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O que o pequeno tremor de ontem, nos mercados globais, revela sobre a crise econômica, a Europa e as alternativas
Parceira comercial destacada do "velho continente" e rota de passagem dos gasodutos que o abastecem, a Ucrânia vê adiado seu pedido para ingressar na UE. Por um lado, pesa a lentidão para modernizar o país; por outro, as próprias incertezas sobre o futuro do projeto europeu
Alvos de perseguições cada vez mais freqüentes em toda a Europa, os imigrantes não-regularizados articulam uma onda de greves na região de Paris. Muitos já não temem aparecer em manifestações públicas. Seu trunfo: o continente que hipocritamente os persegue não pode viver sem eles
Disfarçada, volta à cena a “Constituição Européia”, para ser aprovada sem referendos populares. E uma Europa produzida nesses moldes significa necessariamente mais liberalizações, mais privatizações, cortes dos serviços públicos e o reiterado adiamento de qualquer veleidade de transformação social e redistribuição da riqueza
“Substituir o patrão, no início, é mais trabalho. Mas pelo menos é trabalho!”: com este pensamento, muito operários europeus estão assumindo a direção de companhias quebradas, corrigindo os erros de gestão, saneando os rombos financeiros, retomando e modernizando a produção e conquistando mercados
Com altos índices de crescimento econômico, os flamengos não querem mais carregar nas costas os atrasados valões, que os humilharam no passado. E as tensões autonomistas põem em risco a frágil unidade nacional belga
Os apoios exaltados e os ataques furiosos que a experiência soviética suscitou contribuíram para mascarar sua verdadeira realidade. O fracasso desse processo é rico em lições sobre os sistemas, suas transformações, seu envelhecimento e suas crises
A espacialização dos problemas socias marginaliza a questão central da pobreza estrutural urbana. A periferia transcende o espaço físico e esbarra na mentalidade segregacionista e na manutenção de uma sociedade "moderna" de castas
Sem alarde, Estados Unidos, Rússia, União Européia e China travam uma intrincada batalha pela região em torno do Mar Cáspio. Rica em petróleo e gás, marcada por regimes instáveis e disputas religiosas, ela pode ser o centro de grandes conflitos no século 21
As somas recebidas pelo Marrocos para bloquear uma das portas de entrada da Europa são irrisórias. Mas as remessas de dinheiro dos marroquinos que vivem no exterior a seu país equivalem a 10% do PIB
Ao encerrar uma década de governo, o criador da "Terceira Via" depara-se com uma popularidade lastimável e os primeiros balanços sérios de seu mandato. Eles destacam a subserviência aos EUA e a manutenção sem brilho das políticas neoliberais de seus antecessores
Reportagem no Marrocos: assim vivem (e morrem) milhares de migrantes que o mundo rico quer ver longe de suas fronteiras. E mais: como a União Européia transfere para alguns países africanos o trabalho sujo de reprimir quem busca uma vida melhor
Nada obriga a União Européia a permanecer no imobilismo, desde que sua Constituição foi derrotada em plebiscitos na França e Holanda. É hora de imaginar uma coordenação mais intensa de políticas e uma definição mais clara sobre as fronteiras do bloco
Há uma interessante coincidência entre a postura da mídia diante das demissões na Airbus e a composição acionária de certos jornais, rádios e TVs...
A crise da Airbus desfaz o mito segundo o qual o continente vive uma "especialização industrial" virtuosa. Por trás deste eufemismo, está em curso a perda de capacidade produtiva
Em dificuldades, o maior fabricante de aviões do mundo prepara-se para demitir 10 mil trabalhadores. Na raiz de seus problemas estão a transferência, pelos Estados francês e alemão, do controle sobre a empresa e a emergência de uma lógica de negócios que desprezou o investimento, para se concentrar nos ganhos financeiros
Os islamitas tendem a obter novas vitórias, na renovação do Parlamento e na escolha do próximo presidente turco. Embora o risco de fundamentalismo seja real, a eleição pode significar uma virada, ao superar o controle do exército sobre a vida política
O mito de que os assalariados europeus são bem-remunerados não resiste à análise dos números
Um balanço da políticas neoliberais "de emprego" na França revela: além de rebaixarem salários, elas ampliaram as diferenças de rendimento entre homens e mulheres, a precariedade e a necessidade de trabalhos complementares. Que mais será preciso para uma mudança de rumos?
O primeiro turno da disputa presidencial francesa foi marcado pela mediocridade do debate sobre temas internacionais. Seria mais um indício de que o capitalismo globaliza as decisões, mas esvazia a política?
A desocupação violenta da Casa da Juventude Ungdomshuset, em março, foi marcada por uma articulação incomum das polícias européias. Terá sido um ensaio sobre como conter os movimentos sociais e o altermundialismo no continente?
Agora está claro: governos europeus participaram, de diversas maneiras, de seqüestros promovidos pela CIA, que resultaram em prisões ilegais e, muitas vezes, em torturas. A atitude pode ser comparada à de certos ditadores latino-americanos
Ao longo dos últimos anos, dirigentes da União Européia têm procurado difundir a impressão de que são favoráveis a regras mais justas para o comércio internacional. Infelizmente, isso não passa de miragem
Um conjunto de circunstâncias dará a Paris, nos próximos dois anos, condições de questionar a tendência mercantilista da União Européia. A pergunta é: os candidatos às eleições presidenciais, em tese favoráveis à proposta, estarão dispostos a levá-la adiante?
Uma coleção de preconceitos de parte a parte ainda perturba as relações entre União Européia e Rússia. A Europa precisa superá-los: sem boas relações com o vizinho não poderá influir num cenário mundial onde o risco de bipolarização EUA-China parece cada vez maior
Novas dúvidas e questionamentos abalam o grande projeto europeu, no momento em que se expande para 27 países. Para evitar que a crise se aprofunde, a saída é pensar num continente articulado por visões comuns de mundo — não pelas forças cegas do mercado
Após anos de pressões da sociedade, a justiça francesa altera seu entendimento no caso do amianto. Agora, empresas e governantes podem ser penalizados não só pelos seus atos, mas também por suas omissões
Cem anos se passaram entre a constatação dos perigos do amianto e a proibição de seu uso – que ainda não vigora em todos os países. Só na Europa, são 500 mil mortes, por câncer e outras doenças. A tragédia demonstra a necessidade de reconhecer o “princípio da precaução”
Holanda, Bélgica, Suíça, Espanha... Os bons resultados nos países que reconhecem (e regulamentam) a eutanásia contrariam previsões catastrofistas, rompem preconceitos, arrefecem a própria oposição das igrejas. No lugar de um tabu, surge um direito
A indústria armamentista européia vê na conjuntura pós-11 de Setembro uma chance de ouro para lucrar. Além de incluir privatização e demissões, as mudanças no setor podem entregar parte da produção às corporações gigantes norte-americanas
Numa Europa de solidariedades, o ingresso das repúblicas balcânicas poderia curar feridas da guerra recente e ampliar direitos sociais. Mantidas as políticas européias atuais, o processo de adesão tende a ser traumático
Há dez anos, os europeus reduzem a Bósnia à condição de um protetorado político e econômico. Com quem poderão, agora, negociar a incorporação do país à UE?
Por trás de propostas debatidas sem alarde na OMC e União Européia, está uma nova tentativa de estimular a concorrência entre os trabalhadores, em favor do capital. Ainda é tempo de resistir
Oscilante entre uma aliança com Washington e uma aproximação com a China e a União Européia, o Kremlin continua perdendo espaço na cena internacional. Haverá sabedoria para aproveitar novas oportunidades que se abrem?
Embora mais pacientes que os EUA, França, Alemanha e Reino Unido seguem a mesma lógica, ao pressionarem o Irã: considerá-lo “Estado hostil” e impedir que desenvolva qualquer capacidade nuclear — mesmo se civil e autorizada pelo TNP
O caminho do “modelo social europeu” nada tem de social: é na verdade um instrumento de destruição das políticas públicas
A mídia e os liberais se encantam com modelos que abrem caminho para o desmantelamento completo do Estado de bem-estar social
As políticas de recolocação no mercado de trabalho, de matriz norte-americana, ganham força na Europa. E os desempregados ficam abandonados à própria sorte
Para fazer parte da união monetária, é necessário se subordinar ao masoquismo macro-econômico conservador, dogmático, anti-democrático e auto-imposto sobre as economias da zona do euro e que não pode enfrentar os problemas resultantes da supremacia do dólar
Se a Europa realmente deseja ser uma idéia nova e levada por seu povo, é na inovação democrática que ela deve se distinguir antes de tudo
Enquanto a legitimidade dos políticos eleitos é questionada pelo crescimento da abstenção, a forte participação no referendo de maio mostra o ressurgimento da soberania de um povo que considerou que a questão proposta lhe dava verdadeiro poder de influência
A França rebelde, ao dar um “não” às pretensões ultraliberais do tratado constitucional para a Europa, enche de força e esperança o movimento antermundialista
Não é de hoje que a utopia européia é pretexto para os socialistas franceses abrirem mão de sua plataforma política para atender aos interesses do capital
No plebiscito de 1º de junho, a população dos Países Baixos não se pronunciou apenas sobre o Tratado Constitucional Europeu, mas sobre os diversos aspectos da política implementada pela coalizão que está no poder
No Tratado Constitucional, a defesa dos países da UE estão submetidos aos compromissos da Otan – e, por conseqüência, às ordens de Washington
O que é apontado como grande avanço democrático no Tratado Constitucional não passa de dispositivos formais, anulados pelo modelo econômico ultraliberal
Os direitos fundamentais ao trabalho, a moradia, a salário mínimo, são substituídos por quatro liberdades, também chamadas de "fundamentais": a liberdade de circulação de capitais, de mercadorias, de serviços e de pessoas
Na França, diferente de outros países, o debate sobre o projeto constitucional esquenta, e já não se descarta uma vitória do “não” – para espanto da mídia, que joga tudo, em vão, na campanha em favor do texto liberal
Para desespero dos partidários do “sim”, está cada dia mais transparente para os eleitores que o que está em questão no plebiscito é a continuidade de duas décadas de desregulamentação dos serviços
O discurso da neutralidade ideológica, assumido pelos defensores do “sim”, não resiste ao exame dos cânones liberais considerados como “liberdades fundamentais”
A expressão “serviço público” não faz parte do vocabulário da União Européia. E o TCE os considera um recurso para estimular a economia
Uma possível vitória do “não” no referendo sobre a “Constituição” Européia na França abre caminho para o debate sobre a construção da União Européia em outras bases
Os partidários do “sim” na França poderiam aprender muito com as práticas democráticas de outros países da União
A adesão dos países do Leste à União Européia não trouxe desenvolvimento ou mesmo os prometidos investimentos
Autoridades francesas já implementam política estratégica de informação econômica, mas a Europa permanece desarmada
A discussão sobre a nova «Constituição» européia é esvaziada de conteúdo, para impedir que a população reconheça ali algo próximo de um arremedo dos estatutos do FMI ou da OMC
A União Européia tenta impor acordos, baseados no princípio do livre comércio, que violam a soberania e impedem a emancipação dos países africanos
Sob o pano de fundo do “choque de civilizações”, a possibilidade de entrada do mais laico país muçulmano na União Européia acende debates e evidencia a atual angústia do mundo ocidental por uma identidade diante do Islã
Filósofo e escritor recentemente falecido, Derrida sempre ancorou sua reflexão sobre questões contemporâneas, o que lhe valeu inúmeras críticas. Em sua homenagem, publicamos uma de suas últimas intervenções públicas, a da festa do cinqüentenário do Monde diplomatique, na qual ele convoca a Europa a assumir o papel que lhe cabe na construção de uma outra globalização
O quarto maior grupo de comunicação do mundo guarda relações estreitas com a mídia, freqüenta os círculos do poder e exerce grande influência nas grandes questões – e nos grandes negócios – da Europa
Com a entrada de dez novos países do Leste europeu na União Européia, os Estados Unidos comemoram o crescimento de sua influência na região. Mas a complicada situação no Iraque, as mudanças políticas na Espanha e a crise da Polônia podem arrefecer suas esperanças
A divisão entre países grandes e pequenos na União Européia não pode ser negada. Mas as grandes diferenças passam por outros critérios, como grau de desenvolvimento, tradições culturais ou conquistas sociais e ambientais
Em nome de uma pretensa necessidade de controle da imigração foi declarada guerra ao asilo político na União Européia. Às pessoas que procuram fugir de situações aterrorizantes é oferecida a opção de se confinar em campos especiais.
Cortejadas pelos ocidentais durante os anos 90, as oposições democráticas balcânicas pretendiam romper com o nacionalismo, ?normalizar? seus respectivos países e direcioná-los para a via da reaproximação com a União Européia. Hoje a extrema direita toma seu lugar.
A União Européia não hesita em aplicar sanções a Cuba em função de medidas repressivas que são previstas por todos os seus Estados membros. Bruxelas não admite a evidência de que, diante do assédio dos EUA, Havana exerceu um direito de legítima defesa
As reações dos atuais dirigentes europeus não estão à altura da ocasião histórica que se apresenta, traindo as esperanças de povos que, através do mundo, gostariam que a arrogância norte-americana encontrasse um mínimo de resistência
Derrotados por uma decisão do Conselho, os Estados podem formar uma coalizão para promover uma política e, principalmente, para impedir uma que lhes venha a desagradar. Assim, na prática, exercem indiretamente o direito de veto
Fracasso parcial ou absoluto, o fato é que a reunião do Conselho Europeu do mês de dezembro apenas empurrou com a barriga os grandes problemas da UE: as políticas nacionais continuam sendo guiadas e restritas aos interesses da globalização liberal
Enquanto o ’lobby’ do Vaticano se infiltra em várias esferas institucionais e consegue fortalecer a Igreja com subvenções da UE, o tratado constitucional europeu põe em risco os princípios laicos ao reconhecer a "herança religiosa" do continente
O reaparecimento, no governo de George W. Bush, dos mais sinistros representantes do imperialismo nas décadas de 70 e 80, torna imperiosa, para a América Latina, a necessidade de diversificar suas relações, seus apoios, seus intercâmbios
Como fundar uma memória comum dos países da União Européia, se cada um deles cultiva uma visão etnocêntrica? Seria preciso buscá-la não na megalomania de reis tirânicos, mas na história de seus povos e de suas lutas por liberdade e justiça
Quando a grande maioria dos cidadãos compreender bem a sobredeterminação das políticas nacionais pelas decisões tomadas no âmbito da União, com seu viés ortodoxamente liberal e tutelado pelos EUA, a consciência européia terá passado por uma fronteira crucial
Dividida em torno da Guerra no Iraque, a União Européia poderia se beneficiar de uma “vantagem colateral” se afirmasse sua identidade própria e se distanciasse de um parceiro norte-americano que confunde aliança com vassalagem.
A suspensão do acordo de cooperação com União Européia em um momento em que Israel amarga uma crave crise econômica poderia obrigar seu governo a voltar a negociar a criação do Estado palestino, pondo fim ao sofrimento imposto a este povo
Diálogo não desmentido entre Bush e o ministro das Relações Exteriores da Turquia explicita modo como o presidente norte-americano e seus colaboradores estão compreendendo as relações internacionais
A Comissão Européia balança sobre a moratória aos OGMs, mesmo diante do caráter irreversível de sua contaminação ambiental e da possibilidade de um punhado de grandes empresas norte-americanas controlarem a agricultura mundial
A produção intensiva de frutos e legumes na Europa tem sido campo livre de práticas de trabalho ilegal, como horas-extras não declaradas dos assalariados permanentes até de formas ilegais, e até escravagistas, de recrutamento de mão-de-obra agrícola
No posto fronteiriço de Medyka, sudoeste da Polônia, 300 metros separam os aduaneiros poloneses de seus colegas ucranianos. Nessa manhã, chove torrencialmente e faz frio, mas centenas de ucranianos se espremem numa fila enquanto aguardam sua vez
Aproveitando-se da importância geográfica para um eventual ataque norte-americano ao Iraque, o governo de Abdullah Gül – que atravessa uma grave crise política interna – faz pressão sobre a União Européia, à qual pretende aderir
A vitória eleitoral do partido islâmico AKP foi uma resposta à crise que abalou a classe média, atingida pelo desemprego, e também um protesto contra a corrupção e a falência do sistema turco. Mas ele poderá corresponder às expectativas?
Dez países da Europa Oriental integrarão a União Européia, para o que receberão de seus “irmãos ricos” uma substanciosa ajuda financeira. Os países do Mediterrâneo (Tunísia, Marrocos, etc.) também foram convidados, mas receberão uma ajuda 300 vezes menor...
O Sistema de Informações da União Européia é assustador. Mas os governos querem mais: pretendem integrar ao arquivo central do banco de dados fotografias, impressões digitais, impressões de DNA e dados biométricos de “estrangeiros indesejáveis”
A recente reunião de cúpula da Otan em Varsóvia deixou claras as mutações que ocorreram no pós-11 de setembro. Além da integração à Aliança de países do ex-Pacto de Varsóvia, os EUA reafirmaram a supremacia sobre seus aliados europeus
Embora represente uma aspiração secular, o projeto de unificação dos países da Europa, que começou a se concretizar há 60 anos, caminhou, quase sempre, de acordo com os interesses políticos, econômicos e militares dos Estados Unidos
Os dispositivos de políticas comuns criados, em 1992, pelo Tratado de Maastricht, também chamados de “obra-prima de ambigüidade diplomática”, não passam de meros compromissos que não resolvem as questões e os impasses fundamentais
Diante do discurso arrogante do unilateralismo norte-americano, a União Européia hesita, dividida: da posição de “fiel escudeiro” da Grã-Bretanha de Anthony Blair à reticência de alemães e franceses, passando pela “neutralidade” da Áustria, Finlândia e Irlanda
Vários corredores interessam diretamente aos Bálcãs, mas somente o X (Décimo), que liga a Alemanha à Grécia através da Croácia e da Sérvia, parece destinado a um desenvolvimento rápido
No atual clima de intimidação de pré-guerra com o Iraque, vários dirigentes europeus adotam, em relação ao império norte-americano, a atitude de submissão servil que cabe aos vassalos fiéis. Ao final, como prêmio, quem sabe, uma gotinha do petróleo iraquiano...
Apesar de seu desinteresse, a Hungria será o ponto de encontro dos planejados corredores de desenvolvimento europeus que podem integrar economicamente regiões da ex-Iuguslávia devastadas pela guerra e pelo atual marasmo econômico
Nos países da União Européia, de cada cinco mulheres, uma sofre, ao longo de sua vida, algum tipo de violência infligida por seu marido ou companheiro. Na Grã-Bretanha, a cada três dias morre uma mulher devido a esse tipo de brutalidade
As conclusões do trabalho da Convenção não terão valor coercitivo. Servirão simplesmente de base de trabalho para os ministros da União Européia que, reunidos em conferência, disporão de um ano para elaborar um esboço de tratado
Numa ficção científica instigante, Régis Debray imagina a criação dos Estados Unidos Ocidentais, resultado da incorporação da Europa aos EUA
O princípio da representação política e o voto universal, símbolos maiores da democracia, perdem o sentido quando “exigências” externas – da União Européia, da OMC, do mercado – limitam, e até impedem, o exercício do poder político
Assiste-se à ascensão de uma extrema-direita atípica, que substituiu o culto do Estado pelo ultraliberalismo, o corporativismo pelo mercado e até, às vezes, o âmbito do Estado-nação por particularismos regionais ou simplesmente locais
Embalada pela guerra planetária que desencadeou após 11 de setembro, a Casa Branca “exige” da Europa a liberação total dos produtos modificados geneticamente. Surpresa: a agressão tem o apoio da União Européia
Existe sentido nas eleições francesas depois da Cúpula de Barcelona? As questões fundamentais para os cidadãos já foram resolvidas, não no Parlamento, em Paris, mas no encontro de chefes de Estado e de governo da União Européia
A criação, no dia 6 de dezembro de 2001, de uma ordem de prisão européia, insere-se no princípio de reconhecimento mútuo. Em vigor a partir de 1° de janeiro de 2004, dirá respeito não só a indivíduos já julgados, mas também aos que são procurados
Desde primeiro de julho de 2001, tanto modávios como romenos devem ter um passaporte para cruzar a fronteira que separa os dois países, intimamente ligados. Na região, essa primeira atitude de endurecimento da futura fronteira oriental ampliada da União Européia tem inúmeras conseqüências e empurra a Moldávia para o Oriente, enquanto centenas de milhares de seus cidadãos trabalham ilegalmente no Ocidente para escapar da interminável crise econômica.
A partir de 1o de janeiro de 2002, sugere-se um “plebiscito espontâneo, maciço, pluri-diário, até a decisão final”: a eliminação de uma “moeda privatizada pelos eurocratas, os banqueiros centrais e o Banco Central Europeu”. Aguardemos
As vantagens do euro são obscurecidas por grandes incertezas: custos psicológicos (aprendizado de uma nova escala de valores), de transação (aumento do tempo de atendimento, filas etc.), sociais (perigo de inflação/recessão) e aumento da exclusão
As políticas orçamentárias e fiscais seriam mais eficazes do que a atual política monetária. A zona do euro baseia-se no mercado único de capitais e moeda única, o que significa taxas de câmbio irremediavelmente fixas entre moedas européias
Com um ano e meio de governo, acabou-se o voto de confiança para a frágil coalizão que sucedeu o governo nacional-populista de Vladimir Meciar. Mesmo isolado, e ainda que sob disfarce, o antigo primeiro-ministro trama uma volta ao poder
No poder durante quase todo o pós-guerra, autoproclamada criadora do Estado alemão moderno e condutora do processo de reunificação, a CDU sobreviverá ao escândalo que envolveu Helmut Kohl. Para isso, porém, foi obrigada a sacrificar o antigo chanceler e a adotar a "lei do silêncio" dos mafiosos
Os agrupamentos xenófobos crescem no vácuo deixado por partidos sociais-democratas e conservadores, cada vez mais parecidos entre si. Apesar das particularidades de cada um, identificam-se por uma estranha mescla de neolibealismo com nacionalismo
Com um crescimento do PIB de 3,2% ao ano, uma inflação controlada em 2,1% e uma das mais baixas taxas de desemprego na Europa (4,5%), Portugal ainda apresenta indicadores de desenvolvimento humano pouco invejáveis: as favelas são sinais de pobreza que todos gostariam de empurrar para o passado