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PALESTINA

A verdade sobre uma desocupação

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O desmantelamento das colônias de Gaza, proposto por Sharon, visa, por um lado, aplacar a resistência crescente a sua política brutal, ao mesmo tempo em que serve para congelar um processo mais abrangente de paz com os palestinos

Amnon Kapeliouk - (01/12/2004)

O principal obstáculo à paz reside na recusa de Ariel Sharon a um Estado Palestino na Cisjordânia e em Gaza, com Jerusalém-Oriental como capital

Após a morte do presidente Arafat e a reeleição de George W. Bush, muitos comentaristas anunciam um relançamento do processo de paz no Oriente Médio. É ser um tanto precipitado e esquecer que o principal obstáculo à paz reside na recusa de Ariel Sharon a um Estado Palestino na Cisjordânia e em Gaza, com Jerusalém-Oriental como capital. Com seu plano de evacuação de Gaza, o primeiro-ministro israelense espera, principalmente, evitar a reabertura de negociações sobre a questão essencial com a Autoridade Palestina.

O plano de desocupação adiantado pelo primeiro-ministro israelense, general Ariel Sharon, prevendo o desmantelamento das colônias judaicas da faixa de Gaza e que envolve 7.000 pessoas1, suscita inúmeras reações positivas. A oposição trabalhista, o “Paz Agora” e mesmo o partido Yahad – “pai” do pacto de Genebra2 e que preconiza a volta às fronteiras de 1967 com algumas retificações mutuamente aceitas – todos felicitam Sharon por sua “coragem” e por sua “clarividência”. Uma mesma aprovação se expressa no exterior. Dirigentes ocidentais multiplicam os elogios em relação ao primeiro-ministro israelense congratulando-se por ouvirem palavras como “desmantelamento das colônias” de sua boca. Evidentemente, evacuar uma única colônia construída em território palestino ocupado há 37 anos representaria um grande começo, mas faria do plano de evacuação de Gaza um projeto de paz?

Evacuação em marcha lenta

De um lado, se Ariel Sharon fosse realmente sério, essa evacuação das colônias judaicas teria sido executada em algumas semanas ou até em dois ou três meses no máximo. Ora, desde o anúncio de tal retirada, já se passou um ano sem que nenhum colono deixasse a faixa de Gaza. Sharon se arrasta, fala dos “sacrifícios dolorosos” aceitos pelos israelenses com o desmantelamento de algumas colônias e… não faz nada. Atraindo a atenção para Gaza, ele atrasa ainda mais as negociações fundamentais sobre a criação de um Estado palestino.

Sharon se arrasta, fala dos “sacrifícios dolorosos” aceitos pelos israelenses com o desmantelamento de algumas colônias e… não faz nada

De outro lado, é evidente que a criação de colônias nessa faixa foi um fracasso total: ali se instalaram apenas 7 mil colonos, ao passo que, na Cisjordânia, existem mais de 250 mil (sem contar os 200 mil judeus instalados na parte de Jerusalém ocupada desde 1967). Se monopolizam 40% das terras e utilizam 50% da água, eles quase não pesam diante do milhão e meio de palestinos que se espremem na faixa de Gaza. Ademais, sua segurança requer somas importantes e a mobilização de numerosos militares que, às vezes, pagam com suas vidas essa tarefa ingrata. Em tais condições, deixar Gaza não é, verdadeiramente, um sacrifício para Israel. É muito mais um alívio.

Congelamento da paz

As agitadas manifestações dos extremistas e fanáticos da direita nacionalista, as ameaças de “guerra civil” em caso de desocupação e os apelos de elementos fascistizantes para matar o primeiro-ministro por sua “traição” são explorados pelo governo, principalmente no exterior, para mostrar que a retirada de Gaza já se revela muito difícil e que não será possível, por um bom tempo, levar em consideração uma outra retirada na Cisjordânia. Enquanto se espera, o processo de paz ficaria bloqueado “até que os palestinos se tornem finlandeses”, segundo a expressão paternalista do principal conselheiro de Sharon, seu emissário permanente na Casa Branca e, sobretudo, seu homem de confiança, o advogado Dov Weisglass3. Este define o pensamento do primeiro-ministro: “A desocupação representa o formol. Ela fornece a quantidade necessária dessa solução para evitar um processo político com os palestinos”. Em outros termos: para congelar o processo de paz. O que ele explicita cruamente: “O processo de paz significa a criação de um Estado palestino, o desmantelamento das colônias [na Cisjordânia], o retorno dos refugiados, a divisão de Jerusalém. Agora tudo está congelado.”

Além do mais, o plano de desocupação estabelece, em seu primeiro ponto, que “na ausência de parceiro palestino para negociações de paz”, é necessário agir unilateralmente. Esta alegação visa a manter a liberdade de ação e a ignorar os interesses dos palestinos. Seu caráter colonialista é patente: o ocupante escolhe não só seus próprios delegados, mas também os representantes dos ocupados.

Caráter nefasto

O objetivo do projeto Sharon destina-se, além do congelamento do processo de paz, a dar às colônias da Cisjordânia, um status permanente a fim de anexá-las

A proposta de realizar um plebiscito em Israel sobre a reestruturação apresenta o mesmo caráter nefasto. Seria necessário, antes de tudo, colocar a questão àqueles que sofrem, cotidianamente, a ocupação e que vivem sob um regime de apartheid que reserva aos colonos judeus instalados um status jurídico separado e muito superior ao dos palestinos, violando a IV Convenção de Genebra.

A morte súbita do presidente Yasser Arafat trouxe alegria para Ariel Sharon. O símbolo da luta nacional palestina desapareceu e o primeiro-ministro espera impor seus planos aos sucessores. Aqueles que, como o Partido Trabalhista, esperavam vê-lo renunciar a seu unilateralismo – após o desaparecimento do “obstáculo” Arafat –, ficaram decepcionados. A morte do velho chefe palestino não significa, segundo Sharon, que exista um parceiro para discutir a paz. E, ao contrário, começa a explicar que se abre um período de incertezas, que não é absolutamente certo que a nova direção possa erradicar o terrorismo, acabar com as incitações à violência, realizar em profundidade as reformas necessárias etc. Enquanto se espera, e por muito tempo, o governo israelense pretende agir de maneira unilateral.

Aval de Bush

O objetivo essencial do projeto Sharon destina-se, além do congelamento do processo de paz, a dar às colônias da Cisjordânia, sobretudo aos grandes blocos, um status permanente a fim de anexá-las. O presidente George W. Bush prometeu ao primeiro-ministro israelense, depois da publicação do plano de retirada de Gaza4, que, no âmbito do acerto final, essas colônias fariam parte do Estado de Israel... Weisglass5 revela o pensamento profundo do primeiro-ministro: “E, dentro de alguns anos, talvez dezenas de anos [sic!], quando houver negociações entre Israel e os palestinos, e quando vier o senhor do mundo, ele baterá na mesa e dirá: Nós já dissemos, há dez anos, que os grandes blocos das implantações são parte integrante do Estado de Israel”. Enquanto isso, a colonização continuará com a esperança de dobrar o número de colonos na Cisjordânia, o que criaria uma situação irreversível no local. A criação de um Estado palestino independente se tornaria irrealizável.

A desocupação sem uma coordenação com os palestinos fará de Gaza a maior prisão do mundo, com os carcereiros deixando o interior, mas guardando as portas. O exército israelense supervisionará o espaço aéreo e marítimo, bem como as fronteiras. E o exército se reserva o direito de entrar na faixa “para combater o terrorismo”.

Escalada das críticas

Enquanto isso, a colonização continuará com a esperança de dobrar o número de colonos na Cisjordânia, o que criaria uma situação irreversível no local

Na realidade, quando Ariel Sharon foi contra o projeto de desocupação e separação dos palestinos mencionado por seu antecessor, Ehud Barak, é porque ele se mantinha partidário de um Grande Israel. Alguns meses após sua eleição, em fevereiro de 2001, lançou aos alunos, durante uma cerimônia numa escola em Jerusalém, a frase “Eretz Israël [a Palestina histórica] inteira nos pertence...”

Mudou de opinião porque a situação no local mudou. Depois de sua ascensão ao poder – a Intifada já se instalara de modo duradouro –, Sharon fez de tudo para quebrá-la pela força. Toda a sociedade civil dos territórios palestinos sofre com sua mão de ferro. O primeiro-ministro esperava uma rendição palestina, mas seu plano fracassou. Pela primeira vez na história das guerras de Israel, o adversário penetra no interior de seu território e causa a morte de centenas e centenas de civis nas cidades do país. Além disso, a economia nacional, em primeiro lugar o turismo, foi duramente atingida. O moral da população anda baixo. As críticas contra a recusa de qualquer retomada de negociações com a Autoridade Palestina e contra as violações flagrantes dos direitos humanos aumentam. O acordo de Genebra, uma iniciativa de pacifistas israelenses e palestinos (“pior que Oslo”, segundo Sharon), atrai simpatizantes tanto em Israel como no mundo, sobretudo no Ocidente, onde algumas chancelarias, particularmente na França, saudaram esse engajamento como uma base possível para futuras negociações.

A recusa dos militares

A desocupação sem uma coordenação com os palestinos fará de Gaza a maior prisão do mundo, com os carcereiros deixando o interior mas guardando as portas

Mas o que mais preocupa o general Sharon são as críticas acerbas dos militares contra o comportamento brutal do exército em relação à população palestina, classificado como contrário às normas humanitárias. Às centenas de refuzniks6 do movimento Yesh Gvoul (“há um limite”), que foram condenados à prisão por se recusarem a fazer o serviço militar nos territórios ocupados, juntaram-se 27 pilotos da Aeronáutica, dentre eles o lendário general Iftah Spector, veterano da guerra de 1967. Eles assinaram, no fim de setembro de 2003, um abaixo-assinado condenando a ocupação que “corrompe toda a sociedade israelense”, e recusaram-se a dirigir operações de “liquidação de alvos escolhidos” nos territórios palestinos, “de ataque a civis inocentes” e “de ataque a zonas densamente povoadas”. Mais tarde, 13 reservistas, oficiais e graduados da unidade de elite número 1 do exército, Sayeret-Matkal, escreveram a Sharon dizendo que não tomariam parte “na negação dos direitos humanos de milhões de palestinos; nós não serviremos de escudo para as colônias; nós não mancharemos nossa imagem em operações de um exército de ocupação”.

O cúmulo se deu em meados de novembro de 2003, quando quatro ex-chefes do Shin Beth, durante uma mesa-redonda, deram o alarme advertindo que essa política “joga o país no abismo”. “É inadmissível”, reagiu Sharon, o qual acusou esses quatro ex-responsáveis dos serviços da segurança interna de criarem um clima que ameaça … a segurança do país.

O primeiro-ministro realizou, então, consultas junto a seus conselheiros para tentar deter essa escalada. Compreendeu que lhe era necessário apresentar um projeto que neutralizasse o pacto de Genebra ao mesmo tempo em que atenuasse as críticas internas e externas. Sugeriu-se, por exemplo, acabar com a Autoridade Palestina ou, ao contrário, retomar o processo de paz, mas sem vontade de chegar a qualquer resultado. Sharon rejeitou, de imediato, todas essas idéias.

Veneno com mel

O que mais preocupa o general Sharon são as críticas acerbas dos militares contra o comportamento brutal do exército em relação à população palestina

Em Roma, no dia 18 novembro de 2003, ele encontrou o emissário da Casa Branca, Eliott Abrams, e lhe comunicou suas preocupações. Abrams propôs, então, retomar as negociações com os sírios. Sharon recusou e mencionou o projeto de desocupação unilateral de Gaza7 . As reações não tardam e os dirigentes ocidentais, entusiasticamente, felicitam Sharon por sua “coragem”.

O pacto de Genebra vai para a gaveta. A oposição trabalhista apóia o primeiro-ministro e faz tudo para se juntar à coalizão da direita nacionalista e religiosa. “Sharon mudou”, alegram-se Shimon Peres e seus amigos, sem formularem a menor reserva sobre os aspectos negativos do plano. Nenhuma crítica tampouco contra os crimes perpetrados pelo exército em Rafah, em Jabaliyya e outros lugares nos territórios palestinos e que causaram centenas de mortes, na maioria de civis, e a destruição de centenas de casas, especialmente nos campos de refugiados.

Os palestinos reagiram com ceticismo ao plano de desocupação. Eles não acreditam numa palavra de Ariel Sharon. O jornalista palestino Elias Zananiri resume suas reações: “O plano Sharon parece o veneno que contém um pouco de mel.”

(Trad. Iraci D. Poleti)

1 - Publicado em francês por Sindbad, em 1990.
2 - Coletânea organizada em 1966, em árabe, reproduzida no livro Anthologie 1966-1982, Editions de Minuit, 1988.
3 - Dirigente palestino durante os anos 1930/1940, que simbolizou a derrota e a ruína da Palestina.




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