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Em 21 de dezembro de 1907, no extremo norte do Chile, centenas de trabalhadores chilenos, peruanos e bolivianos foram massacrados pelo exército e a marinha. Foi assim que o governo oligárquico reprimiu violentamente um movimento social espontâneo
"De suas vítimas, de todos os que o resistiram, do presidente Allende, fica o exemplo moral. Dele, nada resta digno de ser lembrado — somente o odor fétido que os bons ventos do Pacífico logo se encarregarão de levar". Um texto do escritor chileno Luis Sepúlveda
Marcadas para novembro, as eleições regionais e municipais no Peru serão um teste importante para o presidente eleito há poucos meses. Apoiado por uma base parlamentar que inclui a direita, ele será capaz de sustentar o discurso que lhe garantiu a vitória nas urnas?
Após um século de derrota e aculturamento, ressurgem, entre os povos indígenas do Chile, a busca da identidade e a luta por terras e direitos
Foi necessário esperar mais de 30 anos depois do golpe que depôs Allende para que o Exército chileno assumisse suas responsabilidades sobre a tortura selvagem e os assassinatos praticados pelo regime de Pinochet
De 1973 a 1983, o Chile viveu a década do ’apagón’ cultural. Toque de recolher e estado de sítio permitiram à ditadura esconder os crimes e os fantasmas que, 30 anos mais tarde, ainda assombram o imaginário coletivo da literatura chilena
Brutalmente enterrada no fatídico 11 de setembro de 1973, os relatos daquela época marcada pela esperança de um mundo melhor são parte da “batalha pela memória” que se trava no Chile, ainda asfixiada pela amnésia provocada pela junta militar
Quando o palácio La Moneda foi bombardeado, no dia 11 de setembro de 1973, a esquerda chilena estava desprevenida e a tragédia foi total. Foi um salve-se quem puder. Todo mundo correu para as embaixadas. Cadáveres boiavam no rio Mapocho...
As pessoas gritavam, pulavam - ’El que no salta es momio’ [Quem não pula é reaça!] -, abraçavam-se para ter certeza de que não estavam sonhando. Ah! Como esse país era magnífico e como eram maravilhosos esses chilenos politizados até a raiz dos cabelos!
As indispensáveis reformas de estrutura não exigem só o consenso das forças de esquerda, mas a cooperação de outras forças populares. Eis a lição do 11 de setembro chileno, mas ainda não explorada em lugar algum
No Chile da década de 60, Salvador Allende foi um revolucionário atípico: acreditava na via eleitoral da democracia representativa e na possibilidade de instaurar o socialismo dentro do sistema político vigente
Passada a ditadura, a quase totalidade dos meios de comunicação continua controlada por dois grandes grupos empresariais, no Chile. Mas há exceções, como jornais satíricos e uma experiência, inédita, de um canal de televisão popular, ’Señal 3’
Após duas décadas de governo democrático, o Chile é um país bem visto e respeitado no mundo inteiro. No entanto, o custo do sucesso econômico implicou na adoção de uma política de “justiça na medida do possível”, que engessou o progresso social
Nascido do protestantismo – e praticamente simultâneo – no início do século XX, nos Estados Unidos, África do Sul, Brasil e Chile, o movimento Despertar (pentecostalismo) passou por uma verdadeira explosão a partir da década de 80