidente Saddam Hussein, e capazes de retomarem, oportunamente, a luta contra a ocupação norte-americana; e, por fim, o desenvolvimento de armas de destruição em massa, seja em fábricas de armamento locais, seja por meio da compra a outros países.

Desses quatro pontos, os três primeiros eram referentes à situação geral da região: o governo sírio avaliou que havia uma certa margem de manobra. Em relação ao último, no entanto, ele envolvia a liberdade de escolha e de decisão da Síria e de sua capacidade de defesa e, por isso, o governo entendeu que existia ali uma “linha vermelha” e que era necessário que os Estados Unidos levassem isso em conta.

Logicamente, as decisões tomadas foram aceitas. As organizações palestinas existentes em Damasco foram convidadas a sair, ou a restringir suas atividades públicas. Solicitou-se aos políticos iraquianos e a seus acompanhantes estabelecidos em território sírio que deixassem o país. Decidiu-se uma diminuição considerável do contingente sírio no Líbano, ficando restrito ao Vale do Bekaa, de forma a que não pudesse ser implicado, em hipótese alguma, numa eventual retomada das atividades militares por parte do Hezbollah – não podendo ser acusado também de intervenções em eventuais crises internas no Líbano. E mais ainda: Assad revelou que não se oporia, de forma alguma, às opções da Autoridade Palestina nas negociações com Israel, que não os criticaria nem se envolveria na questão. Mas, seria essa série de gestos suficiente para mudar o tom e as atitudes da política norte-americana?

As duas correntes de Washington

As sanções elaboradas em Washington foram adiadas por duas vezes: após o assassinato do xeque Yassin, e depois da deterioração da situação no Iraque

As reações em Washington permitiram avaliar os resultados obtidos. A mais significativa ocorreu no Congresso, em duas etapas sucessivas. Num primeiro momento, em 15 de julho de 2003, anunciou-se que o subsecretário de Estado, John Bolton, apresentaria ao Congresso um relatório muito rigoroso sobre a questão síria, incluindo ameaças mais ou menos explícitas contra Damasco. Na verdade, a divulgação do relatório foi adiada: foi considerado exagerado pelo Departamento de Estado, que desejava manter abertos outros canais de negociação.

Mas deu “frutos” na edição de 22 de julho do New York Times, sobre o suposto desenvolvimento de armas químicas e biológicas pela Síria. John Bolton teria trazido seu relatório sem que fosse possível saber até que ponto ele havia sido modificado. Acusava a Síria de não ter dado respostas satisfatórias às exigências norte-americanas e de constituir, conseqüentemente, uma fonte latente de ajuda ao terrorismo internacional, uma ameaça concreta à independência do Líbano e um perigo virtual para toda a região, caso prosseguisse com a criação de seus programas de armas de destruição em massa. Eis aí, portanto, motivos para que fossem adotadas sanções contra o país. E foi isso, na realidade, a segunda etapa: no dia 11 de novembro de 2003, o Congresso votou uma resolução – a chamada Syria Accountability Act – que autoriza o presidente dos Estados Unidos a proclamar, quando assim o decidir, sanções proporcionais ao perigo que a Síria continua representando, na opinião de Washington.

Em Damasco, concluiu-se que duas correntes se opunham dentro do governo norte-americano e que nenhuma delas tinha a palavra definitiva. Para uma delas, era necessário aproveitar, o mais cedo possível, uma oportunidade para desfechar uma crise que colocasse em dificuldades o regime ba’athista, a ponto de provocar sua queda, após sanções drásticas ou até pressões militares. Para a outra, provavelmente a mais influente, o objetivo seria isolar a Síria, privando-a de qualquer capacidade de ação ou de influência da região – e, conseqüentemente, dos acordos políticos que pudessem vir a ser feitos.

As sanções norte-americanas

Os tumultos na região curda fizeram com que o presidente George W. Bush editasse as sanções previstas contra a Síria no dia 11 de maio de 2004

Numa avaliação ampla, os dirigentes sírios consideraram que seu objetivo fora atingido: não pairava qualquer ameaça militar sobre seu país, as sanções aprovadas pelo Congresso ainda não haviam sido adotadas e Damasco ainda podia decidir de forma soberana sobre sua política e seus meios de defesa. Por algum tempo, prevaleceu em Damasco um clima de otimismo. Atualmente, atolados no Iraque com o crescimento da Resistência, os Estados Unidos certamente não estariam preocupados em aumentar seu desgaste na região lançando-se em novas aventuras. As sanções elaboradas em Washington foram adiadas por duas vezes: após o assassinato do xeque Yassin, no dia 22 de março de 2004, quando a medida correria o risco de provocar graves tumultos em toda a região e, posteriormente, quando a brusca deterioração da situação das tropas norte-americanas no Iraque, por ocasião do caso Falluja, trouxe o temor de uma conflagração mais generalizada – embora o porta-voz do Estado-Maior norte-americano, que se encontrava no local, tenha questionado publicamente a ajuda que a Resistência iraquiana estaria recebendo, em suas palavras, através da fronteira com a Síria. Mais uma razão para se acreditar, em Damasco, que a corrente menos hostil para com a Síria era a preponderante em Washington e que seria até possível estabilizar as relações entre os dois países.

Foi então que ocorreram três episódios em sentido inverso. Em março de 2004, produziram-se graves tumultos na região curda, perto da fronteira iraquiana. Aparentemente, decorreram da situação local. Porém, citando o papel que os curdos tradicionalmente desempenham na vida econômica e política do país, bem como a violência das manifestações – quando foi queimada a bandeira nacional –, os dirigentes sírios as atribuíram à ação clandestina dos partidos curdos iraquianos aliados dos Estados Unidos, ou até aos próprios serviços de espionagem norte-americanos.

O que acabou fazendo com que o presidente George W. Bush editasse as sanções previstas contra a Síria no dia 11 de maio de 2004. As que envolvem comunicações aéreas são apenas teóricas, já que nenhum avião sírio pousa em território norte-americano. Outras, no entanto, envolvendo operações financeiras, e em especial a transferência de fundos, podem comprometer as relações comerciais e afetar as significativas comunidades sírias existentes nos Estados Unidos.

Cenário de confronto

É evidente que foi a Resistência iraquiana que mais pesou para desviar os Estados Unidos de uma ação de maior envergadura para com os Estados vizinhbos

Muito mais agressivo foi considerado o comportamento norte-americano em relação aos acordos de parceria projetados entre a Síria e a União Européia. Isto porque ninguém duvida, em Damasco, que os Estados Unidos estejam na origem das iniciativas tomadas por alguns países europeus – a Grã-Bretanha, a Holanda, mas também a Alemanha e, mais tarde, em 25 de maio de 2004, todos os 25 Estados membros – no sentido de que os acordos só fossem aceitos mediante o abandono, pelos sírios, de qualquer programa de armas de destruição em massa. Essa cláusula jamais constara de acordo algum assinado entre a União Européia e outros Estados. Em Damasco, isso foi interpretado como um gesto deliberadamente dirigido contra os interesses sírios, assim como uma prova da eficiência das pressões norte-americanas sobre a União Européia, por meio de governos tradicional ou ocasionalmente alinhados com os Estados Unidos.

Isso tudo significa que o governo sírio não perde vista, em hipótese alguma, a possibilidade de um confronto. O cenário mais provável – mas, talvez também, o pior – tem início no choque provocado em todas as comunidades xiitas da região, e principalmente no Irã, pelos ataques das tropas norte-americanas contra Karbala e Nadja, assim como uma eventual retomada de combates entre elas e a resistência xiita no Iraque. Em tal caso, o Hezbollah libanês – seja por iniciativa própria, seja pelo incentivo do governo iraniano – poderia revidar por meio de uma ajuda mais direta à resistência palestina. Não existem quaisquer dúvidas a respeito da decisão que, nessa situação, tomaria o governo israelense. O primeiro-ministro Ariel Sharon já teve oportunidade de o dizer: consideraria a Síria responsável pelo que o Hezbollah fizesse e o revide militar israelense seria diretamente dirigido contra as forças sírias no Líbano – e talvez contra instalações militares e industriais em território sírio. É esse o perigo mais verossímil que se apresenta à Síria em caso de uma crise.

Vereda estreita

Recusar, em especial, o abandono de seu programa de armamento – por mais limitado que, na realidade, possa ser – significa, para Damasco, correr o risco de mais pressões

Resumindo, é evidente que foi a Resistência iraquiana que mais pesou para desviar os Estados Unidos de uma ação de maior envergadura para com os Estados vizinhos: os dirigentes sírios são os primeiros a reconhecê-lo. É verdade que suas decisões também contribuíram para afastar os riscos de um confronto imediato. Mas eles sabem que, no momento atual, sua política se assemelha a uma vereda estreita no alto de uma montanha.

Manter integralmente a posição de escolher sua liberdade de opções políticas e militares e recusar, em especial, o abandono de seu programa de armamento – por mais limitado que, na realidade, possa ser –, enquanto Israel pode desenvolver sua capacidade de destruição em massa com seu armamento nuclear, significa, para Damasco, correr o risco de mais pressões – e até de novas iniciativas por parte dos Estados Unidos. Ceder a tudo significaria, para o regime, comprometer a base sobre a qual foi construído e vem se apoiando há décadas: seu nacionalismo indiscutível, sua vontade explícita de independência e a autoridade que conseguiu, não só no exterior como junto à sua própria população.

Ao mesmo tempo, haveria um risco grande de ver ressurgirem as oposições internas, ainda latentes e reduzidas ao silêncio, mas nunca desaparecidas, que poderiam ter seu início na onda de islamismo radical que abala toda a região.

(Trad.: Jô Amado)




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