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Literatura

Testemunha do horror

Vasily Grossman só foi salvo dos “gulags” porque Stalin morreu. Mas seus textos foram tirados de circulação. Censurado, reduzido à penúria e com poucos amigos, faleceu de câncer em 1964

Dida Bessana
6 de fevereiro de 2009

A palavra em compasso de urgência

“Trocando em miúdos”, segundo livro de contos de Luiz Paulo Faccioli, escapa das armadilhas do amor como tema capturando seus momentos mais sôfregos

Marina Della Valle
6 de fevereiro de 2009

São Paulo: heterogenética cidade literária
“Há uma história da literatura que se projeta na cidade de São Paulo; e há uma história da cidade de São Paulo que se projeta na literatura.”
(Antonio Candido)
 [1]
Mauro Rosso
6 de fevereiro de 2009

O erudito

Colocou o papel com a citação à carne de ovelha na boca. Ele a macerou com a língua. Molhou-a. Tentou fazer brotar dela o enigmático sabor do animal estranho. Sentiu a tinta se desprender. Era a única coisa a conferir algum sabor exótico àquele repugnante alimento

Tibor Moricz
6 de fevereiro de 2009

Palavra 55

Testemunha do horror
Vasily Grossman só foi salvo dos “gulags” porque Stalin morreu. Mas seus textos foram tirados de circulação. Censurado, reduzido à penúria e com poucos amigos, faleceu de câncer em 1964
Aqui

A palavra em compasso de urgência
“Trocando em miúdos”, segundo livro de contos de Luiz Paulo Faccioli, escapa das armadilhas do amor como tema capturando seus momentos mais sôfregos
Aqui

São Paulo: heterogenética cidade literária “Há uma história da literatura que se projeta na cidade de São Paulo; e há uma história da cidade de São Paulo que se projeta na literatura.”(Antonio Candido)
Aqui

O erudito
Colocou o papel com a citação à carne de ovelha na boca. Ele a macerou com a língua. Molhou-a. Tentou fazer brotar dela o enigmático sabor do animal estranho. Sentiu a tinta se desprender. Era a única coisa a conferir algum sabor exótico àquele repugnante alimento
Aqui

Rodrigo Gurgel
4 de fevereiro de 2009

Entre o livro-objeto e o livro-experiência

Ainda hoje, apesar de todas as transformações vividas pela sociedade nas últimas décadas, leitores adultos ainda torcem o nariz para livros que fogem ao estereótipo de simplicidade e didatismo comumente associado ao “livro para crianças”

Marco Catalão
24 de janeiro de 2009

A ternura masculina sem pudores

José Luis Sampedro não nos permite tirar a dignidade de seu protagonista: não há como sentir pena dele

Romilda Raeder
24 de janeiro de 2009

O pavimento beijado

A pobre senhora inspirou profundamente, inclinou-se para um lado e se pôs a tatear a superfície encardida da calçada

Diego Viana
24 de janeiro de 2009

A arte de usar o tempo e o espaço a favor da boa literatura

Ao notar o vazio editorial e a tendência de crescimento da literatura fantástica, Fábio Fernandes e Jacques Barcia idealizaram a revista “Terra Incognita”

Fernando S. Trevisan
16 de janeiro de 2009

“Cidadezinha inglesa no domingo”, de Max Jacob

Nascido em 1876, Max Jacob participou das vanguardas poéticas e artísticas européias, ao lado de Jean Cocteau, Georges Braque e Pablo Picasso

Pablo Simpson
16 de janeiro de 2009

Idéias perdidas

No fundo, o único ponto realmente importante na literatura é o exercício da idéia

Renata Miloni
16 de janeiro de 2009

Mas Alice

Ele, minha Alice, minha primeira Barbie, me olhou como quem faz um favor. Em seguida, arrastou as plataformas até o banheiro e sacou o batom da bolsa

Neuza Paranhos
16 de janeiro de 2009

De volta aos rostos

Ao reencontrar as fisionomias, sou tomado pelo alívio. Estão todos ali, onde deveriam estar, indiferentes, na plataforma do metrô. Vejo-as congeladas, num estranho estado de suspensão, enquanto esperam o trem para subir

Diego Viana
9 de janeiro de 2009

Libertado e traído pela revolução

Nos textos de Babel transitam desde retratos avassaladores de guerra e paz até histórias de amor pouco convencionais

Alysson Oliveira
9 de janeiro de 2009

A saga do “casteller”

Em “La bodega”, Noah Gordon constrói um panorama detalhado da cultura catalã

Dida Bessana
9 de janeiro de 2009

Nossa seca

No fundo do meu sentimento, dou a última palavra, juro, até para ser ouvido na minha revolta: “quero água, abençoada água para não morrer; Deus, encha o céu de nuvens de chuva”

Celina Castro
9 de janeiro de 2009

Palavra 52

Libertado e traído pela revolução
Nos textos de Babel transitam desde retratos avassaladores de guerra e paz até histórias de amor pouco convencionais
Aqui

A saga do “casteller”
Em “La bodega”, Noah Gordon constrói um panorama detalhado da cultura catalã
Aqui

De volta aos rostos
Ao reencontrar as fisionomias, sou tomado pelo alívio. Estão todos ali, onde deveriam estar, indiferentes, na plataforma do metrô. Vejo-as congeladas, num estranho estado de suspensão, enquanto esperam o trem para subir
Aqui

Nossa seca
No fundo do meu sentimento, dou a última palavra, juro, até para ser ouvido na minha revolta: “quero água, abençoada água para não morrer; Deus, encha o céu de nuvens de chuva”
Aqui

Rodrigo Gurgel
9 de janeiro de 2009

Reconstrução da memória

“Pó de parede”, da gaúcha Carol Bensimon, é formado por três histórias que têm como base a casa (no sentido físico, familiar e metafórico) e a memória

Renata Miloni
12 de dezembro de 2008

Bandeira religioso (e libertino)

A edição cuidadosa da antologia “Poemas religiosos e alguns libertinos”, de Manuel Bandeira, organizada por Edson Nery da Fonseca, nos permite observar alguns dos caminhos da inspiração banderiana pouco percorridos pela crítica

Pablo Simpson
12 de dezembro de 2008

Nós ao espelho

Os espelhos de Eduardo Galeano são cristalinos e impiedosos: pequenas visões que ferem apenas os muito vaidosos e os que acreditam que os valores estão na superfície dos corpos, nas imagens ideais e nas verdades inventadas

Romilda Raeder
12 de dezembro de 2008

Os sertões: contemporâneo da posteridade

“O livro número um do Brasil”– que neste dezembro completa 106 anos de publicação – diz muito de um drama da história nacional, e também de dramas dos tempos atuais

Mauro Rosso
12 de dezembro de 2008

Mais poemas de Pound

No quinto número de nossa seção Vice-Verse, coordenada pela jornalista e tradutora Marina Della Valle e dedicada a traduções de poesia e prosa em língua inglesa, apresentamos novos poemas de Ezra Pound, traduzidos do livro "Lustra"

Dirceu Villa
5 de dezembro de 2008

A valsa das borboletas

As narrativas de José Cardoso Pires e Jean-Dominique Bauby funcionam de modo a resgatar a dignidade do homem diante de situações que teriam tudo para reduzi-lo à condição de simples joguete do destino, de “ser” impotente diante de uma condição que lhe escapa à compreensão

Luís Fernando Prado Telles
5 de dezembro de 2008

O passado dói

“O passado”, de Alan Pauls, é uma viagem, uma vertigem cortazariana ao fundo do coração de um homem dilacerado, feito em pedacinhos como os bilhetes e papelotes que consome sem nem mesmo saber ao certo por quê

Fábio Fernandes
1º de dezembro de 2008

Tabuleiro sem limites

A impressão que tenho ao ler e reler qualquer um dos textos de Fernando Sabino é a de que tudo nele era puramente literário

Renata Miloni
1º de dezembro de 2008

Copacabana classic
Régis Bonvicino
1º de dezembro de 2008

Impressionismo em tons de cinza

Assim como “Respiração artificial”, de Ricardo Piglia, “História do pranto” já pode ser considerada uma obra importante sobre o período de exceção latino-americano

Marco Polli
1º de dezembro de 2008

Palavra 48

O passado dói
“O passado”, de Alan Pauls, é uma viagem, uma vertigem cortazariana ao fundo do coração de um homem dilacerado, feito em pedacinhos como os bilhetes e papelotes que consome sem nem mesmo saber ao certo por quê
Aqui

Impressionismo em tons de cinza
Assim como “Respiração artificial”, de Ricardo Piglia, “História do pranto” já pode ser considerada uma obra importante sobre o período de exceção latino-americano
Aqui

Copacabana classic
Poema
Aqui

Tabuleiro sem limites
A impressão que tenho ao ler e reler qualquer um dos textos de Fernando Sabino é a de que tudo nele era puramente literário
Aqui

Rodrigo Gurgel
1º de dezembro de 2008

Três minicontos

Não se dão conta do óbvio: partir de Marianna, por causa da própria natureza da cidade, significa voltar a ela

Cláudio Parreira
23 de novembro de 2008

Um mapa dos corações humanos (de São Paulo e do Brasil)

O começo do livro é engraçado, cheio de brincadeiras do tipo perco-o-leitor-mas-não-perco-a-piada

Fábio Fernandes
23 de novembro de 2008

A aventura intelectual chinesa

Anne Cheng consegue encontrar uma perspectiva equilibrada ou correta para apresentar aos ocidentais uma história do pensamento chinês

Antonio Carlos Olivieri
23 de novembro de 2008

Nuvem carregada

A mim, ninguém oferecia um gole, ao velho que já passou do tempo. Mas eu não sentia. Minha boca, enrijecida, já se acostumara à posição de paralisia, lábios e gengivas endurecidas sem ambição alguma de falar

Diego Viana
23 de novembro de 2008

Palavra 47
Nuvem carregada
A mim, ninguém oferecia um gole, ao velho que já passou do tempo. Mas eu não sentia. Minha boca, enrijecida, já se acostumara à posição de paralisia, lábios e gengivas endurecidas sem ambição alguma de falar
Aqui

A aventura intelectual chinesa
Anne Cheng consegue encontrar uma perspectiva equilibrada ou correta para apresentar aos ocidentais uma história do pensamento chinês
Aqui

Um mapa dos corações humanos (de São Paulo e do Brasil)
O começo do livro é engraçado, cheio de brincadeiras do tipo perco-o-leitor-mas-não-perco-a-piada
Aqui

Três minicontos
Não se dão conta do óbvio: partir de Marianna, por causa da própria natureza da cidade, significa voltar a ela
Aqui

Rodrigo Gurgel
23 de novembro de 2008

Sobre literatura e outros defeitos

Nenhum romance ou conto, nem a soma do que li, me humanizou ou me induziu a ser uma pessoa melhor

André Resende
14 de novembro de 2008

Mestre da bibliofilia

Rubens Borba de Morais pesquisou bibliotecas européias, norte-americanas e brasileiras para escrever sua “Bibliografia brasiliana”, descritiva de livros raros sobre o Brasil de 1504 a 1900, verdadeiro monumento de erudição e pesquisa

Dida Bessana
14 de novembro de 2008

De quando a literatura se despede de suas histórias

Como o escritor brasileiro escolhe escrever seus livros? Geralmente se apegando a somente uma forma de sofrer

Renata Miloni
14 de novembro de 2008

Três poemas
Paulo Chagas de Souza
14 de novembro de 2008

Sartre em si

Já dizer que o Para-si tenha consciência, é questionável. Discute-se nos meios filosóficos se um cidadão que pendura a bandeira do Vasco na janela pode ou não ser enquadrado como um grande conhecedor do mundo. Não sou eu quem diz, é Sartre.

Daniel Cariello
9 de novembro de 2008

Na Primavera, a leitura supera o marketing

Alternativa à Bienal, mostra de editoras independentes relembra que livros são, acima de tudo, espaço para idéias, inteligência e utopia. Evento abre espaço para iniciativas que não se submetem ao mercado, e combina exposição de obras com programação cultural – onde tem espaço a arte periférica

Eleilson Leite
27 de setembro de 2008

Meu vizinho Chico Buarque

— E como é que ele é?
— Nem alto, nem baixo. Cabelo curto, olhos azuis, seus sessenta e poucos anos...
— Mas isso todo mundo sabe. Quero saber da vida dele. Como ele é pessoalmente?

Daniel Cariello
26 de setembro de 2008

Anjos e crianças

Não são poucos os poemas em que Bandeira aborda a infância como região idealizada, cuja simples rememoração pode amenizar o espaço presente da solidão, dor, perda, doenças e aporias que todo adulto precisa lidar [2]

Pedro Marques
12 de setembro de 2008

A heroína do Novo Mundo

“Maria de Sanabria – a lendária expedição das mulheres que atravessaram o Atlântico no século XVI”, do ítalo-uruguaio Diego Bracco, é um romance histórico sobre a aventura dessa nobre sevilhana que, em 1550, chegou ao litoral de Santa Catarina

Dida Bessana
12 de setembro de 2008

O fazedor de humanos

As lições de um velho mestre incluem algo que deveria ser essencial para todos: a literatura

Renata Miloni
12 de setembro de 2008

Quando o labirinto é o mundo

A trama de Saramago é simples mas não é agradável. Seus personagens abandonaram toda a esperança, como se diz no pórtico do inferno dantesco

Fábio Fernandes
12 de setembro de 2008

Joue-nous Raoul!

— O canhestro.
— Hein?
— O príncipe das trevas.
— Paulo Coelho adorando o capeta? Agora embolou tudo.
— Avisei...

Daniel Cariello
8 de setembro de 2008

Palavra 43

Um longo adeus que não termina
Não faltam aos versos de Pedro Salinas a substância palpável e viva da experiência amorosa, que os afasta da mera abstração
Aqui

Uma estranha num país estrangeiro
Em “O encontro”, de Anne Enright, ganhador do Man Booker Prize de 2007, o passado ressurge como um país coberto de neblina
Aqui

Mês de desgraça ou descanso
Não tente viver como um francês em Paris em agosto. Já ao longo do ano essa é uma idéia de turista com complexo de superioridade; no verão, simplesmente não é possível
Aqui

Eclipse
Ela dava a volta por um lado da casa, ele partia correndo na direção oposta, mas era no armário de tia Argentina que acabavam os dois, fundidos naquele silêncio e naquela imobilidade
Aqui

Rodrigo Gurgel
31 de agosto de 2008

Eclipse

Ela dava a volta por um lado da casa, ele partia correndo na direção oposta, mas era no armário de tia Argentina que acabavam os dois, fundidos naquele silêncio e naquela imobilidade

Maria Valéria Rezende
31 de agosto de 2008

Uma estranha num país estrangeiro

Em “O encontro”, de Anne Enright, ganhador do Man Booker Prize de 2007, o passado ressurge como um país coberto de neblina

Alysson Oliveira
31 de agosto de 2008

Mês de desgraça ou descanso

Não tente viver como um francês em Paris em agosto. Já ao longo do ano essa é uma idéia de turista com complexo de superioridade; no verão, simplesmente não é possível

Diego Viana
31 de agosto de 2008

Um longo adeus que não termina

Não faltam aos versos de Pedro Salinas a substância palpável e viva da experiência amorosa, que os afasta da mera abstração

Marco Catalão
31 de agosto de 2008

Praias, pandeiros e limoncelos

As primeiras notas foram facilmente reconhecidas. E todos entraram juntos no refrão de No Woman No Cry. Todos, menos o próprio violeiro, que ficou novamente pelo caminho, mais estático que a Vênus de Milo

Daniel Cariello
22 de agosto de 2008

Perdendo Heitor

Noites que ela guardaria pelo cheiro do cigarro, da terra batida das estradas furtivas, do desodorante impreciso que ele passava, e, por fim, de muito usá-la, aprová-la, repeti-la, ele a tinha declarado única, nunca conhecera carne, cheiro melhor

Chico Lopes
22 de agosto de 2008

Tantas palavras

Quase ri dessa idéia absurda, outra que me cruzava o pensamento sem que eu soubesse de onde nem por que ela vinha. Mas me contive a tempo diante de um par de olhos que pareciam estar levando bem a sério a aventura

Luiz Paulo Faccioli
22 de agosto de 2008

O assassino bossa-nova

Espalham rapidamente as fotografias anteriores na mesa e decidem onde colocar a moça. Ela já está com um vestido longo, azul, semelhante aos usados na virada para os anos sessenta

Marco Polli
22 de agosto de 2008

Na Bienal do Livro, um roteiro alternativo

Debate sobre literatura periférica e um punhado de editoras, universitárias e semi-artesanais, valem a visita. Aí persiste o encanto de uma feira que foi indispensável — mas chega aos 40 anos um tanto decadente e deselegante. Talvez por apostar no gigantismo, e se render à lógica de mercado

Eleilson Leite
22 de agosto de 2008

A traição da pátria e outras suposições literárias

Os escritores estrangeiros são recebidos aqui — e não há diferença se bem ou mal: eles são sempre mais importantes — com um tipo de sorriso bastante comum

Renata Miloni
15 de agosto de 2008

Um portal de papel

Solaris é uma revista-portal que não pode ser encontrada em livrarias ou nas bancas – porque ela é mais uma ação viral que uma publicação

Fábio Fernandes
15 de agosto de 2008

As histórias da história de Biafra

“Meio sol amarelo”, de Chimamanda Ngozi Adichie, põe a história da tragédia de Biafra no mapa da geração Google

Marina Della Valle
15 de agosto de 2008

Memórias do Subdesenvolvimento, arte e revoluções

Edmundo Desnoes, romancista e inspirador de um filme que marcou o cinema cubano, conversa sobre seu processo criativo, as encruzilhadas da Ilha, política e literatura na América Latina, a banalidade do consumo e a importância do ato de narrar, como sentido da própria existência humana

Iana Cossoy Paro, Javier Cencig, Moara Passoni, Thiago Mendonça
8 de agosto de 2008

A Defesa Lujin – ou a precisão do texto

Vladimir Nabokov escrevia um texto como quem tece uma estrutura delicada, respeitando a etimologia do texto como "tessitura", como tecido, algo que é mais tramado e costurado do que criado do nada.

Fábio Fernandes
31 de julho de 2008

Os limites da doença literária

“Jaboc”, de Otto Leopoldo Winck, é um livro em homenagem às palavras, para que elas se guardem até na desgraça por vezes incompreensível que é escrever a qualquer custo.

Renata Miloni
31 de julho de 2008

Portas e vãos

Qual seria a desse cara? Por um instante imaginei que talvez sua preferência sexual fosse outra, e isso me deixou preocupado, ou talvez aquilo ainda fosse parte de algum plano macabro

David Oscar Vaz
31 de julho de 2008

Vice-Verse 4

No quarto número de nossa seção Vice-Verse, coordenada pela jornalista e tradutora Marina Della Valle e dedicada a traduções de poesia e prosa em língua inglesa, apresentamos poemas de Ezra Pound, do livro "Lustra".

Dirceu Villa
31 de julho de 2008

Palavra 39

Vice-Verse 4
No quarto número de nossa seção Vice-Verse, coordenada pela jornalista e tradutora Marina Della Valle e dedicada a traduções de poesia e prosa em língua inglesa, apresentamos poemas de Ezra Pound, do livro Lustra.
Aqui

A Defesa Lujin – ou a precisão literária
Vladimir Nabokov escrevia um texto como quem tece uma estrutura delicada, respeitando a etimologia do texto como tessitura, como tecido, algo que é mais tramado e costurado do que criado do nada.
Aqui

Os limites da doença literária
Jaboc, de Otto Leopoldo Winck, é um livro em homenagem às palavras, para que elas se guardem até na desgraça por vezes incompreensível que é escrever a qualquer custo.
Aqui

Portas e vãos
Qual seria a desse cara? Por um instante imaginei que talvez sua preferência sexual fosse outra, e isso me deixou preocupado, ou talvez aquilo ainda fosse parte de algum plano macabro
Aqui

Rodrigo Gurgel
31 de julho de 2008

"Meu bairro era pobre, mas ficava bem bonito metido num luar"

Mídia tradicional multiplica referências a Machado e a Rosa, rendendo-lhes homenagens previsíveis e banais. Coluna destaca outro centenário: o de Solano Trindade. Poeta, dramaturgo, ator e artista plástico, ele cantou a dignidade, as lutas, amores e dores dos negros e dos que vivem do trabalho

Eleilson Leite
8 de julho de 2008

No Pequod – em busca de Moby Dick

“Moby Dick” conquistou admiradores nos mais diferentes quadrantes do planeta. Albert Camus, um deles, chamou seu autor de o “Homero do Pacífico”

David Oscar Vaz
5 de julho de 2008

Um discurso, quando o desejo é calar

Somos criados para aplaudir a mais dramática das desgraças; estamos acostumados a rir do sofrimento e derreter de comiseração pelas misérias. Mas a reação que temos diante de uma alegria pacata, digamos, de atirar pedrinhas no lago, é bem diferente. Bocejamos, viramos a página, mudamos de canal. A bonomia é coisa muito fastidiosa, sobretudo a dos outros

Diego Viana
5 de julho de 2008

O dia da morte

Quando demoramos a morrer, logo entramos na lista dos que já morreram. É inevitável. Não temos o direito de não morrer

Manoel Fernandes Neto
5 de julho de 2008

Odradek e os personagens

Como lidar com o peso daquilo que é criação e que é inexistente, mas que ainda assim sobrevive ao tempo e nunca se desgasta?

Olivia Maia
5 de julho de 2008

Exército 3 x 0 Providência

Vamos fazer de conta que esses três jovens são brancos e da classe média. Vamos abraçar a Lagoa Rodrigo de Freitas, usar fitinha branca. Chama a Hebe, a Ivete. Ué, cadê todo mundo, porra? Quando morre pobre ninguém quer... E o silêncio é mais covarde e violento do que bala de fuzil

Sérgio Vaz
29 de junho de 2008

O grande concerto

A mão ensangüentada não segurava mais a gilete, mas ela não devia estar longe. Os dedos semidobrados estavam pretos, e em volta do pulso a branquidão extrema da pele era realçada por uma pulseira de sangue seco

Fábio Fernandes
28 de junho de 2008

Gente como a gente — ou algo parecido

Diferente de muitos de sua geração, Miranda July não é dada a pirotecnias visuais ou malabarismos narrativos. Suas histórias são bem diretas, e os personagens densamente construídos

Alysson Oliveira
28 de junho de 2008

Uma simples pergunta ou um profundo questionamento?

A literatura me atraiu porque nela encontrei histórias distintas, personagens mais humanos do que os reais, mundos que talvez eu nunca alcance

Renata Miloni
28 de junho de 2008

Pequenos espaços, grandes problemas

— E aí escolheram a resposta mais criativa.
— Que pergunta?
— "Qual a diferença entre a mulher e a televisão?"
— E o que você respondeu?
— O controle remoto!

Daniel Cariello
27 de junho de 2008

Os novos Espelhos de Galeano

Escritor uruguaio lança seu livro mais recente: "Espejos. Una historia casi universal". Em tom de crônica poética, obra passeia por temas como arte, desigualdade, feminismo, mídia, impérios e resistências. "Le Monde Diplomatique" publica uma seleção de trechos, cedidos e escolhidos pelo próprio autor

Eduardo Galeano
24 de junho de 2008

Leres em tilt

— Sabe, adoro escutar essa língua.
— E você entende?
— Sim, claro. Sou brasileira.
— Ué. E por que não fala com a gente em português?
— Boa idéia! Sabe, j’aime beaucoup morar em Paris.

Daniel Cariello
23 de junho de 2008

Um episódio em parte real

Cheguei a fantasiar que o catalisador de toda a história desapareceria de repente ou revelaria ser um demônio, um duende, qualquer ser sobrenatural. Mas qual, o velho continuou encalacrado, olhos nos joelhos, como se nada se passasse à sua volta

Diego Viana
21 de junho de 2008

Sexo como missão

Em "Pantaleão e as visitadoras", de Vargas Llosa, a sofisticação do risível está justamente nas sutilezas que o cercam e produzem o humor no seu sentido mais elaborado: no lugar que ocupa entre o cômico e o trágico

Cristina Betioli Ribeiro
21 de junho de 2008

E quem os chineses não surpreendem?

Em coletânea de colunas publicadas no jornal inglês "The Guardian", Xinran se esforça para explicar as diferenças entre a China e o Ocidente – e acaba engrossando o coro dos atarantados pela complexidade e velocidade das mudanças naquele gigante asiático

Marina Della Valle
21 de junho de 2008

Pierre Jean Jouve, dois poemas

Murilo Mendes escreveu sobre Pierre Jean Jouve em duas oportunidades, para os "Retratos-relâmpago" e para os "Papiers", textos em francês reunidos na edição cuidadosa de Luciana Stegagno Picchio

Pablo Simpson
21 de junho de 2008

Arigatô, monsieur

. No bairro chinês tem um McDonalds com cardápio em chinês. Ou em japonês, sei lá.
. Apesar de ter sido criado por um japonês, o Miojo e seus derivados são chamados aqui de "macarrão chinês".
. O bairro chinês, na verdade, fica na Praça da Itália.

Daniel Cariello
16 de junho de 2008

A pequena e valiosa glória dos prêmios literários

No caso de Joanna Kavenna, apesar de ter 34 anos, foi preciso um amadurecimento de sete romances terminados e rejeitados pelas editoras para que finalmente tivesse um reconhecimento

Renata Miloni
13 de junho de 2008

A lira múltipla de Lope de Vega

Lope Félix de Vega Carpio, chamado por Miguel de Cervantes de “monstro da natureza”, é um caso singular de fertilidade criativa

Marco Catalão
13 de junho de 2008

Um presidente negro que a história esqueceu

Se tivesse nascido uns trinta ou quarenta anos antes, Lobato provavelmente teria sido convidado para fazer parte da Fabian Society, que tinha entre seus membros H. G. Wells e Bernard Shaw, pregava o socialismo científico ou utópico e previa o progresso da humanidade por meio da ciência

Fábio Fernandes
13 de junho de 2008

A morte contemporânea

Em “Ruído branco”, tecnologia e consumo são citados em profusão, e não apenas como parte do modo de vida prático, mas como elementos com que os personagens também criam ligações íntimas de pavor ou fascínio

Marco Polli
13 de junho de 2008

Um quadro, três histórias

Verdadeiros samurais modernos, munidos de máquinas fotográficas ao invés de espadas, os japoneses não se importaram com as dimensões da obra e nem com o aviso, e saíram clicando em uma velocidade digna de Guiness. Do livro dos recordes, claro, não da cerveja

Daniel Cariello
9 de junho de 2008

Seis

Para boa parte dos seguidores de Pitágoras, o divino Um era a manifestação inteligível do universo, o Dois colocava diante do homem a presença dos opostos, o Três escancarava os portais do múltiplo

Diego Viana
6 de junho de 2008

Pêlo amargo na narina

Ainda não havia feito a barba. Áspera. E, na narina, aquele pêlo. Pirata. Não, não era seu aquilo. Um pêlo que crescia de dentro pra fora, a incomodar-lhe, a roçar-lhe o buço, a lembrar-lhe a existência, minuto a minuto, a roubar-lhe tempo

Teresa Candolo
6 de junho de 2008

Triste sina

Quem o visse, se o visse, de relance, nesse instante após a metamorfose, não sabia o que via, o que tinha visto, um vulto fugaz, um tiro veloz, um vasto susto, um engano da vista

Antonio Carlos Olivieri
6 de junho de 2008

Domingo

A voz do homem está mais baixa e rouca, como se ele fosse chorar. Aqui, ó, aqui! Os olhos parecem que vão saltar do rosto e rolar na sarjeta. Agarra a mão e guia para a virilha. Há ali uma coisa cega e sem nome

Neuza Paranhos
6 de junho de 2008

Salamaleque!

— Bra bra bra minha mulher bra bra bra bra.
— Eu sei, eu sei. Também acharia estranho o fato de a moto sumir.
— Bra bra bra bra bra loja... Gentil bra bra.
— Que isso... Precisando é só chamar.

Daniel Cariello
2 de junho de 2008

Quando escrever deixou de ser uma arte

Hoje, o jornal que passa por debaixo da minha porta, salvo honradas exceções, é ilegível. Já fiz pesquisas em jornais antigos na Biblioteca Nacional e cheguei a sentir os olhos marejados – de raiva – pela comparação com o jornal pelo qual pago hoje

Simone Campos
30 de maio de 2008

Cinco aspectos da imagem na literatura

Creio que a insistência em tentar reconhecer (inutilmente) na literatura contemporânea a semelhança com roteiros de filmes parte apenas primeiramente do leitor, que não consegue mais diferenciar de forma clara as duas (ou mais) artes

Renata Miloni
30 de maio de 2008

Dois poemas de Erín Moure

No terceiro número de nossa seção dedicada à tradução de poesia e prosa em língua inglesa, coordenada pela jornalista e tradutora Marina Della Valle, apresentamos dois poemas de Erín Moure

Virna Teixeira
30 de maio de 2008

A casa no morro – Final

E eu não tinha uma droga de um par de algemas. Puxei o cadarço do meu tênis e o usei para amarrar os pulsos de Joana. Apertei o nó com força. Ela não resistiu. Pareceu-me que estava sorrindo

Olivia Maia
30 de maio de 2008

Roteiro de viagem

— Essa, não.
— Não quer visitar a Torre Eiffel?
— Quero não.
— Mas todo mundo que vai a Paris visita.
— Pois eu vou ser o primeiro a não ir.

Daniel Cariello
26 de maio de 2008

*
Pablo Simpson
24 de maio de 2008

A casa no morro – Parte 4

Iuri talvez se aborrecesse com minha afirmação. Ele preferia chegar pelas bordas. Senti que me lançava um de seus olhares de censura, mas eu estava prestando atenção na reação de Jônatas. O homem não se moveu. Não havia como ficar mais branco. Porque havia desconfiado do que estava por vir

Olivia Maia
24 de maio de 2008

Na rua, outra rua

De manhã, domingo, o tapete cristalino sobre o chão denuncia a madrugada em que a rua, tão desimportante, pertenceu a pessoas que costumam só ter com ela uma relação de passagem ou compromisso. O bar, portas fechadas, recobriu-se de seu aspecto simplório, por trás da bandeira puída

Diego Viana
24 de maio de 2008

Clea

Histórias novas, e algumas reinterpretadas, vêm outra vez salvar o romance do pecado da falta de originalidade, tendo em vista a existência de seus antecessores. Passei por quase todas elas com o desdém de um “connaisseur” enfastiado

Luiz Paulo Faccioli
24 de maio de 2008

Calendário de inverno

— No fim das contas, o que importa é que o verão está chegando. Quais são seus planos?
— Eu vou pro Brasil.
— Pro Brasil, pro inverno de lá? E vai fazer o quê?
— Como assim? Usar todos esses casacos que comprei, claro.

Daniel Cariello
18 de maio de 2008

A casa no morro – Parte 3

O cachorro tinha uma mancha de sangue na cabeça e estava próximo a uma porta que devia sair para o lado de fora. O chão me pareceu limpo. Ou sujo o suficiente para que o sangue sequer aparecesse. Inclinei-me por sobre o cachorro e olhei a porta. Dedos na maçaneta

Olivia Maia
16 de maio de 2008

A leitura como exercício da individualidade

Um dos momentos em que mais se pode reconhecer, reconquistar e exercer a individualidade é durante uma lenta leitura. A mim, a literatura vale muito mais, ou melhor, tem seu real valor quando a atenção despretensiosa mas inevitável é o que move a leitura

Renata Miloni
16 de maio de 2008

Joyce Carol Oates e sua ciranda de meninas más

Dona de uma visão extremamente singular do mundo, a autora demonstra maestria ao tecer enredos que, no melhor estilo do suspense norte-americano, muitas vezes dependem do elemento surpresa, do engenho ao manipular os elementos narrativos para causar sensações e sugestões

Marina Della Valle
16 de maio de 2008

Ficção Científica no Brasil: grandes esperanças

A história está longe de terminar para a FC brasileira. Graças às comunidades de Web, novos autores, que não tinham a menor ligação com o CLFC nem com os autores citados anteriormente, foram surgindo e ocupando um lugar fundamental na literatura do gênero e em suas discussões críticas

Fábio Fernandes
16 de maio de 2008

Realismo na Roma Antiga

É possível imaginar que o sonho de Petrônio seria o de criar uma obra que não fosse uma imitação piorada do modelo, mas uma outra, capaz de expressar essa inadequação; para isso, optou por um gênero ainda pouco prestigiado, o romance, e de um estilo baixo, que não abrisse mão da paródia aos clássicos. O resultado é uma obra de caráter realista

David Oscar Vaz
9 de maio de 2008

A casa no morro – Parte 2

Ao fim do percurso pude ver uma casa pequena – suja como tudo mais naquela região. Com o carro parado, Iuri abriu a porta e foi até um matagal amarelado na direção oposta da casa. Daquele lado o mato seguia até onde eu podia enxergar, mas por todos os outros era tudo uma terra seca e pálida. E a casa velha. Para trás dela era possível enxergar uma parte de um carro vermelho. O Escort

Olivia Maia
9 de maio de 2008

Poemas
Pedro Marques
9 de maio de 2008

Uma fábula de paredes

Enquanto espia o chuvisco sobre a folhagem da rua, não percebe como a memória apagou os sofrimentos e fechou as feridas. Restam só as imagens de terras exóticas que o fascinaram, lugares não raro ausentes dos mapas

Diego Viana
9 de maio de 2008

Eu x Zidane

"Senti o peso e a responsabilidade. 160 milhões de brasileiros e 60 milhões de italianos esperavam ansiosos por alguma ação minha. Respirei fundo e, imitando o meio-campista francês, meti a testa no peito do cara, com mais força do que o previsto"

Daniel Cariello
9 de maio de 2008

Se fosse ficção

Talvez a palavra resolva seguir ao lado da literatura, mas também se mantém sozinha, também é seu próprio alicerce. Apenas ela pode se narrar

Renata Miloni
3 de maio de 2008

A casa no morro – Parte 1
Olivia Maia
3 de maio de 2008

O bestiário do Cristo

Sem a desconfiança dos primeiros homens da Igreja, ciosos em preservar o dogma cristão contra aquilo que identificavam como um vestígio das idolatrias pagãs, Charbonneau-Lassay vai buscar não só a interpretação religiosa, mas as numerosas fontes pagãs e o modo como os primeiros cristãos se apropriaram de antigos emblemas locais: a águia, o golfinho, a fênix, o íbis no Egito, o leão em Roma

Pablo Simpson
3 de maio de 2008

Ficção Científica: sobre nós e nossa condição

Lá fora, nos Estados Unidos e na Europa, a ficção científica já saiu da infância há muito tempo. A zona de sombra, a zona do crepúsculo, a Twilight Zone da incerteza aumenta cada vez mais. Os tons de cinza estão cada vez mais ricos. E é nessas frestas entre os tentáculos da besta que a ficção científica atual tem encontrado seu nicho

Fábio Fernandes
3 de maio de 2008

Paris para crianças

— Você sabe o que é escargot?
— Não.
— É um caramujo.
— Eca.
— Os franceses comem.
— É por isso que eles fazem aquele biquinho?

Daniel Cariello
29 de abril de 2008

A mulher do tenente francês

John Fowles aproxima-se do modelo do romance vitoriano para negá-lo, ao final. Não sem antes lhe reservar um último golpe: o final em aberto. Não que o romance termine inconcluso; mas possui dois finais possíveis. Na verdade três

Gregório Dantas
25 de abril de 2008

Um conhecido entre os traços

Está claro, mas não nítido, por que o desgraçado é assim tão familiar. As paralelas que deveriam se encontrar no infinito podem sofrer desvios. Podem chocar-se ainda no tempo. Eventualmente, acontece

Diego Viana
25 de abril de 2008

José Watanabe: o guardião do gelo

A presença da cultura japonesa na obra de José Watanabe não se limita a elementos biográficos, mas está arraigada numa série de características que revelam um longo convívio com a tradição literária do haicai

Marco Catalão
25 de abril de 2008

Bala de fogo

(Poema singelo contra a morte)

Teresa Candolo
25 de abril de 2008

Protesto!

Todo dia tem uma manifestação em Paris, pelos motivos mais diversos. Ontem, esbarrei em uma passeata pelo direito dos cães. Quando cheguei em casa, encucado, comecei a fazer uma lista de possíveis novas campanhas, organizações e movimentos, caso a inspiração dos parisienses acabe um dia

Daniel Cariello
23 de abril de 2008

Para apreender um significado

"Carta a D." não é um livro que somente conta a história de um amor, é o registro de um significado. Um querer teorizar para si mesmo, ver de forma intelectualizada algo que o próprio autor percebeu que não poderia ser transformado em teoria

Renata Miloni
18 de abril de 2008

Um final entediante

Ao extrair do inimigo sua força e sapiência, Pullman diminuiu o valor deste e, por conseqüência, o desfecho nada mais é do que uma vitória de Pirro, que não convence a ninguém

Dida Bessana
18 de abril de 2008

Mountolive

O que mais impressiona na engenhosa construção de “O Quarteto...” é a perícia com que Durrell, a partir de uma trama obscura, repleta de ambigüidades, racionaliza e vai contrapondo novos elementos para criar um universo perfeito que o leitor depois irá desvendar — e que irá surpreendê-lo

Luiz Paulo Faccioli
18 de abril de 2008

Não sou anjo nenhum
Samara Leonel
18 de abril de 2008

A faca sutil: pouca emoção

Lorde Asriel arregimenta um exército composto por homens que sofreram a intercisão, portanto não têm medo, nem imaginação, nem vontade própria

Dida Bessana
11 de abril de 2008

O dilema da literatura de gênero brasileira

A literatura policial brasileira contemporânea é quase inexistente, mas o mesmo pode ser dito da ficção científica, ou da literatura romântica, ou do romance histórico. Em outras palavras, o que falta no cenário literário nacional hoje não é apenas literatura policial, é literatura de gênero como um todo

Lucas Murtinho
11 de abril de 2008

Uma revista com rumo firme e novos horizontes

Em 2008, com a publicação de sua 8ª edição, a ser lançada no próximo dia 17 de abril, a Cadernos de Literatura em Tradução introduz duas mudanças editoriais. Uma delas é a periodicidade, que passa de anual a semestral. A segunda é a introdução de edições temáticas, que serão alternadas com volumes de tema livre

John Milton, Marina Della Valle, Telma Franco
11 de abril de 2008

April in Paris

Em Paris, a beleza brota como uma resposta à opressão do inverno, uma vitória daqueles que sobreviveram, uma ressurreição mitológica revivida a cada ano. A mística em torno do equinócio é profunda, ancestral, dionisíaca. O movimento é patente

Diego Viana
11 de abril de 2008

Soneto a Satã, de Sylvia Plath

No segundo número de nossa seção dedicada à tradução de poesia e prosa em língua inglesa, coordenada pela jornalista e tradutora Marina Della Valle , apresentamos um poema que se encontra entre os primeiros de Sylvia Plath

Ivan Justen Santana
4 de abril de 2008

Criando fama sem cama

É terrível e fascinante sujeitar-se à objetividade de si mesmo. Há volúpia e desânimo em sair de si e olhar-se como um objeto midiático, um produto, uma possibilidade. Posicionar-se em relação aos outros idiotas cheios de som e fúria

Simone Campos
4 de abril de 2008

Cinco aspectos do conto na era virtual

Na internet, a proximidade do escritor com as opiniões dos leitores é tão instantânea quanto a reação deles ao ler cada linha de suas próprias narrações

Renata Miloni
4 de abril de 2008

Personagens de todos nós

Por que a enorme riqueza cultural do Brasil não fez de nós, até hoje, um país de leitores? Retratos da noite memorável em que Chico Buarque, Caetano Veloso, Mia Couto e outros celebraram a obra de Jorge Amado, inspirando a busca de respostas para uma questão que permanece em aberto

Carolina Gutierrez, Marília Arantes
31 de março de 2008

Lêdo Ivo: sorriso aos 80

O que Lêdo Ivo realiza em versos – e também em alguns de seus ensaios – serve de motivação para a crítica, isto é, deve-se analisar a relação entre modernistas e parnasianos em suas contraposições, mas também em suas convergências.

Pedro Marques
29 de março de 2008

Estranho objeto

De súbito, faltou fôlego. Cessou a confusão do batismo cego. Poderia decidir-se por qualquer daqueles nomes, ou qualquer outro; subsistiria o mais terrível dos atributos, sempre. O que trazia nas mãos, nelas teria de seguir.

Diego Viana
29 de março de 2008

Mapeando a cidade invisível

Se a mitologia penetrante e luminosa da Paris de Hemingway não é mais reproduzível, Vila-Matas acaba por conceber um tipo de mitologia pessoal e específica sobre seu romance de estréia.

Marco Polli
29 de março de 2008

Do que disseram
Pedro Du Bois
29 de março de 2008

Alô, Hugo

— É o Hugo, mexicano?
— Não. É o Daniel, brasileiro.
— Mas você fala espanhol? (...) Que estúpida eu sou. Você fala brasileiro, né?
— Também não.

Daniel Cariello
25 de março de 2008

Tentativa de uma defesa desnecessária

Ninguém em sã consciência decide ser escritor para que um dia lhe roubem suas idéias e façam o que quer que seja com elas.

Renata Miloni
14 de março de 2008

A ira de João Gabiru
Antonio Carlos Olivieri
14 de março de 2008

Copa de Literatura: seriedade e bom humor
Lucas Murtinho
14 de março de 2008

Miguel Hernández — A península ultrajada

Preso no ano de 1939, depois da vitória de Franco, Miguel Hernández escreve no cárcere seus poemas mais intensos, frutos da experiência da injustiça, da morte e da ausência.

Marco Catalão
14 de março de 2008

Balthazar

Ao deixar um pouco de lado a trama principal para enveredar por um desses caminhos secundários e quase sempre tortuosos, Durrell revela toda sua competência como ficcionista.

Luiz Paulo Faccioli
7 de março de 2008

O Yeti com maleta executiva

Os grandes mestres compõem um subtexto hitchcockiano, com violinos ao fundo, para o leitor. Eles deixam a dúvida e não a certeza. Em vez de “será que é a pessoa X”, o leitor fica se perguntando “será que essa pessoa existiu ou foi só muito bem-inventada?”.

Simone Campos
7 de março de 2008

Acordados: o caleidoscópio de vidas da metrópole
Marina Della Valle
7 de março de 2008

Rosa de fevereiro

Se os antigos, em pastorais de telas e sinfonias, exultavam de retratar o alívio explosivo das cores a brotar, os modernos têm a ousadia insolente de desmerecer as rosas, reduzidas a atavio.

Diego Viana
7 de março de 2008

Procura-se pão francês

— É o pão do dia-a-dia no Brasil.
— E vocês o chamam de pão francês? Olha, acho que ele não existe na França.
— Quer dizer que temos sido enganados esse tempo todo?
— Lamento te revelar isso assim, de sopetão.

Daniel Cariello
4 de março de 2008

Arquitetura e intolerância na Barcelona medieval

A Catalunha está no auge de sua prosperidade, pois domina o Mediterrâneo. Mas esse poderio comercial não esconde as marcas de uma sociedade profundamente estratificada.

Dida Bessana
29 de fevereiro de 2008

A biblioteca e seu inferno

A exposição nos permite questionar os códigos morais ou o que parece se estabelecer como moralmente aceitável, a partir dessa literatura que vai justamente pesquisá-los, como, por exemplo, o Marcel Proust de Sodoma e Gomorra e o drama dos “invertidos”.

Pablo Simpson
29 de fevereiro de 2008

Cardeais em órbita
Carlos Orsi
29 de fevereiro de 2008

Minhas universidades, de Górki

Para Górki, o bravo homem russo é aquele que vive plenamente o real, que coloca a mão na massa, e que o intelectual nada mais faz que concluir o que, em realidade, o homem que vive plenamente o real já concluiu, passando por dissabores e fazendo, ele mesmo, a História.

Isa Fonseca
29 de fevereiro de 2008

Do processo de organização das idéias

Alguns poderiam dizer que saber toda a história antes de escrever tira toda a graça da escrita. Mas literatura policial é um troço assim. É um artesanato com uma técnica.

Olivia Maia
22 de fevereiro de 2008

Moça de vermelho sabe morrer
Manoel Fernandes Neto
22 de fevereiro de 2008

Os muitos dilemas da literatura policial brasileira

Os detetives Espinosa e Mandrake, aquele mais do que este, são conseqüência de uma necessidade de auto-afirmação que ainda permeia a literatura de entretenimento no Brasil.

Paulo Polzonoff Jr.
22 de fevereiro de 2008

As concubinas do sultão

Percebo que não conheço São Paulo. Acredito que ninguém conheça. Pois a cidade não se deixa conhecer. Como se precisasse esconder o rosto, ela abafa a própria voz natural, uma vibração produzida a cada instante pelo flutuar de seus habitantes.

Diego Viana
22 de fevereiro de 2008

Um outro retrato de Stálin

Os trabalhos do historiador britânico Geoffrey Roberts rejeitam a caricatura do dirigente soviético como um ditador tirânico e incompetente. E enfatizam seu papel decisivo na derrota do nazi-fascismo. Bem como seu esforço para assegurar à Rússia devastada pela Segunda Guerra algumas décadas de paz e segurança

Annie Lacroix-Riz
15 de fevereiro de 2008

Cinco aspectos da arte de citar

Citar é estar de tal forma na literatura que só a própria criatividade não é suficiente, deve-se buscar ferramentas criadas por diferentes autores, desconstruir pensamentos e identificar até migalhas espalhadas que ainda não haviam sido vistas.

Renata Miloni
15 de fevereiro de 2008

Contos do inconsciente

“Freud e o estranho – contos do inconsciente”, mesmo sendo irregular, não deixa de ser interessante. Em primeiro lugar, pela caprichada apresentação do volume, com notas bastante explicativas acompanhando os contos, além de comentários reunidos ao final do volume.

Gregório Dantas
15 de fevereiro de 2008

Ganhando meu pão, de Máximo Górki

De que matéria, afinal, é feita a ficção — Górki parece perguntar — e por que ela o cativa de maneira tão impressionante e, ainda, por que o que é ficcional pode ser tão belo, apropriado, sublime e, por vezes, inapropriado, já que não se cola ao real?

Isa Fonseca
15 de fevereiro de 2008

Palavra 16

Um país de não-leitores
Em 2002, um quarto da população brasileira com mais de 10 anos de idade tinha menos de quatro anos de estudos completos: 32 milhões de analfabetos funcionais. Estatisticamente, o brasileiro não estuda, e quem não estuda não lê
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A fantástica fábrica de salsichas
O curso de P. E. também realiza visitas guiadas a editoras. Essa, sim, foi a parte mais empolgante do meu treinamento de agente secreta (com licença, sofro de imaginação galopante): me infiltrar no terreno inimigo e desvendar seu modus operandi
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Sob a luz de Matisse
“O autêntico criador não é apenas um ser dotado, é um homem que soube ordenar em vista de seus fins todo um feixe de atividades, cujo resultado é a obra de arte.” – Henri Matisse
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Os cheiros da terra
Que a terra na França exale um perfume rústico e irresistível quando chove sobre ela, admito com prazer. Mas empenho minha palavra como não é igual ao que inspirei nesta manhã em Guarulhos e experimentei tantas vezes, em inúmeros recantos do país
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Rodrigo Gurgel
2 de fevereiro de 2008

Os cheiros da terra

Que a terra na França exale um perfume rústico e irresistível quando chove sobre ela, admito com prazer. Mas empenho minha palavra como não é igual ao que inspirei nesta manhã em Guarulhos e experimentei tantas vezes, em inúmeros recantos do país.

Diego Viana
2 de fevereiro de 2008

Justine

A organização caótica da narrativa passou, em dado momento, a dispersar minha atenção. Chega uma hora em que belas figuras de linguagem e descrições primorosas tornam-se insuficientes para cativar um leitor que preza uma condução mais segura da história.

Luiz Paulo Faccioli
26 de janeiro de 2008

Contos de fadas para adultos

Publicado pela primeira vez em 1960, na Inglaterra, “Beijo”, de Roald Dahl, é formado por onze contos em que prevalece o tom sombrio, com detalhes do cotidiano que, aos poucos, constroem um clima de suspense e terror.

Leandro Oliveira
26 de janeiro de 2008

Cassavas, Anselmo e as grandiosidades

Quando encontro uma literatura feita a partir de certo surrealismo fantástico, ela tende a me agradar muito mais. João Paulo Cuenca mergulha nessa classe com maestria.

Renata Miloni
26 de janeiro de 2008

A Infância de Máximo Górki

É interessante notar a maestria do autor em elaborar ficcionalmente e em detalhes as suas memórias daqueles anos, sem deixar de dar-nos um painel, ainda que muito sutilmente, do modo de viver do russo, do “homem comum”, no século 19.

Isa Fonseca
26 de janeiro de 2008

Moldar o homem

Imagine, quanta identificação, quanta empatia, quando o povo soubesse que o presidente é tão normal, "como todo mundo", que foi até traído pela mulher! Mas, estranhamente, houve pouco mais do que alguns comentários chistosos, nos botecos e nos cartuns, sobre o "reizinho corno". E o assunto morreu.

Diego Viana
18 de janeiro de 2008

Guerra sem vencedores

Com mais de cem mil exemplares vendidos na Espanha, traduzido na Alemanha, França, Itália, Holanda, Sérvia, Israel e Romênia, e às vésperas de ser transformado em filme, "Os girassóis cegos" passou despercebido da grande imprensa.

Dida Bessana
18 de janeiro de 2008

O dilema da literatura policial brasileira

Nenhum escritor está disposto a se colocar como um escritor menor, um mero escritor de literatura de entretenimento. Dos poucos escritores brasileiros de literatura policial, a maioria ainda pretende se colocar uma importância que não deveria ter.

Olivia Maia
18 de janeiro de 2008

Dois poemas de John Donne

A partir deste número, damos início a uma seção de tradução de poesia e prosa em língua inglesa, coordenada pela jornalista e tradutora Marina Della Valle marina_dellavalle@yahoo.com.br.

Rafael Rocha Daud
18 de janeiro de 2008

Huymans ensaísta

O que caracteriza o conjunto de ensaios de J. K. Huysmans é a alternância entre a militância inicial ao lado da pintura impressionista, dos salões dos independentes ou de vários artistas e o caminho religioso que o faria aproximar-se da pintura de Fra Angelico ou de Mathias Grünewald

Pablo Simpson
12 de janeiro de 2008

O ficcionista das ruas

João Antônio alega ter buscado firmar um compromisso com o leitor brasileiro, o qual procurou conhecer a fundo, a fim de desmistificar a sentença de que “não temos leitores”.

Cristina Betioli Ribeiro
12 de janeiro de 2008

Janet Malcolm e a busca elusiva por Gertrude Stein

Os que conhecem a autora americana Janet Malcolm sabem que não encontrarão em ’Two lives – Gertrude and Alice’, seu último livro, uma biografia no sentido estrito da palavra.

Marina Della Valle
12 de janeiro de 2008

Animais distantes

O escritor é o leitor que acompanha detalhadamente cada passo de um texto e cabe a ele decidir os rumos — mesmo que depois os encontre errados — de sua criação.

Renata Miloni
12 de janeiro de 2008

Um mestre na periferia

Escritor de pedras e livros, inventor de desvairios como os Saraus e a Semana de Arte Moderna da Periferia, Sérgio Vaz fala sobre literatura, talento pessoal, rap&MPB, esquerda. Ele vê as quebradas como "a Palestina brasileira", mas avisa: "Não abrimos mão da dignidade. E nosso palco é merecido"

Danilo Siqueira
24 de dezembro de 2007

O homem na multidão

Sem colocar seu detetive no divã, Garcia-Roza conseguiu, de livro a livro, criar uma figura carismática capaz de comportar questões graves de maneira bastante verossímil.

Gregório Dantas
22 de dezembro de 2007

Sob o sol, sob a lua... Um Balanço...

Cynthia Cruttenden mobiliza sol e lua para construir um mito quase de fecundação. Keiko Maeo encena a descoberta e o crescimento sensorial do homem.

Pedro Marques
22 de dezembro de 2007

O artelho de Aquiles

Há tradutores por aí que, por falta de humildade ou excesso de preguiça, recusam-se a abrir qualquer dicionário. Mesmo os eletrônicos. Eles sabem tudo, e o que não sabem, podem adivinhar. Ou inventar.

Simone Campos
22 de dezembro de 2007

Sobre símbolos e eras

São os orientais, hoje, que não respeitam nada do que já há; pensam no que ainda haverá, e interpretam o presente como mera matéria-prima, tão bruta e maleável como a areia da praia.

Diego Viana
22 de dezembro de 2007

Antonio Porchia — os limites da literatura

A escassez da obra de Porchia é uma decorrência natural, necessária, da sua capacidade de condensação: uma única voz parece requerer uma eternidade de silêncio e meditação.

Marco Catalão
22 de dezembro de 2007

Em nome da harmonia

Assim Assis Brasil se mostrou em seu romance: mantendo um ritmo sensatamente emocionante do começo ao fim, com a honesta prioridade não de impactar, mas de ser fiel ao texto, ao tom de narração escolhido.

Renata Miloni
15 de dezembro de 2007

A noite dos viúvos
David Oscar Vaz
15 de dezembro de 2007

Poemas
Cristina Betioli Ribeiro
15 de dezembro de 2007

A literatura que vem da Ásia

Que o leitor mais exigente não se engane: há, em tais best-sellers, algo que cativa e que aparece justificado num fazer literário que, não sendo fruto da mente de gênios da literatura, ainda assim, tem o seu lugar.

Isa Fonseca
15 de dezembro de 2007

Os escritores malditos do Vietnã

Numa sociedade esgotada ideologicamente e marcada pela força crescente do dinheiro, eles buscam um sentido para a vida falando de sexo e transgressão — e difundindo suas obras via internet ou em cópias píratas

Jean-Claude Pomonti
12 de dezembro de 2007

Eu ficava ali, chamando Deus

"As provas da existência do inimigo interior são imensas e as de seu poder esmagadoras. Creio no inimigo porque, todos os dias e todas as noites, eu o encontro em meu caminho. O inimigo é aquele que, do interior, destrói o que vale a pena. É aquele que lhe mostra a decrepitude contida em cada realidade."

Amélie Nothomb, Cosmética do inimigo

Saint-Clair Stockler
7 de dezembro de 2007

Leda e o lugar da literatura

Ao dar o título do seu livro a uma personagem obscura e que pouco aparece na narrativa, o autor sugere uma visão sobre o lugar que a literatura possui nos dias de hoje.

Marco Polli
7 de dezembro de 2007

Ambição total

Para um escritor com ambição total, a busca por todos os leitores possíveis não implica condescendência ou simplificação; ao contrário, ela implica excelência e versatilidade

Lucas Murtinho
7 de dezembro de 2007

Individualidade e história

No romance Uma questão de loucura, Ismail Kadaré empresta ao narrador aguda capacidade de observação e de fantasia, para recuperar, como em outras obras, a história da Albânia

Dida Bessana
7 de dezembro de 2007

A voz distante

Nos poemas aqui traduzidos, inéditos no Brasil, Yves Bonnefoy fala de um eterno renascer, contra os desígnios da morte e do esquecimento.

Pablo Simpson
30 de novembro de 2007

Wordsworth e o retrato do poeta quando jovem

A edição bilíngüe de "O olho imóvel pela força da harmonia", seleção de poemas de Wordsworth, traz, pela primeira vez em português, trechos do prefácio ao livro Lyrical ballads, volume escrito por Wordsworth e Coleridge, considerado um marco do Romantismo nas letras inglesas

Marina Della Valle
30 de novembro de 2007

Cento e sessenta homens parrudos

Nem o mais aloprado dos econometristas haverá de encontrar traços de eficiência no ato de mandar cento e sessenta policiais (escrevo por extenso para aumentar o impacto) para combater uma pequena, digo mais, minúscula greve de estudantes.

Diego Viana
30 de novembro de 2007

De Drácula a Philip Marlowe

Até que ponto é possível reduzir o gênero policial a um punhado de características?

Olivia Maia
30 de novembro de 2007

Palavra 8

Entre o romantismo e a modernidade
Em contraste com a sintaxe e o léxico sonoros e altissonantes das obras de Espronceda e Zorilla, os poemas de Bécquer apresentam uma linguagem depurada e concisa
Aqui

Dois poemas
Aqui

Sabores, cheiros e cores
"O homem tinha (eu achava) cara mesmo de pescador: faces descarnadas, secas de sol, a barba cinzenta e rala encompridando o bigodão. Enfiados nos braços, os cestos de vime: gingando no passo dele, tampas saltando, os peixes querendo fugir, voltar ao Guaíba, ao Taquari – nadar"
Aqui

A essência esquecida
Se o crítico é o maior defensor da literatura, ele tem o dever de saber que o melhor livro já escrito não vai cair em suas mãos nesta vida.
Aqui

Rodrigo Gurgel
23 de novembro de 2007

A dor e a delícia de ser negro

Dia da Consciência Negra desencadeia, em São Paulo, semana completa de manifestações artísticas. Nosso roteiro destaca parte da programação, que se repete em muitas outras cidades e volta a realçar emergência, diversidade e brilho da cultura periférica

Eleilson Leite
19 de novembro de 2007

Três canções
Marco Catalão
17 de novembro de 2007

Onde mora a poesia

Invariavelmente realizados em botecos, os saraus da periferia são despojados de requintes. Mas são muito rigorosos quanto aos rituais de pertencimento e ao acolhimento. Enganam-se aqueles que vêem esses encontros como algo furtivo e desprovido de rigores

Eleilson Leite
13 de novembro de 2007

Palavra 6

O perfeito bibliotecário
Aqui

Sutilezas entre ocultar e dizer
Aqui

Percepção de méritos
Quem julga um texto pela personalidade do escritor é incapaz de construir um argumento para sustentar boas idéias.
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Clarice Lispector: uma escrita indigesta
Em Clarice, os traços convencionais da narrativa são refundidos numa escrita não raro dura de roer, principalmente para leitores desabituados aos fluxos de consciência, às tramas pouco lineares, a espaços fragmentários, às fusões entre narrador e objetos descritos, à mistura de gêneros.
Aqui

Rodrigo Gurgel
10 de novembro de 2007

Todos os dias da Semana

Programação completa da Semana de Arte Moderna da Periferia

Eleilson Leite
2 de novembro de 2007

O biscoito fino das quebradas

Semana de Arte Moderna da Periferia começa dia 4, em São Paulo. Programa desmente estereótipos que reduzem favela a violência, e revela produção cultural refinada, não-panfletária, capaz questionar a injustiça com a arma aguda da criação

Eleilson Leite
2 de novembro de 2007

Projeto de sufocação

É exatamente isso que também faz do grande escritor um grande leitor. Acredito ser o espírito da profissão: a busca pelo conhecimento infindável da língua, para que a pessoa possa se expressar de todas as formas possíveis e atingir as improváveis.

Renata Miloni
27 de outubro de 2007

Dos reencontros

para a Dri

Ricardo Miyake
19 de outubro de 2007

Literatura de pai para filho

Mais do que uma história de filho doente, O filho eterno é uma bela reflexão sobre a paternidade, sobre ser escritor e sobre o momento político conturbado dos anos 1980

Leandro Oliveira
19 de outubro de 2007

Clarice fala com amigos

São 42 pequenas entrevistas. Profundas, às vezes. Deliciosas, sempre. Fui direto às minhas predileções e curiosidades.

André Resende
19 de outubro de 2007

E Paris mudou de cara

Estrangeiro em tudo e todos. O autor incursiona pelo encanto sombrio da Cidade Luz, onde seus sentimentos mesclam-se de forma sinestésica e paradoxal entre o medo e o fascínio diante da outra face de Paris

Diego Viana
19 de outubro de 2007

Manifesto da Antropofagia Periférica
Sérgio Vaz
17 de outubro de 2007

Uma África truculenta e fantástica

Em “Memórias de Porco-Espinho”, Alain Mabanckou parodia a lenda de que cada Homem tem seu respectivo duplo animal. Um Porco-Espinho protagoniza como uma espécie de alter ego do jovem Kibandi, que concretiza seu prazer mórbido por meio da pungência desse duplo

Claude Wauthier
15 de outubro de 2007

No Haiti, em busca da água da vida

“A experiência é o bastão dos cegos, e aprendi que o que conta é a rebelião, e o conhecimento de que o homem é o padeiro da vida. Ah, a nós, é a vida que nos petrifica. Porque vocês são uma massa resignada, é isso que vocês são”

Karine Alvarez
15 de outubro de 2007

Primeira vez

O editor da seção anuncia: “a cada semana, uma nova edição, para reverenciar a literatura – ou, antes dela, a Palavra”

Rodrigo Gurgel
6 de outubro de 2007

Sylvia Plath e A Redoma de vidro

Isa Fonseca analisa autora norte-americana que se suicidou em 1962, aos 31 anos, semanas após escrever um dos grandes romances século 20

Isa Fonseca
5 de outubro de 2007

Um brinde no Largo do Arouche

"No rádio, tocou Sampa, justamente quando eu cruzava a esquina da São João. Nenhuma coisa aconteceu no meu coração"

Antonio Carlos Olivieri
5 de outubro de 2007

As mulheres do Irã dão notícias

Comme tous les après-midi [Como a cada tarde] e On s’y fera [A gente se acostuma], adentram num mundo que parece tão oculto: o iraniano. Nesses livros, a autora Zoyâ Pirzâd - talvez uma espécie de Clarice Lispector iraniana - perscruta o universo feminino de maneira despojada

Violaine Ripoll
6 de setembro de 2007

Sadismo rima com capitalismo

Uma provocação: e se "Os 120 dias de Sodoma", de Sade, forem uma metáfora da racionalidade, dessensibilização, hierarquia e prazeres impossíveis que caracterizam as sociedades dominadas por mercados?

Patrick Vassort
8 de agosto de 2007

Dos Vedas ao Kama Sutra

Nascidas das louvações a Deus, em idioma sagrado, as literaturas indianas compõem uma tradição marcada pela diversidade de gêneros; por temáticas que vão do casto ao heróico e ao profano; pelo desejo, desde Buda, de fazer arte nas múltiplas línguas faladas pelo povo

Tirthankar Chanda
22 de março de 2007

A descoberta das literaturas indianas

Cada vez mais conhecidos no Ocidente, os escritores indianos contemporâneos são homenageados no Salão do Livro de Paris. Vale conhecer a tradição literária milenar de que fazem parte: um universo vibrante em que sobressaem crítica social, erotismo e transgressão

Tirthankar Chanda
22 de março de 2007

O novo despertar do Vietnã

Lutando contra traumas de duas guerras, o país atrai investimentos, cria pólos de alta tecnologia e influi nos rumos Sudeste Asiático. Uma abertura cultural vai deixando para trás o "realismo socialista". O PC procura uma modernização na qual mantenha o controle do poder

Jean-Claude Pomonti
12 de fevereiro de 2007

Elogio da pequena edição

Movidas pelo amor à literatura e empenhadas em oferecer diversidade, as editoras não-comerciais têm prosperado. Mas não dever haver ilusões: para que esta aventura prossiga, é preciso salvá-las do mundo das selvas e dos predadores

Pierre Jourde
16 de janeiro de 2007

Lá na minha terrra

Poderia ter sido na Palestina, mas também em muitos países da África ou da Ásia. Onde as brincadeiras acabaram e as crianças, como os adultos, vivem a guerra. Mas nem o medo, nem a dor, conseguiram matar a esperança. Um conto do escritor John Berger

John Berger
21 de dezembro de 2006

Uma dívida da democracia

Por que o esclarecimento das ações de extermínio desencadeadas pelo regime franquista é essencial para que a Espanha se reencontre consigo mesma

Ixchel Delaporte
21 de dezembro de 2006

Quatro romances contra o esquecimento

Setenta anos após a eclosão da guerra civil espanhola, a literatura volta a resgatar a saga dos que foram derrotados por terem cometido "o crime imperdoável de estar adiante"

Anne Mathieu
21 de dezembro de 2006

O último imigrante

Que se passará com sociedade, cultura, arte e ciência na França, quando já não restarem árabes. Fábula inédita de Tahar Bem Jelloun

Tahar Ben Jelloun
1º de agosto de 2006

Guy Debord, o irrecuperável

Lançada, na França, a obra completa do autor que dissecou a “Sociedade do Espetáculo”. Da crítica da arte à análise política, textos revelam pensamento que, ao destacar o caráter alienador do capitalismo, defendia o direito do ser humano a inventar sua própria vida

Guy Scarpetta
1º de agosto de 2006

Elogio do romance

A humanidade triunfará. Ela o fará porque, apesar dos acidentes da história, o romance nos diz que a arte nos restaura a vida, a vida que a história, em sua precipitação, desprezou

Carlos Fuentes
1º de dezembro de 2005

A palavra disfarçada em carne

Eu não faço jorrar sangue, apenas palavras. Mas quem tem necessidade delas, por mais que se esforcem para ser contemporâneos, quem tem necessidade delas?

Elfriede Jelinek
1º de dezembro de 2004

A escandalosa de Viena recompensada

A escritora desprezada pela mídia e pela direita liberal-conservadora austríaca recebe o Nobel de literatura, com uma obra que põe o dedo nas feridas de seu país

Brigitte Pätzold
1º de dezembro de 2004

Realidade à procura de ficção

As aventuras literárias nos colocam diante da questão crucial: como pensar a forma de totalitarismo nova que se sente apontar, ao mesmo tempo que a liberdade parece ser o paradigma supremo

Jean Christophe Rufin
1º de setembro de 2004

Na terra da estepe cinzenta

A Mongólia xamânica está no coração do tempo presente e vive também os abalos e mudanças que determinam nossa existência no planeta. A velocidade crescente e tudo o que a acompanha a inunda cada vez mais

Galsan Tschinag
1º de agosto de 2004

Crimes e redenção no Brasil de Lula

`Hotel Brasil’ (Editora Ática, 276 páginas, 1999, 26 reais), romance onde Frei Betto, animador político da Teologia da Libertação, que fermentou as Pastorais, viveiro de dirigentes políticos como Lula e João Pedro Stédile, do MST, apresenta suas idéias sobre o Brasil nesta narrativa policial clássica

Ramón Chao
1º de agosto de 2004

Sobre a dificuldade de comunicar

Ao receber o Prêmio Nobel da Literatura, o escritor sul-africano John Cotzee contou uma enigmática história que, na verdade, é uma metáfora que evoca o mistério da inspiração e da relação entre o escritor (ou o escriba?) com o narrador da escrita

Laure-Elisabeth Lorent
1º de julho de 2004

Ele e seu homem

“Mas, para retornar a meu novo companheiro. Eu estava extremamente deleitado com ele, e transformei em meu negócio a tarefa de ensinar-lhe tudo que era apropriado, acessível, e útil; mas especialmente, fazê-lo falar e compreender o que eu falo; e ele era o mais apto aluno, como jamais houve”.
- Daniel Defoe, Robinson Crusoe

J.M. Coetzee
1º de julho de 2004

A ditadura da world litterature

O que vale, na nova orientação do mercado editorial, não é conteúdo, cultura ou valor artístico, e sim a capacidade de um autor ? às vezes de um só livro ? de se impor comercialmente nas áreas lingüísticas mais rentáveis

Pierre Lepape
1º de março de 2004

Cortázar: o Che Guevara da literatura

Túmulo do escritor argentino em Paris, morto há 20 anos, é palco de discreta peregrinação que homenageia o lúdico e engajado defensor da ligação não dogmática entre literatura e revolução

José Manuel Fajardo
1º de fevereiro de 2004

O orgulho dos palestinos

Nossa história cultural jamais conheceu um gênio comparável a Edward Said, tão múltiplo, tão singular

Mahmoud Darwish
1º de novembro de 2003

Itinerário de um escritor engajado

Uma biografia, baseada em parte em relatórios do FBI, conta a história do primeiro militante anti-racista e romancista negro norte-americano, Richard Wright (1908-1960), que denunciou em seus romances a pobreza, a violência e o preconceito

Shofield Coryell
1º de agosto de 2003

Quando a revolução devora seus filhos

A escritora britânica Doris Lessing nasceu em 1919 e instalou-se com seus pais na Rodésia do Sul (atual Zimbábue) aos 6 anos de idade. Identificada como a militante feminista que abalou as idéias conservadoras com seu romance ’cult Carnet d’or’ (Carnê dourado), foi também uma combatente heróica contra as injustiças, o colonialismo e o ’apartheid’. Hoje, aos 84 anos, Lessing não hesita em falar sobre suas decepções com o feminismo, mas também com os dirigentes do Zimbábue, pois lutou muito em prol da independência desse país. Traça aqui um retrato acusador contra o controvertido presidente Robert Mugabe. Trata-se de um autocrata que mandou prender seu principal oponente, Morgan Tsvangirai, antes de ser obrigado a libertá-lo. Mas sua política é também marcada pelas pressões econômicas e políticas das potências internacionais.

Doris Lessing
1º de agosto de 2003

A noite do eclipse

Há muitos anos o célebre escritor colombiano vem se dedicando a suas memórias, cujo primeiro volume sairá na França em outubro. Nesse meio tempo, ele escreveu uma série de seis contos que podem ser lidos de maneira independente, sem ligação entre si. Com título «En agosto nos vemos», também podem ser fruidos em ordem, com a continuidade dramática de uma novela. Este é o terceiro da série

Gabriel Garcia Marquez
1º de agosto de 2003

As guerras de Kapuscinsky

Autor de obras marcantes, como ’Imperium’ e ’Ebano’1 , novo livro do famoso jornalista polonês narra a incrível e ridícula guerra entre Honduras e El Salvador causada pelos tumultos ocorridos durante as eliminatórias da Copa do Mundo, em 1969

Claude Wauthier
1º de julho de 2003

Os jogos do exílio e do acaso

O tecido temático do romance reflete toda a obra de Kundera, que tem a coerência de um grande romance. A proeza é ter condensado toda esta riqueza temática em menos de duzentas páginas. Raramente a arte do romance atingiu tal densidade

Guy Scarpetta
1º de maio de 2003

Paris, a vermelha

Afastando-se dos clichês turísticos, o autor de ’A invenção de París’ faz um trabalho de erudição histórica surpreendente e aborda uma cidade de escritores e rebeliões, que guarda lugares onde se condensa uma memória ao mesmo tempo insurrecional e poética

Guy Scarpetta
1º de maio de 2003

Pulsão de morte

“Toda a cidade de Tetelmünde estava em chamas; uma tocha grandiosa, iluminada pelo furor ancestral dos obcecados, nos quais, inesperado, exigindo seus direitos, renascia o principal instinto do homem: a destruição.”

Valerio Evangelisti
1º de maio de 2003

Um naufrágio esquecido

A principal preocupação do escritor Günter Grass é com a releitura acrítica do nacional-socialismo pelas jovens gerações que, após quatro décadas de República Democrática Alemã, não se deixaram influenciar pelo antifascismo comunista

Dominique Vidal
1º de fevereiro de 2003

Sobre o Oriente e o Ocidente

Três escritores – um italiano, um paquistanês e um libanês – discutem e analisam, em três livros distintos, os “mistérios” que separam as civilizações oriental e ocidental, dos “misticismos” islâmicos à “modernidade” do neoliberalismo global

Gilbert Achcar
1º de novembro de 2002

A celebração da blasfêmia

Baseando-se em uma farsa anticlerical do século XVI, Goytisolo transporta para o século XX um frade devasso que narra suas façanhas (sobretudo homossexuais) e detalha suas luxúrias, pervertendo o breviário da Opus Dei, Caminho – escrito por Escrivá de Balaguer

Guy Scarpetta
1º de novembro de 2002

A redenção da “raça operária”

Em seu romance ’Travail’, Emile Zola expõe, numa narrativa sobre o movimento operário do final do século XIX, sua genialidade e suas contradições, oscilando entre uma admiração reverente por Fourier e o determinismo brutal do capitalismo incipiente

Alain Morice
1º de outubro de 2002

Contestação e diversidade

Os melhores antídotos contra o antiamericanismo são justamente os textos de inúmeros escritores norte-americanos, que defendem uma certa idéia dos Estados Unidos e de seus valores contra aqueles que representam e ilustram seus governantes

Gilbert Achcar
1º de setembro de 2002

O fantástico boom indiano

Depois de Tagore, Narayan e Raja Rao, hoje considerados clássicos, sempre houve escritores indianos nos catálogos dos editores de língua inglesa. Mas, nos dois últimos anos, houve um autêntico boom. Quais seriam as razões desse sucesso?

Pierre Lepape
1º de agosto de 2002

A miséria das velhas glórias

O escritor visita a ex-Riviera britânica, cidades que já foram símbolo da aristocracia vitoriana. Hoje, tragadas pelo mar, são meras sombras do que foram. Com caçadas ao homem, drogas e álcool, as pessoas tentam driblar o tédio, auto-destruindo-se

Charlotte Kan
1º de agosto de 2002

As atribulações de um camponês

Le Monde diplomatique publica, nesta edição, um conto inédito do escritor chinês Xu Xing. Trata-se da história de um jovem camponês que, chegando à cidade, vê-se frente a frente com o mundo insólito do capitalismo selvagem

Xu Xing
1º de agosto de 2002

A ira dos deuses

Livro de escritor angolano é uma deliciosa sátira social, crítica da corrupção e da indiferença de uma elite que virou as costas ao seu povo

Augusta Conchiglia
1º de julho de 2002

América de tiranos e déspotas

Uma retrospectiva do romance político latino-americano

Ramón Chao
1º de maio de 2002

Edward Said, arqueólogo de si mesmo

Em ’Out of Place’, autor mostra por que é, além de um grande erudito, rebelde e estrangeiro em qualquer parte

Gilles Perrault
1º de maio de 2002

Nos porões

A festa do Bode, de Mario Vargas Llosa (trecho)

1º de maio de 2002

Um romancista excepcional

Em Mario Vargas Llosa coabitam o panfletário neoliberal, presunçoso e medíocre, e um romancista com a veia de Flaubert e de Faulkner, que se lembra de ter sido, por muito tempo, marxista – e até castrista – e que fascina os seus leitores

Ignacio Ramonet
1º de maio de 2002

A erradicação do território

A guerra, na Palestina, não é feita apenas contra a população, mas contra o território. A destruição vista pela delegação de escritores que visitou a região, em março deste ano, ganhou este relato emocionante de Christian Salmon. Na mesma delegação, foram Russel Banks (Estados Unidos), Bei Dao (China), Breyten Breytenbach (África do Sul), Vincenzo Consolo (Itália), Juan Goytisolo (Espanha), José Saramago (Portugal) e Wole Soyinka (Nigéria)

Christian Salmon
1º de maio de 2002

Quando a morte vem do céu

Do nascimento à utilização das bombas, ontem, como hoje... sempre contra os “selvagens”. Em Maintenant, tu es mort, um ensaio bastante original, o romancista sueco Sven Lindqvist reconstitui, na forma de artigos curtos, a história dos bombardeios, do qual publicamos alguns trechos

Sven Lindqvist
1º de março de 2002

O enigma da execução perdida

O livro é apresentado como uma pesquisa, a partir de um fato real. O fato refere-se a Rafael Sánchez Mazas, fundador, com José Antonio Primo de Rivera, da Falange (partido fascista espanhol) e pai do grande romancista Rafael Sánchez Ferlosio

Ramón Chao
1º de janeiro de 2002

Um Nobel para um renegado

Naipaul identifica-se completamente com os valores britânicos, como se renegasse seu percurso e tivesse rompido todas as ligações com seu passado – nasceu em Trinidad, em 1932, numa família indiana imigrante, de alta casta, mas pobre

Pascale Casanova
1º de dezembro de 2001

Uma nova busca do Graal

Que poção mágica estimula tanto a fascinação por Harry Potter? É bom saber que essas aventuras não são apenas um “melting pot” de bruxos, caldeirões e sortilégios, mas respondem a algumas das preocupações de seu público-alvo, a faixa de 11 a 14 anos

Serge Tisseron
1º de dezembro de 2001

Revolucionários esquecidos

Os “doze revolucionários sem revolução possível”, ressuscitados por Paco Ignacio Taïbo, levaram uma vida louca, e muitas vezes trágica, não recuando diante da violência em seu desejo místico de mudar o mundo

Ramón Chao
1º de dezembro de 2001

Viagem ao pesadelo da biotecnologia

Romance inglês apresenta uma sociedade futura divida entre os que têm acesso à Saúde e os condenados à morte pela doença. Um acaso leva o cientista que criou o apartheid a unir-se à gentalha

Evelyne Pieiller
12 de abril de 2000

Um romance sobre a revolução portuguesa

Sai na França novo livro do romancista luso Lobo Antunes, genial porém pouco conhecido no Brasil

12 de março de 2000

Três olhares sobre a Irlanda do Norte
Michel Savaric
12 de março de 2000

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[1] O texto do título foi extraído do livro São Paulo, a cidade literária, do próprio Mauro Rosso, publicado em 2004 e próximo de ser reeditado.

[2] Este artigo é um fragmento – especialmente preparado pelo autor para esta edição do Palavra – do livro Manuel Bandeira e a música: com três poemas visitados, que Pedro Marques lançou recentemente pela Editora Ateliê, em co-edição com a FAPESP.