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Transnacionais farmacêuticas, antropólogos, governos e polícias buscam reunir o maior número possível de dados genéticos sobre as populações. Saúde e Ciência podem se tornar pretextos para que algumas empresas controlem a produção de medicamentos inovadores e para invasões de privacidade
A proteção da propriedade intelectual de produtos farmacêuticos continua a desafiar os países em desenvolvimento. Contar com uma indústria farmacêutica local capaz de produzir os medicamentos necessários para atender à saúde passou a ser uma questão estratégica, e não um simples objetivo de política industrial
Como os Estados Unidos relaxaram, em favor da indústria de medicamentos, as normas sobre testes de novas drogas realizados no exterior
Para acelerar a liberação de drogas ultra-lucrativas, as corporações farmacêuticas recorrem cada vez mais a cobaias humanas dos países pobres. Milhões de pessoas submtem-se, por migalhas, a testes sem supervisão, sem padrões éticos e que muitas vezes as privam de medicamentos essenciais
As estratégias da indústria farmacêutica para multiplicar lucros espalhando o medo e transformando qualquer problema banal de saúde numa “síndrome” que exige tratamento
A manipulação genética é utilizada há um quarto de século para produzir, em laboratório, insulina, vacinas e outros medicamentos. Cultivar as plantas na natureza não traz nenhum benefício novo, e introduz o risco de contaminação
As populações do Sul, em especial as africanas, são cobaias dos testes clínicos de grandes laboratórios que testam ali, à guisa de princípios éticos, medicamentos que servem aos mercados do Norte
A compra da Aventis pela Sanofi-Synthélabo foi recebida como boa notícia para a economia francesa. Mas a operação envolveu pagamento aos acionistas da Aventis e prejuízo aos assalariados do novo grupo
Formados num ambiente de feroz competitividade, os médicos têm lacunas graves na formação. Incapazes de uma leitura crítica dos artigos científicos, os mais jovens se transformam em presas fáceis para o assédio dos grandes laboratórios farmacêuticos
Os grandes laboratórios dispõem de meios de coação para influenciar médicos e pesquisadores. Submetida às regras das finanças, criam uma assustadora polícia do pensamento e uma corrupção que gangrena o contrato social assinado em torno da saúde pública
A quem pertence um medicamento vital – a quem o inventou, ao paciente que tem necessidade dele, ou ao intermediário que o compra e revende?As regras do comércio não podem impedir que uma parte considerável da sociedade tenha acesso a ele
Foi graças aos princípios avançadas da Carta sul-africana que a sociedade venceu a primeira batalha em torno da AIDS, travada contra os laboratórios farmacêuticos. O governo do Congresso Nacional Africano vacilou...
Representando 90% dos royalties arrecadados pela instituição, a estavudina – medicamento anti-Aids descoberto e patenteado pela Universidade de Yale, nos Estados Unidos – rendeu 261 milhões de dólares entre 1994 e 2000
Embora possam ter algum peso nos debates e nas relações entre médicos e pacientes, as chamadas “inovações” farmacêuticas raramente explicitam o que o novo produto traz no plano terapêutico – quando o traz
Embora apoiando a Convenção sobre Armas Biológicas, o presidente Clinton sucumbiu às pressões das indústrias biotecnológicas e farmacêuticas. Em resumo, somente uma fração das instalações de defesa biológica norte-americanas podia ser inspecionada
As grandes multinacionais estão usando a propriedade intelectual para controlar a ciência, restringir o acesso a seus benefícios e multiplicar lucros. É hora de pensar numa alternativa que substitua o sistema de patentes e transforme o conhecimento num patrimônio comum da humanidade
Como as grandes empresas farmacêuticas usam a OMC, as leis de patentes e as mega-fusões para fechar o cerco contra a produção independente de medicamentos? Por que este processo matará milhões de pessoas nos próximos anos?
Se as patentes asseguram um futuro, talvez seja o da pesquisa privada, e com toda certeza é o dos acionistas dos laboratórios — mas não, em hipótese alguma, o dos doentes...
O sistema médico cria incessantemente novas necessidades terapêuticas. Mas quanto maior a oferta de saúde, mais as pessoas crêem que têm problemas, necessidades, doenças. Elas exigem que o progresso supere a velhice, a dor e a morte. Isso equivale à própria negação da condição humana.