» No Capitalismo Indigno, raiz da extrema-direita
» Seres e lugares no cinema brasileiro
» Quem rotula quem, no mundo da alimentação-mercadoria?
» Orçamento-2025: onde está o “rombo”?
» MST, 40: muito além das ocupações
» IA: a urgência das Infraestruturas Públicas Digitais
» Como Florestan depenou o mito da democracia racial
» Dowbor expõe os novos aspectos do rentismo
» La forêt française, un bien commun en danger
» L'environnement sacrifié à l'agrobusiness
» Des JO « responsables », un chantier inachevé
» Au Royaume-Uni, la rue avec Gaza, les élites derrière Israël
» France et Sud global, rendez-vous manqué ?
» De la guerre comme matériau romanesque
» Mali's Tuaregs: ‘For us, this war is existential'
» Eastern DRC: mines, armed groups, refugees
» Six decades of French motorway building
» Per capita income and Venezuelan population of Madrid
» India reflected on the small screen
» Elite sports versus the pull of the sofa
» Senegal: a self-correcting democracy
» DRC: chaos and misery of a failed state
» Os Sopranos: "gangsters" neurasténicos
» Jornalismo de lama, jornalismo oficial
» Alojamento local e crise de habitação: o que a direita finge não perceber
» Simplex Ambiental: dar a chave do galinheiro à raposa
» As eleições europeias e os novos desafios à soberania
» Será preciso desobedecer à Europa?
» Madrid, refúgio latino-americano
» O ambiente sacrificado ao agronegócio
Aclamado pela mídia, a futura política de Obama permanece incerta. Ele é negro, mas não é baiano. E muito menos arretado. O novo presidente mostrarará ao mundo o que que a baiana tem?
Embora os dois candidatos se mantenham no terreno do discurso aceitável pelo “mainstream” da política americana, há nuances significativas. A discordância mais profunda diz respeito à atitude perante a Rússia: enquanto Obama defende o diálogo, McCain aposta em um confronto nos moldes da Guerra Fria
Campanha de Obama decide enfrentar os republicanos em seu reduto mais forte – uma região onde o eleitorado, rural e conservador, adora armas, rejeita o aborto, abomina ambientalistas e desconfia de tudo que tem a ver com o Estado
É delicioso resgatar os argumentos lançados pela mídia em 1997, em favor da reeleição de FHC. Comparados com a grita contra um terceiro mandato de Lula, eles revelam a tendência a adaptar-se às circunstâncias, típica do camaleão. Mesmo que, confirmando sua essência, ele finja ser outro animal...
Uma análise detalhada sobre o primeiro documento em que candidato expõe suas políticas para a região. Propostas mesclam conservadorismo com importantes novidades. Mas tom geral é de mudança, e autora frisa: abriu-se a possibilidade de rever as políticas que prevaleceram nas últimas décadas
Menina dos olhos do Ocidente, o país vive hoje uma crise social que envolve velhos atores políticos e contrapõe as etnias luo e kukuyo. Mais do que uma disputa eleitoral, o conflito é conseqüência da profunda desigualdade de classes no leste africano.
Uma nova Constituição, em debate, poderia substituir o laicismo de fachada — escudo para os interesses das elites e a interferência do exército na política — por uma democracia menos restrita. Mas que forças sociais poderão lutar em favor da mudança?
O saneamento da economia e a falência dos partidos políticos tradicionais configuram um horizonte promissor para o processo argentino. Mas a nova presidenta chega ao poder com uma base de sustentação frágil. Conseguirá cumprir sua promessa de reconstruir o Estado e instaurar um novo modelo econômico-social?
Para o conjunto da esquerda a derrota nas eleições presidenciais é decisiva. Marca o fim de uma era. E força a uma indispensável refundação
Os islamitas tendem a obter novas vitórias, na renovação do Parlamento e na escolha do próximo presidente turco. Embora o risco de fundamentalismo seja real, a eleição pode significar uma virada, ao superar o controle do exército sobre a vida política
O primeiro turno da disputa presidencial francesa foi marcado pela mediocridade do debate sobre temas internacionais. Seria mais um indício de que o capitalismo globaliza as decisões, mas esvazia a política?
A Espanha prepara-se para eleições municipais em maio. Acossado por uma direita ainda presa ao franquismo e pelo terror do ETA, o premiê Zapatero parece esperar um aval para as políticas de abertura moral, reconhecimento das autonomias regionais e pacificação
Emergência do movimento indígena, uma sucessão de presidentes derrubados, crise do neoliberalismo na América Latina. Graças a tudo isso, um economista de classe média e idéias não-convencionais é o novo presidente do Equador
Temidos por seu poder e cobiça, os EUA foram também admirados, durante décadas, por sua democracia e mobilidade social. Serge Halimi sustenta que esta ilusão acabou. Para ele, vinte anos de neoliberalismo dividiram a sociedade em castas, e a política foi soterrada pelo marketing
Por trás da fraude quase evidente, nas últimas eleições do México, está uma grande coalizão conservadora. Ela une a Casa Branca às forças mais conservadoras, e quer evitar que as eleições latino-americanas continuem apontando o caminho das mudanças
A derrota provável do berlusconismo vai virar uma página na vida política italiana. O problema é a falta de ânimo da oposição para buscar alternativas reais ao neoliberalismo
O "contrato com os italianos", que garantiu a vitória do primeiro-ministro, há cinco anos, foi descumprido. Em seu lugar, o país viveu declínio econômico, ataque ao serviço público, atentados à democracia
Muito próxima de uma vitória eleitoral, a coalizão anti-Berlusconi propõe um programa bem mais avançado que o de sua primeira passagem pelo governo. Mas ainda está longe de resolver tensões internas e demonstrar que poderá liderar mudanças profundas
Na longa guerra travada entre governo e guerrilhas, já houve, em diversos momentos, troca de prisioneiros
A possível reeleição do presidente Uribe e a continuidade de sua "guerra total" contra as guerrilhas deixam mais distante a troca humanitária de prisioneiros com as FARC
O que incomoda a alguns, hoje, é não poder determinar antecipadamente o resultado de uma consulta eleitoral. Alguns adorariam instalar eleições "livres" de resultado garantido...
Às vésperas de uma campanha eleitoral que pode levar a esquerda ao poder pela primeira vez em décadas, o ’subcomandante’ Marcos propõe a mobilização autônoma da sociedade
Enquanto a legitimidade dos políticos eleitos é questionada pelo crescimento da abstenção, a forte participação no referendo de maio mostra o ressurgimento da soberania de um povo que considerou que a questão proposta lhe dava verdadeiro poder de influência
As eleições norte-americanas confirmam que a democracia – apesar de ser o menos imperfeito dos regimes políticos – não está isenta de escolhas que podem levar ao poder perigosos demagogos
Ao elegerem, no dia 31 de outubro de 2004, um presidente de esquerda – Tabaré Vásquez, da Frente Ampla (“Frente Amplio”) – os uruguaios não só puseram fim a 170 anos de partilha do poder entre o Partido Colorado e o Partido Nacional, como, por meio de um plebiscito, também decidiram, e com uma maioria de 64,5%, que seja incluído na Constituição que a água pertence ao domínio público e não pode ser privatizada
Estado com riquíssima história social, a Virgínia Ocidental era um baluarte democrata até a última eleição presidencial. Sua conversão ao candidato republicano é exemplar para a compreensão do entusiasmo que sustenta o atual presidente
Crítico da incapacidade de Bush de internacionalizar o conflito no Iraque, que deixou os soldados norte-americanos vulneráveis, o candidato democrata não acha que houve exagero na guerra contra o terrorismo, mas sim que não foi feito “o suficiente”
A reação dos espanhóis diante da atrocidade dos atentados, das mentiras de Estado e sua revolta, expressa nas eleições, deram uma grande lição para os que apostaram que graças à hipnose da mídia, uma mentira a mais passaria sem qualquer problema
O desafio da esquerda norte-americana é que os republicanos foram bem sucedidos em identificar como elite os esnobes intelectuais “progressistas” que comem sushi e têm carro importado, a léguas de distância do povo simples do Meio-Oeste
Quatro eleições, maculadas por fraudes, abalaram Geórgia, Armênia e Azerbaidjão, revelando que, apesar do fim do regime soviético, o poder nunca mudou através das urnas e a política continua sendo o reino de alguns raros privilegiados
Carismático e modesto, Lopes Obrador, o atual prefeito da Cidade do México, segue o lema “para o bem de todos, os pobres em primeiro lugar”, combate a corrupção e modifica aos poucos a face desta grande megalópole, despontando como alternativa para as próximas eleições presidenciais
As noções de “povo”, “interesse geral” e “sociedade civil” se diluem, enquanto as eleições se aproximam de uma formalidade destinada a rubricar “democracia” em escolhas feitas a priori por uma elite. A democracia representativa aprofunda sua crise
O projeto de Arnold Schwarzenegger? Limpar as estrebarias de Augias, isto é, de Sacramento. E o que é essa limpeza? Ele explica que realizou o impossível em seus filmes de ação, que é “empresário” e que “quer retribuir à Califórnia que lhe deu tanto”
O primeiro turno das eleições presidenciais afastou o fantasma da eleição do general Efraín Rios Mont, acusado de ser responsável por 20 mil mortes nos dois anos que se seguiram ao golpe de Estado por meio do qual tomou o poder em 1982
Em sucessivas eleições, o Partido Comunista Francês teve um desempenho abaixo de seus patamares históricos. Essa decadência aparentemente inexorável de seu potencial militante e de seu apelo político é questionada por três livros lançados recentemente
Na eleições legislativas de 18 de maio, Flandres espera um avanço sombrio: o ’Vlaams Blok’ deverá realizar ali um rápido progresso. Dirigentes políticos e intelectuais começam a esboçar o balanço crítico da “batalha antifascista” que inclui a imprensa
Foi sob uma chuva de morteiros atirados pelas Farc que Alvaro Uribe Vélez assumiu suas funções em agosto do ano passado, anunciando o recrudescimento do conflito entre o Estado e as guerrilhas, agora com intervenção cada vez maior dos forças norte-americanas
A vitória eleitoral do partido islâmico AKP foi uma resposta à crise que abalou a classe média, atingida pelo desemprego, e também um protesto contra a corrupção e a falência do sistema turco. Mas ele poderá corresponder às expectativas?
A três semanas das eleições legislativas, num clima de insegurança sem precedentes, com a economia descontrolada, o desemprego crescente a população cansada de guerra e deprimida, o grande favorito, segundo as pesquisas, é o general Ariel Sharon
As palavras de ordem da campanha de Lucio Gutiérrez romperam com a vulgata neoliberal e seu movimento político - o Partido Sociedade Patriótica de 21 de janeiro (PSP) - reatou a aliança com o movimento indígena, bastante atuante
A vitória de Lula e do PT, nas eleições brasileiras, abrirá um grande debate estratégico. Qual a relação entre a presidência e o poder, quais os limites e possibilidades de agira no quadro institucional, qual a possibilidade de adesão ao sistema, por exemplo
Durante os seis meses que antecederam as eleições, o sindicato patronal francês jogou pesado para virar a mesa: o social-liberalismo do PS incomodava. Agora, com vários representantes no governo eleito, não vê a hora de derrubar os direitos sociais
Herdeiro confesso de Franz-Josef Strauss, a mais importante liderança da Baviera que surgiu no pós-guerra, o candidato da direita alemã, Edmund Stoiber, apresenta-se como um político moderado e pragmático: um paradigma da modernidade
A ex-RDA vem sendo cortejada como uma noiva rebelde, pois sua população poderá ter um papel crucial nas próximas eleições legislativas alemãs. Mas nem a direita (CDU/CSU), nem os social-democratas sabem lidar com esse território desconhecido
Nas próximas eleições legislativas, o governo do rei Mohammed VI se verá questionado por uma juventude frustrada – promessas traídas, desesperança, desemprego, corrupção e abuso de poder – e por um islamismo forte, organizado e reprimido
O princípio da representação política e o voto universal, símbolos maiores da democracia, perdem o sentido quando “exigências” externas – da União Européia, da OMC, do mercado – limitam, e até impedem, o exercício do poder político
O que desabou no dia 21 de abril foi a certeza de que, quando tudo mudava no mundo, nada iria modificar as forças políticas francesas.
Assiste-se à ascensão de uma extrema-direita atípica, que substituiu o culto do Estado pelo ultraliberalismo, o corporativismo pelo mercado e até, às vezes, o âmbito do Estado-nação por particularismos regionais ou simplesmente locais
Na Bélgica, a extrema-direita tem tradição. Mas sua implantação e êxito eleitoral variam de uma região para outra. Por que os eleitores de La Louvière expulsaram, no ano 2000, os seis neofascistas que, seis anos antes, haviam sido eleitos vereadores?
Nas eleições legislativas de junho de 1999, quando obteve 19,4% dos votos, o partido neofascista Vlaams Blok tornou-se a segunda mais importante formação política do norte da Bélgica, a exemplo do que já ocorrera em Antuérpia
Existe sentido nas eleições francesas depois da Cúpula de Barcelona? As questões fundamentais para os cidadãos já foram resolvidas, não no Parlamento, em Paris, mas no encontro de chefes de Estado e de governo da União Européia
A democracia vai bem nos países em que é considerada exemplar? O aumento do nível de abstenção nas eleições indica o contrário. Em tempos em que os negócios e as decisões mundiais tendem a escapar da tutela do Estado, é preciso dar aos eleitores boas razões para votar
Na Frente, as reações divergem, conforme as correntes – revolucionária socialista (CRS, também chamada “ortodoxa”), renovadora, unionista (ligada à unidade do movimento), cada uma delas com um nome identificando a sua ideologia
Dez anos depois de deixar as armas, a FMLN transformou-se na maior força do Parlamento e é forte candidata à Presidência. Já governa San Salvador, onde enfrenta a pobreza, o boicote do governo federal e suas próprias contradições internas
Frustrada com uma social-democrata mais austera que os conservadores, grande parte do eleitorado apóia os comunistas. Duas vezes mais populares que há um ano, eles já se unem aos anarquistas, nas manifestações de rua, e querem lembrar os períodos anti-autoritários de seu passado
Nas eleições americanas, o dinheiro e a notoriedade dos candidatos valerão mais que suas posições políticas. O debate dos problemas de fundo — corrupção, número recorde de prisões e execuções, crescimento das desigualdades — parece estar proibido. Imutável e sacralizada, a Constituição contribui para esta apatia.