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Diplô Brasil lança segundo número de sua série de livros temáticos de bolso. Em uma série de artigos, obra denuncia jornalismo oligopolizado e servil ao poder econômico. Mas ressalta possibilidade de criar, por meio da internet, redes de intercomunicação pós-capitalistas
A convergência digital, a blogosfera e a comunicação compartilhada não ameaçam apenas a oligarquia da mídia corporativa. Também requerem um novo projeto para democratizar o jornalismo, e outros mecanismos para remunerar os produtores culturais
Com o intuito de representar a noosfera como um cosmo matematicamente organizado e explorável, pesquisadores elaboraram um sistema de endereçamento semântico universal. O "Metalinguagem da Economia da Informação" (IEML) possibilita a integralidade dos universos conceitais de diversas culturas e a reflexibilidade da inteligência coletiva no ciberespaço
O que está em jogo é a arquitetura da “rede” como base de uma nova ordem mundial. Mas que controla a rede? Na disputa, o sentido das palavras desempenha papel decisivo. Pois quem domina as palavras domina as construções mentais que induzem as políticas
Representar a natureza simbólica da mente humana, sob a forma de um cosmo de diversidade qualitativa quase infinita, mas matematicamente organizada no ciberespaço: esta tarefa conjunta poderia fornecer um começo de solução para a fragmentação das ciências humanas
Investigações feitas na França revelam enorme promiscuidade entre poder econômico, parlamentares e mídia. Métodos incluem até brindes como viagens e cartões para baixar música grátis, em sites fechados. Em nome de quem agem os “representantes do povo”?
Por que os blogs, o RSS e outras tecnologias podem mudar os padrões de informação com que a humanidade se acostumou há séculos. O que isso tem a ver com a crise da política tradicional e a possibilidade de uma alternativa [1]
É hora de exigir que o ICANN, administrador da rede, deixe de depender de Washington - e se transforme num organismo independente ligado às Nações Unidas
Em duas décadas, o uso do telefone celular se difundiu como fogo em palha. Defrontado com alguns estudos que demonstram que ele pode ter consequências nefastas para a saúde, os poderes públicos continuam supreendentemente passivos
O avanço espetacular da telefonia móvel no mundo vende a ilusão de liberdade e nos torna dependentes do “contato permanente”
A queda de circulação dos jornais e a concentração de veículos nas mãos poucos grupos ameaça o pluralismo, a independência jornalística e a democracia. Além da concorrência implacável da Internet, esta crise é fruto da perda de credibilidade da imprensa escrita
O domínio dos impérios familiares da comunicação voltou com força total nesse início de século. O modelo dinástico proporciona vantagens como criar vasos comunicantes entre o patrimônio pessoal e o interesse destes grupos, cotados na bolsa de valores
No universo da “nova economia”, o Google é um OVNI, uma ’start-up’ que deu certo. Enquanto a maioria delas não sobreviveu ao estouro da “bolha Internet”, o Google soube consolidar rapidamente sua viabilidade financeira
A pequena parcela de independência tecnológica conquistada pelos países e grupos sociais que vêm desenvolvendo e adotando os ’softwares’ “livres”, como o SPIP, correrá riscos com o pedido de reconhecimento de patentes de informática
Com sua “busca inteligente”, o Google tornou-se a ferramenta mais utilizada no mundo. Mas a escolha dos ’sites’ “pertinentes” foge da matemática e avança para a ideologia
“Menina dos olhos” da liberalização econômica, o setor de telecomunicações enfrenta hoje a reversão da política desenfreada de investimentos, especulação e concorrência que norteou sua expansão transnacional, capitaneada pelo modelo norte-americano
Viabilizado pela desregulamentação do setor, o processo de concentração e conseqüente uniformização na indústria das comunicações norte-americanas aumentou desde a década de 80 e hoje está nas mão de apenas dez grandes empresas.
Militares norte-americanos avaliam que o resultado das guerras modernas depende cada vez mais da informação e da comunicação, o que facilita a flexibilidade e tende a incentivar organizações em rede, no lugar das hierarquias dos exércitos tradicionais
A comunicação tornou-se uma indústria pesada, comparável à siderurgia da segunda metade do século XIX, ou à do automóvel na década de 1920: é nesse setor que são feitos hoje os investimentos mais importantes
Jean-Marie Messier declara que o planeta é o seu domínio; e a organização do mundo, sua tarefa histórica. Sua ambição é o poder total; e o meio de alcança-lo, a comunicação
As empresas de comunicação se estruturam rapidamente como conglomerados multimídia, que incluem empresas de Internet, música, TV – tudo sob controle e vigilância do mercado
Durante muito tempo a comunicação libertou, porque significava difusão do saber, do conhecimento e da razão contra as superstições e obscurantismos. Agora, impondo-se como obrigação absoluta, inundando todos os aspectos da vida social, política, econômica e cultural, ela exerce uma espécie de tirania. E tende a tornar-se uma das grandes superstições de nosso tempo
[1] O presente texto, relido e corrigido pelo autor, foi retirado de sua intervenção no Seminário “Les médias entre les citoyens et le pouvoir” («A mídia entre os cidadãos e o poder»), organizado pelo Fórum Mundial da Política e a província de Veneza em San Servolo (Itália), em 23 e 24 de junho de 2006.