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Potência em ascensão no Oriente, a China estimula um encontro regional sem a presença dos EUA – o primeiro, em décadas. Mas haverá novidade nas relações sociais estimuladas por Pequim?

Jean-Claude Pomonti - (01/12/2005)

O Sudeste Asiático acompanha o novo posicionamento de uma China livre de falsos brilhos socialistas e que pretende impôr um equilíbrio face ao poder norte-americano

Em agosto de 1990, com grande hesitação, o general Suharto reestabeleceu as relações diplomáticas entre Jacarta e Pequim, rompidas em 1967. Quinze anos mais tarde, a China concedeu à Indonésia o estatuto de "parceiro estratégico", um privilégio cujos únicos beneficiários eram, até então, os Estados Unidos, a Rússia e a Índia. Sabendo que o comunismo ainda é proibido na Indonésia, este recuo é uma lição de pragmatismo. Além disso, demonstra até que ponto Pequim é de novo a vedete no sudeste asiático.

Nesse sentido, a primeira reunião de cúpula da Ásia leste – a ser realizada na Malásia em 14 de dezembro – representa ao mesmo tempo uma consequência e um ponto de partida. Este encontro vai reunir os dez Estados membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean, em inglês), a China, o Japão e a Coréia do Sul. O encontro tornou-se conhecido como Asean +3. Três Estados da periferia mais diretamente envolvidos – Índia, Austrália e Nova Zelândia – foram convidados. Dois tenores foram descartados: Estados Unidos e Rússia, cuja principal tribuna regional continua sendo o encontro anual de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC, em inglês), reunido na Coréia do Sul de 12 a 17 de novembro de 2005. O Sudeste Asiático está atento ao novo posicionamento de uma China livre de falsos brilhos socialistas e que pretende, pelo menos num primeiro momento, impor um equilíbrio face ao poder norte-americano.

China, ameaça ou trunfo? Os dois ao mesmo tempo, tendem a responder os dirigentes de uma sub-região que já agrupa mais de meio bilhão de habitantes. "A emergência da China é do intreresse de todos e se ela não se der de maneira pacífica, será o caos", avaliou em abril Le Kuan Yew, influente patriarca de Cingapura. Em outras palavras, é preferível entrar em parceria regionalmente, nem que seja apenas para se fazer ouvir por um interlocutor poderoso e incontestável. Fazer com que seu vizinho esteja, de preferência, a seu lado, mas empreendendo um esforço constante de adaptação.

À exceção de Tóquio, que estreitou relações militares com Washington, e Cingapura, ao que parece ninguém deseja a preseça norte-americana neste círculo, que fala em fundar uma "comunidade da Ásia Oriental" dotada de "valores comuns" e de uma "identidade própria". A presença da Índia, da Austrália e da Nova Zelândia – assegurada por insistência da Indonésia, do Japão e de Cingapura – deveria tranqüilizar Condolezza Rice, que estava preocupada, em fevereiro, passado com a formação de um grupo "fechado" e "introvertido"1 . Para os chineses, a plataforma ainda continua ideal. Com o "desenvolvimento pacífico" por bandeira, eles pretendem não incomodar ninguém.

Um passado de conflitos...

Mas não foi sempre assim. Em 1974, um ano antes da vitória dos comunistas vietnamitas, Pequim os havia colocado diante de um fato consumado, ao deslocar a guarnição sul-vietnamita dos Paracels, o arquipélago setentrional do Mar da China do Sul, por onde passa principal tráfego marítimo entre o Oriente Médio e o Extremo, e cujo fundo seria rico em petróleo e gás. Em seguida, o Vietnam pagou caro por sua intervenção militar no Camboja.: A China o "puniu" atacando, em fevereiro de 1979, a fronteira entre os dois países e reforçando sua posição nos Spratleys, o arquipélago meridional do Mar da China do Sul.

Em 1992, no dia seguinte à "normalização" das relações entre Pequim e Hanoi, o parlamento chinês decidiu instaurar a "soberania chinesa" sobre 80% das águas do Mar da China do Sul. Depois, dez anos mais tarde, sem renunciar a esta "soberania", Pequim assinou com a Asean um "código de conduta" envolvendo as águas disputadas por seis rivais2. Enfim, em março de 2005, China, Vietnam e Filipinas entraram em acordo por explorações petrolíferas conjuntas.

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Em expansão econômica para oeste, a China faz investimenos maciços em infra-estrutura, no vale do Mekong. Em alguns casos, há conseqüência ambientais dramáticas

Criada em 1967, por cinco governos anticomunistas – Indonésia, Malásia, Filipinas, Cingapura e Tailândia – , a Asean incorporou o pequeno sultanato de Brunei em 1984, no dia seguinte à sua independência. Mas só se estendeu aos outros países da região – os Estados da antiga Indochina e a Birmânia – depois da guerra fria. O conjunto precisou se adaptar, depois, ao crescimento rápido do poder da China.

Os dirigentes da Asean sabem que a China já se tornou a sétima economia mundial. Seu comércio exterior a posiciona em terceiro lugar, atrás dos Estados Unidos e da Alemanha. Ela foi, em 2004, o terceiro recebedor (atrás dos Estados Unidos e do Reino Unido) de investimentos estrangeiros (quase cinqüenta e dois bilhões de Euros) 3 . Os países pobres, como o Camboja, o Laos e a Birmânia são os mais dependentes da ajuda chinesa, cuja contrapartida é estratégica, não moral.

... e um momento de interesses

O reforço dos clientes no vale do Mekong é, de fato, conseqüência da reorientação do desenvolvimento interno chinês "em direção ao oeste", parte mais desfavorecida do país. O terreno é favorável: A Tailândia evita qualquer disputa com a China, o Vietnam deve se acostumar à eficaz marcação chinesa e Pequim acaba sendo o principal ponto de apoio da junta birmânica no estrangeiro, isolada da cena internacional.

Depois de 2004, suas contribuições para o Banco Asiático de Desenvolvimento (BAD) estimularam muitos projetos de infraestrutura na região do Mekong, cuja rota deve religar, através do Laos, o Yunnan ao norte tailandês, por meio da construção de uma nova ponte em Ban Houey Saï, sobre o grande rio. Bem mais acima, a China já havia levantado duas barragens sobre o Mekong. Três outras estão em construção. Ali onde o grande rio marca a fronteira entre a Birmânia e o Laos, os chineses eliminaram recifes e bancos rochosos para facilitar o comércio fluvial. Contudo não puderam fazer o mesmo por baixo d’água, por conta da oposição dos pescadores tailandeses. Os efeitos desses trabalhos foram, ainda assim, espantosos: retenção de aluviões férteis, aceleração das altas e baixas marés, erosão dos rios, redução das espécies de peixes migratórios e evidente prejuízo para a pesca.

Em novembro de 2002, a Asean e a China decidiram criar uma zona de livre-comércio com implantação em 2010, para os países mais desenvolvidos da Associação, e em 2015, para os mais pobres. As trocas comerciais entre os dois parceiros atingiram 80 bilhões de euros em 20044 e estão crescendo em 25% ao ano, o que faz da Asean o quarto parceiro comercial da China, atrás apenas da União Européia, Estados Unidos e Japão. Os investimentos chineses no sudeste asiático, mesmo ainda modestos (190 milhões de euros em 2004 contra 2,5 bilhões de euros do Japão, por exemplo), estão aumentando incrivelmente: só para a Indonésia estão planejados 25 bilhões de euros, nos próximos dez anos.

Da disputa comercial à busca de matérias-primas

Os chineses começaram a inundar o mercado vietnamita com suas motocicletas baratas antes de negociar o estabelecimento local de duas montadoras. Haviam feito o mesmo pouco antes na Tailândia. Na Indonésia, seus produtos de consumo – de menor qualidade mas mais baratos – correspondem à demanda e se encontram em todo lugar. Os preços de seus produtos têxteis, em boa parte objeto de contrabando, desafiam qualquer concorrência e arriscam a viabilidade de muitas fábricas locais. O poliester chinês custa três vezes mais barato que o indonésio.

A penetração da China no sudeste asiático está ligada a uma insaciável necessidade de matérias primas para nutrir seu crescimento acelerado

O estreitamento das relações sino-indonesianas realizou-se graças a uma série de acordos bilaterais firmados em 2005. Um dos projetos conjuntos é a criação, em Bornéu, de plantações de palmeiras de dendê, cobrindo uma área de 1,8 milhões de hectares no lado indonésio da fronteira com os Estados malasianos de Sarawak et Sabah. O projeto poderia atrair cerca de sete bilhões de euros em investimentos estrangeiros e criar qusae cem mil postos de trabalho. Esta iniciativa provocou uma reação de indignação entre os ecologistas, já que os danos causados podem ser irreparáveis. Kalimantan, a parte indonesiana de Bornéu, que ainda abriga 27 milhões de hectares de florestas, já perde a cada ano 1,2 milhões de hectares. Por causa da derrubada frenética, o Banco Mundial estima que as terras baixas de Kalimantan estarão despojadas de sua cobertura florestal em 20105 .

A penetração da China no sudeste asiático está ligada a uma insaciável necessidade de matérias primas para nutrir seu crescimento acelerado. Em fevereiro último, um relatório da Agência de Investigação Ambiental (EIA), ONG baseada em Londres, afirmou que 2,3 milhões de metros cúbicos de madeira foram transportados da Papua indonesiana até o porto chinês de Zhangjiagang, próximo de Xangai6 . No entanto, em dezembro de 2002, os governos indonésio e chinês assinaram um acordo para a prevenção do contrabando de madeira e, em 2003, Jakarta havia proibido as importações de madeira não tradada.

Mas a China produz apenas metade dos quase 280 milhões de metros cúbicos de madeira que consome a cada ano. Ela se vira como pode. Segundo uma pesquisa feita pela EIA, com a ajuda da ONG indonésia Telapal, vários intermediários estão envolvidos nesse tráfico, desde oficiais superiores indonésios até gangues locais. Documentos falsos permitem modificar a origem da mercadoria.

O merbau (ou intsia), madeira super resistente abundante em Papua, alimenta o meio milhão de madeireiras de Nanxun, onde se fabricam pisos e móveis de jardim. "Os lucros são grandes. As comunidades locais recebem apenas dez dólares por metro cúbico de Merbau cortado em suas terras, enquanto que o mesmo metro cúbico é revendido por até 270 dólares na China", afirma o relatório, intitulado "A última fronteira"7 . Um metro cúbico de merbau permite fabricar um assoalho de 26 metros quadrados, que é vendido por dois mil dólares em Londres ou Nova York. A despeito de uma "repressão integrada" anunciada por Jakarta no começo do ano, este tráfico parece ter futuro: a corrupção é endêmica na Indonésia e a China tornou-se, em 2003, o segundo consumidor mundial de produtos florestais, atrás dos Estados Unidos.

O último palco de conflito da Guerra Fria

As florestas do norte da Birmânia estão fadadas ao mesmo destino. "Em média, a cada 7 minutos um caminhão transportando quinze toneladas de madeira cortada ilegalmente na Birmânia atravessa as fronteiras chinesas", estima a Global Witness, num relatório divulgado em 18 de outubro. "Em 2004”, prossegue a ONG londrina, “mais de um milhão de metros cúbicos de madeira – representando 95% das exportações de madeira da Birmânia para a China – foram exportadas ilegalmente do norte da Birmânia para a província de Yunnan". A Global Witness indica que esse tráfico é feito à luz do dia, aparentemente "fora de controle" e se beneficia da cumplicidade de militares birmaneses e de líderes étnicos locais. O número de sociedades florestais passou de quatro para cem desde 1984 até hoje. Os fatos ridicularizam o engajamento de Pequim, em setembro de 2001, contra este tipo de atividades: desde esta data, o contrabando aumentou em 60%, estima a Global Witness.

Numa região antes marcada pelo afastamento da China, o retorno chinês é visto como a construção de uma teia. A penetração comercial, ilícita se necessário, faz a cama para os investimentos. A busca de matérias primas para nutrir o crescimento é imperativa, como demonstra uma proposta recente de investimento na exploração do urânio na Austrália. Frente à convergência de interesses japoneses e estadunidenses, a China estreita seus laços com a Rússia. No sudeste asiático, utiliza até as menores brechas, chegando a oferecer uma ajuda militar mínima para as Filipinas. Se o caminho é longo, ninguém duvida que o reequilíbrio está a em curso, e que é preferível acostumar-se. Sabe-se o sudeste asiático foi, com a guerra do Vietnã, o teatro do último grande conflito da guerra fria, o que convida a refletir.

(Trad.: Patrícia Andrade)

1 - Entrevista entre a secretária de Estado norte-americana e o ministro das relações exteriores de Cingapura, George Yeo, relatada por Far Eastern Economic Review, Hongkong, Julho/Agosto de 2005.
2 - Os Estados presentes nos arquipélagos ou seus recifes.Além de China e Taiwan, Vietnam, Malásia e Filipinas. Brunei também reinvindica, mas não está presente.
3 - Relatório mundial da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad), Genebra, setembro de 2005.
4 - The Nation, Bangkok, 29 de abril de 2005 e Agência Xinhua, Pequim, 23 de outubro de 2005.
5 - Relatório publicado em 2001 e reeditado num relatório do World Wildlife Fund (WWF), intitulado Treasure Island at Risk, publicado em Genebra em 7 de junho de 2005.
6 - The Last Frontier, pesquisa realizada pela EIA, com a ajuda da Telepak, ONG indonésia, publicada em Londres em 17 fevereiro 2005.
7 - “The last Frontier”, op.cit..




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