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A expansão dos serviços públicos gratuitos pode ser uma grande saída, num momento de recessão generalizada e desemprego. Mas para tanto, é preciso vencer preconceitos e demonstrar que a economia não-mercantil não depende da produção de mercadorias. Neste debate teórico, enfrentaremos os liberais e... os marxistas ortodoxos
Como já fizera três vezes, desde o século 18, o país ressurge, superando o trauma da derrota soviética na Guerra Fria. Além de grande potência geopolítica, recompôs sua base econômica e cresce aceleradamente. O "espírito russo" parece saltar da obra de Prokofiev direto para a vida real
Acossada pela crise, a fortaleza das finanças abre-se para investimentos salvadores de países do Sul. Em teoria, os "donos do mundo" podem perder controle sobre bancos e empresas muito relevantes. Mas os resultados práticos são, por enquanto, desfavoráveis aos "emergentes"
Cada novo aumento da produção automobilística é comemorado pela mídia. Compram-se automóveis em 99 prestações. Entupidas, as cidades param. Estaremos, como diz Paulo Mendes da Rocha, nos dedicando a aprimorar a máquina de produzir veneno que inventamos?
O indicador que deveria medir a riqueza nacional ignora as relações culturais e afetivas estabelecidas num espetáculo artístico. Também não considera trabalho a criação dos filhos. Omissões como estas levam cada vez mais gente a indagar: para que serve um índice que só enxerga relações mercantis?
Estamos frente à mais importante crise desde que se iniciou a presente globalização. O desfecho reside na capacidade das economias asiáticas substituírem o motor norte-americano. Seria então uma nova manifestação do declínio do Ocidente anunciando o deslocamento próximo do centro da economia mundial dos Estados Unidos para a China. Dessa forma, esta crise marcaria o fim de um modelo
É notório que as forças armadas constituem o maior partido político do país. Poucos sabem, no entanto, que elas concentram também um formidável poder econômico, responsável por 6% do produto interno bruto. Seus negócios vão da alta finança e da indústria pesada até a administração de padarias e salões de beleza
“Substituir o patrão, no início, é mais trabalho. Mas pelo menos é trabalho!”: com este pensamento, muito operários europeus estão assumindo a direção de companhias quebradas, corrigindo os erros de gestão, saneando os rombos financeiros, retomando e modernizando a produção e conquistando mercados
Com altos índices de crescimento econômico, os flamengos não querem mais carregar nas costas os atrasados valões, que os humilharam no passado. E as tensões autonomistas põem em risco a frágil unidade nacional belga
Dedicando-se à rapinagem desenfreada, os private equities tornaram-se um dos principais fatores da atual instabilidade econômica. Um em cada quatro assalariados norte-americanos já trabalha para esses fundos ou para as empresas a eles subordinadas
No Equador, uma rede de produção e comércio solidário reúne 26 mil pessoas, tem gestão baseada em assembléias e conquista consumidores em muitos países. Experiência revela: é possível ser viável oferecendo, ao invés das "vantagens" mercantis, respeito aos direitos sociais e à natureza
Está na PNAD a explicação para a popularidade do presidente, que intriga mídia, direita e parte da esquerda. País tornou-se menos desigual, em múltiplos sentidos. Chamar os avanços alcançados de "assistencialismo" não ajuda a entender a realidade, nem a reivindicar mudanças mais profundas
No sul da Espanha, uma companhia que não visa lucro, pratica o comércio justo e paga salários iguais a todos os sócios e funcionários atua há vinte anos — e está em perfeita saúde econômica
Espalham-se pelo planeta empreendimentos que organizam produção, comércio e finanças segundo valores e lógicas de solidariedade. Carola Rentjes, uma das referências internacionais desse universo, inaugura, no Le Monde Diplomatique Brasil, uma coluna sobre ele
Os dois milhões de marroquinos radicados na Europa remetem a seu país o equivalente a 60% do déficit comercial e movimentam rotas marítimas que fazem, só a partir da França, 200 mil viagens por ano
Por que o estouro da bolha imobiliária dos EUA é uma ameaça à economia internacional. Quais as novas formas de especulação nos mercados financeiros, e de que modo elas podem propagar a crise. Como os grandes bancos e fundos de investimento transferem a conta de sua irresponsabilidade para os Estados e sociedades
Depois da derrota eleitoral na França, paremos tudo e repensemos. É preciso começar pelo retorno ao que seria a raiz do conflito entre a esquerda e a direita, que não se traduz por “valores”, mas pela questão fundamental do controle da economia
(Na internet, a partir de setembro)
Retrato da Nicarágua às vésperas da volta dos sandinistas: num país empobrecido e com os serviços públicos devastados, um em cada sete habitantes emigrou – a maior parte para a Costa Rica. O êxodo destrói laços sociais e cria tensões do outro lado da fronteira
Como, ao longo dos tempos, os pensadores buscaram justificar a miséria e rejeitar qualquer política séria para sua erradicação
O prêmio instituído pelo Banco da Suécia nada tem a ver com o Nobel e servem para endeusar economistas americanos da Escola de Chicago
Com uma estrutura financeira em falência, os EUA apresentam um endividamento que escapa a qualquer controle. A degradação da poupança e um déficit corrente insustentável são parte do quadro clínico de uma doença da ordem social do país
Seis dias após os atentados de 11 de setembro – e num cenário que se apresentava o pior possível para o mundo dos negócios – a Bolsa de Valores de Nova York reabriu com um certo otimismo: o índice Dow Jones só caiu 7,13%
A velocidade de comunicação da Internet está gerando, além de uma sociedade completamente nova, enormes possibilidades de enriquecimento. Mas é preciso desconfiar deste Eldorado. A atual prosperidade faz lembrar uma miragem e as revoluções econômicas também devoram suas crias
Refúgios de criminosos, os paraísos fiscais prosperam graças a contradições. Não têm leis, mas vendem fachadas de legalidade. Sobrevivem amparados no princípio da soberania nacional, mas violam a soberania das demais nações. Para enfrentá-los, a comunidade internacional precisará admitir que as sociedades valem mais que os mercados
Dificilmente o golpe de Estado que levou o vice-presidente Noboa ao poder conseguirá calar a revolta popular. A crise econômica é profunda é o descontentamento se alastra
De costas para as sociedades, a Organização Mundial do Comércio tentou promover a chamada "Rodada do Milênio. Até onde as mega- empresas tentarão desmantelar a soberania dos Estados e os direitos sociais?