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DOSSIÊ "GUERRA INFINITA"/AFEGANISTÃO

Ofensiva de primavera do Talibã

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Na seqüência de um conjunto de iniciativas diplomáticas e militares, os liderados do mulá Omar desencadeiam atentados suicidas e atos de guerrilha que assombram o governo pró-EUA. As milícias crêem que retomarão controle sobre parte do país em alguns meses

Syed Saleem Shahzad - (06/09/2006)

Há três anos, um comandante norte-americano no sudeste do Afeganistão lançou a hipótese de uma ofensiva de primavera contra os talibãs de seu setor. A simples alusão inflamou a imaginação do comando talibã. Ano após ano, a iminente ofensiva de primavera alimentou ameaças, cada vez mais violentas, de represálias contra as forças ocidentais. Mesmo assim, 2003, 2004 e 2005 passaram sem o menor sinal da famosa ofensiva. E foram finalmente os talibãs que passaram ao ataque na primavera (do hemisfério norte) de 2006.

O comando talibã do sudeste do Afeganistão dedicou a maior parte de 2005 à preparação da manobra. As "sessões de treinamento", lideradas por veteranos da resistência iraquiana, serviram especialmente para dar nova orientação à estratégia de terror, a ser estendida ao Waziristão, região paquistanesa fronteiriça do Afeganistão no ventre mole e poroso da "Linha Durand" [1]. Foi no interior das regiões sul e norte do Waziristão que os grupos de etnia pashtun fortemente armados e um mosaico de mercenários árabes, uzbeques e tchetchenos reuniram-se após a tomada de Kandahar, em dezembro de 2001, em pequenas bases rudimentares.

A ofensiva deflagrada na primavera de 2006 visou mais a uma revitalização das redes talibãs do sudeste do que a uma revolta geral contra o governo de Hamid Karzai. Contudo, foi preciso a rearticulação e mobilização de facções aparentemente díspares. Quais os resultados esperados pelo mulá Omar, guia supremo dos talibãs? Aplicar um golpe decisivo ao moral das tropas da poderosa máquina bélica norte-americana e proclamar sua soberania sobre o sul do Afeganistão e as zonas tribais paquistanesas adjacentes. Em outras palavras, preparar o caminho para o retorno dos talibãs como a maior força regional.

No fim de maio, uma visita aparentemente anódina de um emissário do comando talibã às bases do Waziristão mudaria radicalmente as relações entre forças locais. O visitante era o mulá Dadullah, comandante de cerca de 40 anos, sem uma das pernas, dotado de uma noção astuta da diplomacia local. Com sua barba eriçada e traços esculpidos, é o líder militar mais temido da região. As negociações bem sucedidas com diferentes facções, em preparação para a ofensiva de primavera, constituíram seu mais recente sucesso como combatente militar.

Vindo da província de Helmand, perto de Kandahar, o mulá Dadullah recebeu o mais rigoroso ensinamento islâmico num seminário em Quetta (capital do Balochistão, a maior província ocidental do Paquistão), em 1994. Ele juntou-se ao movimento talibã ainda em suas origens no Afeganistão. Ferido no front em Maidan Shehr, perto de Cabul, teve de amputar a perna esquerda. Em reconhecimento pelos serviços prestados, foi escolhido para ser um dos chefes na frente do norte, no comando de 12 mil homens. No final dos anos 1990, derrotou severamente em Kundunz os combatentes experientes do Hizb-i-Islami (HIA), liderados pelo ex-primeiro ministro Gubaldin Hikmatyar [2]. Os resultados logo justificaram a confiança que o tenaz mulá Omar depositara na habilidade diplomática de seu protegido. Ele desempenharia em 2005 um papel estratégico na preparação para a ofensiva.

O passo-a-passo da ofensiva diplomática

Ao longo de 2005, os talibãs se dedicaram a restaurar relações com diferentes membros do poder em Cabul – aliados declarados dos Estados Unidos, ou ao menos dissidentes leais. Novos emissários foram enviados aos senhores de guerra semi-autônomos. Importantes contatos estratégicos serão tecidos com duas importantes facções entre os grupos dos mujahedin, que expulsaram o exército soviético do Afeganistão. A primeira facção: Hizb-i-Islami, dirigida por Hikmatyar. A segunda, às ordens do ultra-ortodoxo Moulvi Younus Khalid. Tendo em conta a grande hostilidade que reinava entre as duas, a obtenção do suporte de ambas numa aliança anti-Karzai foi um grande avanço na nova diplomacia dos talibãs. Outro passo em direção ao sucesso foi conseguir que comandantes pashtun e seus equivalentes uzbeques ou tadjiques sincronizassem suas ações com as forças renascentes dos talibãs no sudeste.

Em sua passagem pelas regiões norte e sul do Waziristão, o mulá Dadullah distribuiu a cópia de uma carta do mulá Omar: "Cessem imediatamente os combates contra as forças paquistanesas [3]. É uma empreitada caótica que não pode ser confundida com o verdadeiro Jihad islâmico. O Jihad foi lançado no Afeganistão; portanto, devemos nos reunir no Afeganistão para combater os norte-americanos e seus aliados infiéis". Tendo o mulá Omar sempre gozado de grande influência sobre os grupos pró-talibã, quaisquer que fossem, conseguiu que todos seguissem seu chamado. Os 27 mil homens do norte e os 13 mil do sul anunciaram um cessar-fogo com o exército paquistanês. Os grupos talibãs se agruparam nas cidades de Shawal e Birmal, nas montanhas de Ghulam Khan, no norte, e em Shakai, no sul.

Para aproveitar ao máximo sua visita, o mulá Dadullah levou material em áudio e vídeo, recebido da resistência iraquiana. As fitas mostravam três representantes de Abu Musab Al Zarqawi (líder da Al-Qaeda no Iraque) no Afeganistão, na companhia de Osama bin Laden, de Ayman Zawahiri (número dois da Al-Qaeda) e do mulá Omar, em março de 2006. Esses homens reconheciam mulá Omar como o líder da resistência no Iraque e no Afeganistão.

No pacote, a exortação aos atentados suicidas

Entre os documentos mostrados, estavam discursos do mulá Omar e de religiosos de alto escalão que autorizavam o suicídio. A sociedade afegã, muito praticante, geralmente considera o suicídio um pecado. Mesmo tendo visto no passado alguns kamikazes isolados se sacrificarem, o suicídio jamais se tornou estratégia corriqueira. Para generalizar a prática, o mulá Dadullah utilizou dezenas de vídeos mostrando como a resistência iraquiana se serviu do suicídio com eficácia. Foi o suficiente para convencer os grupos do Waziristão, Tadjiquistão, Uzbequistão e de diversas cidades do Paquistão.

Uma primeira equipe de 450 membros, sendo 70 mulheres, foi recrutada no vale de Kunar. Os árabes e nativos da Ásia Central, que compunham o grupo, acabaram morrendo no Waziristão e Afeganistão. Mas alguns sobreviveram... Ao mesmo tempo, os talibãs iniciaram ataques esporádicos com seus milhares de homens dispersos, aliados aos senhores de guerra de todo o Afeganistão. O reforço de 40 mil homens vindos do Waziristão deu fôlego considerável à ofensiva de primavera, sob o comando experiente do veterano Jalaluddin Haqqani.

Pequeno e magro, o comandante Haqqani obteve um número recorde de vitórias contra as tropas soviéticas. A batalha de Khost, em 1991, levou decisivamente ao colapso o governo comunista e permitiu que os mujahedin tomassem Cabul em 1992. Quando os talibãs surgiram, em 1994, Haqqani foi o único líder no Afeganistão a entregar incondicionalmente a cidade de Khost às milícias deste grupo. No entanto, ele nunca foi um talibã, não fazia parte do movimento, e por isso foi rejeitado. Sob o regime dos talibãs (1996-2001), mesmo sendo ministro de fronteiras, jamais foi consultado sobre questões políticas.

Durante o recuo diante das tropas norte-americanas e seus aliados, em 2001, Haqqani ofereceu abrigo a todos os combatentes em fuga, em seu santuário no Waziristão do Norte. Para a ofensiva de 2006, o mulá Omar lhe havia dado carta branca. Haqqani se tornou a pessoa mais importante do Afeganistão depois do mulá Omar. Ele amarrou os contatos em todo o país, entre uzbeques, tadjiques e pashtuns. Enviou numerosos jovens recrutas às células dos líderes guerrilheiros locais, a maioria das vezes não-talibãs (das províncias de Herat, Logar e Laghman). Essas províncias constituíam os elos fracos da rede talibã. Haqqani negociou a proteção dos jovens guerreiros mediante remessas generosas de dinheiro aos líderes locais.

Ele também formou grupos de combatentes e os enviou às zonas fronteiriças de Kandahar, Helmand, Paktia e Paktika, onde deveriam recrutar mais guerreiros para uma ofensiva com táticas de guerrilha. Estes grupos realizariam apenas operações suicidas contra as forças da coalizão. Um comandante para cada dez foi estabelecido, sendo cada um deles responsável por uma região. O mulá Omar manteria o controle do conjunto por meio de um emissário permanente (seu antigo ministro da defesa, mulá Obaidullah Akhund).

Em junho e julho, vieram à tona os resultados supreendentes desta estratégia. Os talibãs avançaram profundamente de Cabul a Kandahar, abalando a região com atentados suicidas que deixaram os nervos da coalizão à flor da pele. A tática acaba forçando as tropas da coalizão a permanecerem em grandes cidades. Era o que os talibãs esperavam desde 2003, para implantar uma ofensiva à moda afegã. Entrando em cena no sudeste do Afeganistão, o mulá Dadullah ocupa diversos distritos de Kandahar, Urzgan, Zabul e Helmand e expulsa administrações locais. Era um sinal para os simpatizantes que de que o talibã estava de volta. O apoio se revitaliza.

Até quando irá o esconde-esconde?

Por sua vez, Haqqani delega seus poderes na região de Paktia e confia ao antigo governador talibã (Maulvi Abdul Kader) a gestão da província de Nanagarhar. Este último não tem nenhum traço de chefe de guerra, mas Haqqani preparou o terreno para que ele conquistasse vitórias facilmente. Os senhores de guerra locais, leais a Haqqani, e a fidelidade dos guerrilheiros punjabi constituíram a arma mais temida dos talibãs.

Uma nova estratégia passa a ser aplicada. Quando a força aérea norte-americana entra em ação, os guerrilheiros recuam a zonas seguras. Depois, quando forças da coalizão partem para o ataque com a ajuda de tropas afegãs, os talibãs estão à espera com explosivos e atentados suicidas, provocando um número de baixas jamais visto pela coalizão desde a derrota dos talibãs, em 2001.

No nordeste do Afeganistão, a situação é diferente. As províncias de Kunar e do Nooristão, historicamente hostis às invasões estrangeiras (os russos nunca puderam ocupar o Nooristão), não eram terreno fértil para a propaganda talibã. A maior parte da população de Kunar e do Nooristão pertence a uma escola de pensamento salafista, diametralmente oposta ao pensamento hanafita [4] dos talibãs. A maioria era fiel ao xeque Jameelur Rehman, a Gubaldin Hekmatyar ou ainda ao comandante Ahmad Shah Masood.

O chefe mais poderoso, Kashmir Khan, era fiel a Hekmatyar e despertara desde sempre a desconfiança dos talibãs. Quando Hekmatyar voltou do Irã, Khan travou batalha contra as forças de coalizão, porém de forma isolada, já que os talibãs não confiavam nele, e ele nunca desejou, por sua vez, juntar-se aos talibãs. Graças a seus intermediários, Haqqani conseguiu instalar em Kunar o comandante Mohammed Ismael. Os talibãs passam a restringir suas ações a ataques suicidas e uso de bombas, recorrendo às vezes a ações esporádicas com táticas de guerrilha contra a coalizão.

Em meados de julho de 2006, os talibãs pareciam ter sido bem sucedidos no sul do Afeganistão. Todos os dias ocupavam novos distritos, de Musa Qila a Sagin ou Panjwai. As forças de coalizão certamente voltariam a tomar essas regiões. O jogo de esconde-esconde não duraria para sempre. Os talibãs pretendem ocupar todo o sudeste ainda antes do inverno...

Tradução: Silas Martí silas.marti@revistaflan.com



[1] O tratado que definiu a "Linha Durand" foi assinado em novembro de 1893, para marcar a fronteira indo-afegã durante cem anos. O Afeganistão não reconhece esta fronteira, que hoje separa este país do Paquistão.

[2] Engajado na luta contra os soviéticos desde 1979, Hikmatyar dirigiu as operações em Peshawar, no Paquistão, onde, protegido pela CIA, tornou-se um dos principais beneficiados pela ajuda norte-americana. Ministro das relações exteriores do governo afegão em 1989, ele se põe contra, a partir de 1992, o comandante Ahmad Shah Masud pela conquista do poder – e de Cabul. Com suas tropas derrotadas e depois desarmadas pelos talibãs, em 1995, ele se alia a Burhanuddin Rabbani (que se torna primeiro ministro em 26 de junho de 1996) e ao comandante Massud para lutar contra o talibã.

[3] O Paquistão mudou profundamente sua política afegã desde 11 de setembro de 2001. Iniciou uma colaboração sem precedentes com os Estados Unidos e a coalizão internacional na luta contra o terrorismo.

[4] Uma das quatro grandes escolas jurídicas do islã sunita, a corrente hanafita é seguida principalmente na Ásia Central, na Índia, na China e na Turquia. Era doutrina de Estado no Afeganistão.


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