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é diretor de redação de Le Monde Diplomatique (França).
Há 43 anos, o fundador da V República havia se retirado do comando integrado da Otan, época em que a União Soviética mantinha sob controle autoritário um bom número de países da Europa. Agora, Sarkozy anunciou que a decisão do general De Gaulle de retirar o país dessa organização era coisa do passado
Em toda crise financeira, diversas “respostas” podem ser consideradas. Elas têm por nome protecionismo, monetarismo, nacionalizações, desvalorizações, revolução etc. Para adivinhar qual delas será privilegiada no processo atual, é preciso examinar a interação entre diferentes elementos
O poder do Estado ressurge como esperança para uma crise generalizada. Mas, se aparatos institucionais são compostos por pessoas - e o mercado por mãos que estiveram tão livres - muito provavelmente interesses serão privilegiados. Não seria insensatez esperar a cura dos mesmos que inventaram a doença?
Dois meses após o crash de Wall Street, seria inútil esperar dos países mais influentes do mundo a contestação das políticas injustas que promovem a desigualdade. Um “novo Bretton Woods” não se monta em algumas semanas
Nos anos 1960, John Kennedy conseguiu acabar com o sentimento de inferioridade americano perante os soviéticos. Depois de décadas de altos e baixos, como a derrota no Vietnã e a vitória no Golfo, mais uma vez os EUA vivem um momento pessimista, afundados na crise econômica e na guerra iraquiana
Campanha de Obama decide enfrentar os republicanos em seu reduto mais forte – uma região onde o eleitorado, rural e conservador, adora armas, rejeita o aborto, abomina ambientalistas e desconfia de tudo que tem a ver com o Estado
A Guerra Fria acabou, mas o conflito não. Para garantir sua influência na região, os americanos investiram na aproximação com países menores, como a Geórgia. Moscou, por sua vez, apostou na Ossétia do Sul para “punir” os vizinhos que se aliaram aos ianques
Para aqueles que apostam suas fichas em Barack Obama, o candidato democrata já assinalou que seguirá a política externa de Kennedy e Bush pai
Rejeitada nos referendos de 2005, a Constituição Européia volta sorrateiramente à cena pela porta dos fundos, travestida no Tratado de Lisboa. Este deverá ser ratificado por todos os países da EU – sem consulta popular e a portas fechadas. Afinal, como declarou o ex-ministro francês Jack Lang, “um tratado é só um tratado”
Trânsfuga da esquerda, Bernard-Henry Lévy tornou-se o agressivo ideólogo de um novo centro, que se aproxima cada vez mais da direita. Ao contrário dos antigos truões, que usavam seu talento para criticar o status quo, BHL só faz atacar as idéias progressistas e adular os poderosos
Segundo autor, a ênfase na diversidade étnica seria uma forma de mascarar a questão social. Mas sua crítica tende a desconsiderar a existência de discriminações específicas, que não seriam automaticamente resolvidas por uma grande “revolução igualitária”
Nos anos 1950, um ator de Hollywood e futuro presidente dos EUA cruzou várias vezes o país para construir uma imagem positiva da GE entre as famílias norte-americanas e os próprios funcionários da empresa
Temidos por seu poder e cobiça, os EUA foram também admirados, durante décadas, por sua democracia e mobilidade social. Serge Halimi sustenta que esta ilusão acabou. Para ele, vinte anos de neoliberalismo dividiram a sociedade em castas, e a política foi soterrada pelo marketing
Como uma pequena empresa de Arkansas transformou-se na maior corporação do planeta, ao rebaixar salários, reprimir sindicatos, chantagear governos e destruir pequenas empresas. Por que a tentação do "preço baixo" pode ser a porta de entrada para a contra-utopia neoliberal
A tentativa de criminalizar a revolta popular e armar contra ela uma grande coalizão conservadora tem precedentes. Desde os anos 60, a direita norte-americana serve-se deste expediente, para esvaziar a democracia e transformá-la em um rito oco
A mídia e os liberais se encantam com modelos que abrem caminho para o desmantelamento completo do Estado de bem-estar social
O milagre britânico do desemprego baixo nada tem a ver a com a maior flexibilização do trabalho, sempre tão demandada pelo patronato
Não é de hoje que a utopia européia é pretexto para os socialistas franceses abrirem mão de sua plataforma política para atender aos interesses do capital
Na França, diferente de outros países, o debate sobre o projeto constitucional esquenta, e já não se descarta uma vitória do “não” – para espanto da mídia, que joga tudo, em vão, na campanha em favor do texto liberal
Estado com riquíssima história social, a Virgínia Ocidental era um baluarte democrata até a última eleição presidencial. Sua conversão ao candidato republicano é exemplar para a compreensão do entusiasmo que sustenta o atual presidente
Num caminho sem volta, as reformas liberais constroem, passo a passo, um novo mundo da concorrência, com um Estado raquítico e desprovido de políticas sociais
Ao privilegiar a estabilidade, a ordem e a autoridade, obra de 1968, tratada como clássico da ciência política nos Estados Unidos, deixa clara uma concepção de democracia bastante distante do modelo alardeado pelos norte-americanos
O projeto de Arnold Schwarzenegger? Limpar as estrebarias de Augias, isto é, de Sacramento. E o que é essa limpeza? Ele explica que realizou o impossível em seus filmes de ação, que é “empresário” e que “quer retribuir à Califórnia que lhe deu tanto”
Para os “analistas” da grande imprensa, os professores em greve contra as reformas neoliberais pretendidas pelo governo francês são “descerebrados” e seu movimento, uma atitude “revanchista e irracional” que defende propostas “irreais”
Numa matéria de 1905, que fez muito barulho, Ray Stannard Baker denuncia as práticas das companhias ferroviárias, exemplo do que foi o jornalismo “muckraking» que mudou a face dos Estados Unidos naquela época
Nos EUA, a “idade do ouro” do jornalismo se associa ao nome de “muckraking”, expressão que conjuga as palavras “turfa” (muck) e “ancinho” (rake). A caneta, como ancinho, revolvia a turfa aglomerada na base da escala social pelas malfeitorias dos piratas da alta sociedade
A totalidade dos meios dirigentes norte-americanos construiu e consolidou um ’sistema’ pró-israelense de tal forma enraizado na vida política, social e cultural dos Estados Unidos, que sua derrota tornou-se praticamente inconcebível
Em mesas-redondas e palestras, intelectuais que se reivindicam “modernos” “debatem” questões “da sociedade”, como identidade, nação e autoridade. No fundo, porém, são os velhos “reformadores liberais” de sempre, e o “debate” é um monólogo
Os Estados Unidos impuseram, no mês passado, a destruição dos programas de armamento do Iraque sob a alegação de que aquele país violara uma resolução da ONU. Antes desse episódio, resoluções da ONU haviam sido violadas 91 vezes...
Jean-François Revel é um abnegado. Membro da Academia Francesa, escritor e jornalista, com presença constante e contínua nos meios de comunicação, não baixa a guarda: é o paladino da defesa dos valores humanitários e generosos do capitalismo
Mais do que uma explosão de alegria nas favelas brasileiras, o anúncio do empréstimo de 30 bilhões de dólares pelo FMI provocou uma euforia frenética na Bolsa por parte dos bancos ABN Amro, HSBC, Santander, Goldman Sachs, FleetBoston e Citigroup
Na França, como nos Estados Unidos, há uma relação quase incestuosa entre os grandes empresários – muitas vezes estelionatários, ou meros escroques – e o governo. E há o papel da imprensa, que primeiro bajula e depois acende a fogueira...
Tempos atrás, o atual primeiro-ministro francês, Jean-Pierre Raffarin, deu uma lição de “socialismo” no social-democrata Lionel Jospin, que ocupava então o cargo: sua política social elitista estaria isolando seu governo das camadas populares...
Mesmo entre os amigos de Lionel Jospin, raros pensam que ele agiu certo ao fazer uma campanha eleitoral que anunciava “A França está melhor” e propunha – para que esse “melhor” se prolongasse – um programa “que é não socialista”
Por trás da pretensa complexidade exaltada por alguns intelectuais, o mundo de hoje, na realidade, é bem mais simples: o mundo está, cada dia mais, sendo apropriado por poucos
A ideologia neoliberal e imperial norte-americana parece triunfar por toda parte: dominação militar, diluição da Europa numa zona de livre-comércio... E o movimento anti-globalização parece estar na defensiva. Como os neoliberais, há 30 anos...
Num programa gravado pela France Inter em Nova York, a jornalista de plantão relembrava a cada minuto o horário da Costa Leste. Visivelmente, ela se tornara uma das nossas. Todos norte-americanos, nós vivemos em Nova York e falamos todos inglês
Um suplemento mensal do jornal Financial Times, com o sugestivo nome de How to Spend It (Como gastar), resolveu, finalmente, um problema existencial que angustiava boa parte dos milionários: como gastar o dinheiro...
Dirigentes políticos ocidentais dão a entender que a liberalização do mercado de capitais teve por objetivo irrigar os países do Terceiro Mundo com prosperidade e alegria. Segundo o FMI, essa irrigação é dirigida para os Estados Unidos
O novo diretor do Departamento da Democracia e Direitos Humanos do governo norte-americano tem um currículo exemplar: mentiu, perante o Congresso, em 1991, e sua especialidade é ocultar massacres perpetrados por mercenários de extrema-direita
A chacina-fantasma de Timisoara (1989) e a guerra do Golfo (1991), pelo menos permitiram questionar a atividade jornalística. Mas tudo recomeçou com as mentiras da guerra do Kosovo, o frenesi “Loft Story”, sem esquecer o peso da publicidade...
Bill Gates, cujos "investimentos" políticos explodiram, teve o cuidado financeiro para que a Microsoft tenha, em qualquer das hipóteses, um amigo na Casa Branca — e a Casa Branca, um amigo na Microsoft
Quando os jornalistas subordinam a missão de informar bem à de ganhar audiência - e, dessa forma, aumentar os lucros dos proprietários das empresas - o resto é conseqüência. E o resto aconteceu
A sucessão de William Clinton vem sendo trabalhosa. E o futuro presidente terá certamente uma autoridade tão discutível quanto resultado da eleição de 7 de novembro. Eleição que revelou ao mundo um sistema político arcaico e exaurido
A Internet não está interessada em permitir aos adversários do neoliberalismo um meio de acesso ao mundo. Embora permita movimentos de contestação — como qualquer outro meio de comunicação — a Internet é um instrumento a serviço da nova ordem global
Quando o resto do mundo se assemelha aos Estados Unidos, a "exceção americana" deixa de ser excepcional e os que ainda não foram seduzidos pela nova corrente são tachados de "antiamericanismo"
Este artigo expõe ironicamente os pontos de vista de alguns intelectuais, defensores francamente entusiásticos dos Estados Unidos, a ponto de comparar a crítica francesa à hegemonia norte-americana como uma vitória do comunismo
Obra revela compromissos que o primeiro-ministro rompeu, mas procura defendê-lo apresentando atenuantes que não convencem
Antes e durante a guerra, as campanhas de desinformação promovidas pela imprensa foram essenciais para que a opinião pública aceitasse a ação militar da OTAN contra a Iugoslávia. Nosso dossiê aponta as mentiras mais flagrantes
Nove meses após a entrada da OTAN em Kosovo, nada comprova a prática de um "holocausto", que os jornais davam como certa
Quando praticadas pelos sérvios, elas são corretamente qualificadas como crimes. Se a OTAN as comete, passam a ser simples "erros"
Os jornais e emissoras de TV ficaram extremamente satisfeitos com a cobertura que deram à guerra. A OTAN e os Estados Unidos, também...
A vida é dura para os funcionários da Amazon. Telefone fixo no crânio, olhos grudados na tela e rua, para quem não responder doze mensagens por hora
Se o fim dos regimes policiais na Europa oriental e o desmoronamento dos dogmas referentes à natureza humana que lhes eram atribuídos nos ensinaram alguma coisa, não foi a necessidade de outro totalitarismo e outra tirania — a dos mercados financeiros. Foi o valor da dúvida e a necessidade urgente da dissidência.