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Há mais de um século, o capitalismo separou os proprietários jurídicos dos meios de produção de quem os administra. Diversos autores dedicaram-se ao estudo dessa cisão
A ordem social moderna comporta não uma, mas duas forças sociais dominantes: ao mundo dos “capitalistas” articula-se o dos gestores privados e públicos. É a essas duas forças que deve se opor o conjunto das “classes fundamentais populares”
As divergências no interior do stablishment norte-americano tornam-se agudas, num sinal de que a guerra contra o Iraque pode ter revelado as debilidades do exército e, ainda mais grave, devastado a "legitimidade mundial da América"
É hora de exigir que o ICANN, administrador da rede, deixe de depender de Washington - e se transforme num organismo independente ligado às Nações Unidas
A história do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) revela: por jamais cumprirem as cláusulas que prevêem seu desarmamento, e por buscarem uma ordem abertamente desigual, as cinco grandes potências nucleares estimulam na prática a corrida rumo às armas atômicas
É fácil identificar os motores que impulsionam tantos países a cobiçar poder atômico: ordem internacional regida pela força, deslocalização industrial e redes internacionais de traficantes
As deformações dos EUA sobre os “planos nucleares” de Teerã fazem lembrar o caso das “armas de destruição de massa” do Iraque. Suspeita: Washington estaria interessada em criar um oligopólio ocidental de produção de energia?
Uma nova convenção da Unesco pode estabelecer o direito das sociedades a defender suas culturas – inclusive contra as ameaças da homogenização e do mercado. Como seria de se esperar, os EUA são contra...
Ao completar 60 anos, a ONU tem pela frente um desafio: como recuperar, em meio à hegemonia norte-americana, os princípios da Carta de 1945, que proclamava a primazia do direito e a soberania dos povos?
A volta à cena, de forma espetacular, da guerra unilateral mostra que a ONU fracassou na busca do equilíbrio internacional
Hugo Ruiz-Diaz*
Como fundar uma organização mundial realmente engajada na defesa do bem comum dos povos e, principalmente, capaz de limitar o poder das grandes potências?
Com uma diplomacia bastante flexível, a China busca construir as condições para um mundo multipolar e para se firmar como referência asiática
Economia em crise, tensões sociais agravadas pelos efeitos da globalização e ameaça nuclear provocada pelo endurecimento dos Estados Unidos em relação ao regime norte-coreano jogam os sul-coreanos em um contexto perigoso
Apostando no comunitarismo para enfraquecer os países e as forças opostas à sua hegemonia, impondo-se como instigador e árbitro de verdadeiras guerras civis de baixa intensidade, os Estados Unidos estimulam uma desestabilização que dificilmente poderão controlar
Se a Europa realmente deseja ser uma idéia nova e levada por seu povo, é na inovação democrática que ela deve se distinguir antes de tudo
Em julho, a Líbia foi sede de duas reuniões da União Africana para definir uma posição comum sobre a reforma das Nações Unida e um eventual assento do continente no Conselho de Segurança, questão maior para a afirmação da África na cena mundial
A “lei anti-secessão”, que autoriza Pequim a “utilizar meio não pacíficos” contra Taiwan, caso as autoridades da ilha optem pela independência, aprofunda a tensão no Estreito de Formosa e entre suas potências regionais: a China e o Japão
A cotação do dólar e a gravidade do déficit comercial dos Estados Unidos, país que compra 50% a mais do que vende para o exterior e mantém inabalável seus vultuosos gastos militares, dependem em grande parte das orientações dos dirigentes chineses
Para dar sentido à identidade asiática, é preciso transcender o nacionalismo e superar a dicotomia ocidente versus oriente, numa nova visão da história mundial
Os projetos eurasianos de Putin, sua retomada dos programas de armamento nuclear, o reexame das privatizações “ilegais” dos anos 1990 são sinais do vigor da Rússia e de sua “capacidade de prejudicar”, diante do qual a revolução laranja da estratégica Ucrânia, irrigada de dólares norte-americanos, veio bem a calhar
A condução da política externa chinesa mostra pragmatismo na relação com os Estados Unidos e na defesa dos interesses nacionais
Apesar dos números pujantes, a economia chinesa padece de uma falta generalizada de transparência que já causou vários escândalos e depende, em certa medida, da América de George W. Bush para manter seu crescimento
“No dia em que a China acordar...”, dizia-se antigamente, deixando no ar a idéia de uma ameaça gigantesca sobre o planeta. Hoje temos plena consciência de que aquele imenso país, de fato, acordou. E é importante questionar as conseqüências que seu impressionante despertar pode ter para o mundo todo
Participamos de uma mudança de era e a escolha da direção só pode ser coletiva e incluir os que estão para nascer. É necessário, portanto, implantar estruturas de governabilidade planetária e substituir a competição pela emulação e a cooperação
Dividida em torno da Guerra no Iraque, a União Européia poderia se beneficiar de uma “vantagem colateral” se afirmasse sua identidade própria e se distanciasse de um parceiro norte-americano que confunde aliança com vassalagem.
No contexto da globalização mercantil e financeira, ressurge o sistema de protetorados, cujas tutelas monetárias, econômicas e militares espezinham o princípio da soberania dos Estados, assim como o do direito à autodeterminação dos povos.
Criado para possibilitar a cooperação entre os países ricos – e em última instância para governar o planeta – o G8 está diante de uma nova situação, marcada pelas tensões da guerra do Golfo e pelo crescimento, a cada ano, de movimentos de contestação
Três características definem o novo paradigma da construção do Império que os Estados Unidos procuram nos impor: um unilateralismo crescente, uma subversão profunda das regras internacionais e uma militarização sistemática das divergências
Os povos ganham as guerras por força das idéias e pelo surgimento de uma mudança da norma jurídica com a afirmação do direito de dispor de si mesmos. Seria esse o caminho para pôr fim à nova etapa de um imperialismo unilateral?
O argumento de legítima defesa contra o Iraque é injustificável. Não existe ameaça alguma plausível dirigida contra os Estados Unidos e nenhuma prova da ligação do regime iraquiano com a ameaça representada pela Al-Qaida
Os Estados Unidos impuseram, no mês passado, a destruição dos programas de armamento do Iraque sob a alegação de que aquele país violara uma resolução da ONU. Antes desse episódio, resoluções da ONU haviam sido violadas 91 vezes...
Dois livros importantes avaliam o movimento contestador da “governança mundial” –apontando a necessidade de envolver as camadas menos favorecidas – e o papel da Organização Mundial do Comércio (OMC) nas políticas de desregulamentação
Fruto da diplomacia da guerra fria, os tratados internacionais sobre armas nucleares apoiaram-se, fundamentalmente, na estratégia de um mundo bipolar e no poder de dissuasão. Hoje, quase nada sobrou da arquitetura internacional de segurança
Nos últimos 35 anos, foram assinados vários tratados, acordos, convenções e compromissos com o objetivo de proibir, ou restringir, o uso de armas nucleares, biológicas, químicas e convencionais. Abaixo, a relação completa desses acordos
As conclusões do trabalho da Convenção não terão valor coercitivo. Servirão simplesmente de base de trabalho para os ministros da União Européia que, reunidos em conferência, disporão de um ano para elaborar um esboço de tratado
Os títulos mais suscetíveis de serem afetados pela tragédia de 11 de setembro – companhias aéreas, empresas de seguros e de resseguros, bancos de financiamento – sofreram uma forte especulação para baixo nos dias que antecederam os atentados