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O signo da próxima década pode ser a turbulência. O declínio do poder norte-americano, agora evidente, é bem-vindo — mas tende a provocar, no curto prazo, desordens e ameaças. Será preciso evitar abismos. Mas, como em toda a encruzilhada, haverá espaço para alternativas e escolhas
Um coletivo britânico atuante na galáxia do altermundialismo examina uma questão intrigante: quais são as vitórias, nas lutas por outro mundo possível? Balanço, que inclui mudança climática, G8, América do Sul e periferias, sugere: as respostas costumam estar onde é menos fácil encontrá-las...
Dedicando-se à rapinagem desenfreada, os private equities tornaram-se um dos principais fatores da atual instabilidade econômica. Um em cada quatro assalariados norte-americanos já trabalha para esses fundos ou para as empresas a eles subordinadas
No dia 15 de outubro, o Le Monde Diplomatique publica um Atlas do Meio Ambiente. Como os outros Atlas já publicados, esse comporta textos sintéticos acompanhados de 150 mapas e gráficos dedicados aos grandes desafios da ecologia. Se atualmente a humanidade mede melhor os perigos que a ameaçam, ainda há muito a fazer para implementar as soluções indispensáveis
Espalham-se pelo planeta empreendimentos que organizam produção, comércio e finanças segundo valores e lógicas de solidariedade. Carola Rentjes, uma das referências internacionais desse universo, inaugura, no Le Monde Diplomatique Brasil, uma coluna sobre ele
O padrão de produção e consumo típico do capitalismo, e hegemônico há séculos, está em crise. Em seu lugar, emergem relações sociais mais sustentáveis, democráticas e... prazerosas
Por toda parte, vozes se levantam exigindo tratamento humano para os pequenos agricultores e preservação do meio ambiente. Os “alterconsumidores” já representam de 15% a 25% da população. Mas há muito embuste disfarçado sob rótulos alternativos
Resgate de uma utopia viável: em 1942, Keynes propunha, em detalhes, um sistema de comércio internacional voltado para o pleno emprego e os direitos sociais. Por que a proposta jamais foi adotada; como foi substituída pela OMC; que estratégias poderiam ressuscitá-la
Bilhões de seres vivos são confinados, torturados e sacrificados a cada ano por nossa espécie. Este massacre desumanizador pode ser perfeitamente evitado – desde que se deixe de rebaixar os animais ao status de propriedade
Enxergar nas outras espécies seres que sentem e sofrem é um enorme passo para que o ser humano se livre das brutalidades que comete contra si mesmo
O fundador do movimento internacional slow food sustenta: buscar uma alimentação prazerosa e em equilíbrio com a natureza é uma atitude política. O problema é que a velha tradição militante ainda despreza a complexidade e beleza do ato de comer
Às vésperas de uma campanha eleitoral que pode levar a esquerda ao poder pela primeira vez em décadas, o ’subcomandante’ Marcos propõe a mobilização autônoma da sociedade
Pela primeira vez, o Fórum Social Mundial encontrará a Revolução Bolivariana e o conjunto das reformas que conduz o presidente Hugo Chávez
Um mosaico da Rússia de Putin, onde o poder esconde as políticas de concentração de riquezas por trás de uma retórica nacionalista e de guerra. Diante da impotência da oposição, surgem novos movimentos sociais
Ninguém mais pode continuar acreditando na fábula da “impotência pública” diante da globalização neoliberal. O movimento está em busca da construção de uma alternativa, identificando os locais de poder e atuando em todos os níveis
Depois de Porto Alegre em 2002 e 2003, o Fórum Social Mundial se reúne este ano em Mumbai (Bombaim), na Índia, país que se abriu gradualmente ao comércio internacional e, junto com a África do Sul, o Brasil e a China, contribui para formar um bloco "do Sul" no interior da OMC
As grandes mobilizações contra o ultraliberalismo (Seattle, Gênova, Cancún) reúnem grupos bastante diversificados, não isentos de contradições. Entretanto, eles concentram sua luta contra um adversário comum e vão elaborando propostas alternativas
Bernard Cassen retrata o nascimento dos fóruns sociais mundiais que vieram coroar um movimento nascido com o “grito de Chiapas” e que desembocou em Porto Alegre, desenhando uma nova cartografia internacional das lutas pela emancipação humana
Três livros recentemente publicados discutem as dimensões culturais e subjetivas provocadas pelo impacto da globalização. Abordam a necessidade de reencontrar a utopia, de motivar para a ação, de redesenhar uma ética
Criado para possibilitar a cooperação entre os países ricos – e em última instância para governar o planeta – o G8 está diante de uma nova situação, marcada pelas tensões da guerra do Golfo e pelo crescimento, a cada ano, de movimentos de contestação
Livro lançado no fim do ano passado na Espanha faz um apanhando das trilhas abertas pelo Fórum Social Mundial para construir a globalização alternativa, propondo um debate sobre os instrumentos para concretizá-la.
Os países do Hemisfério Norte zelam pela globalização do capital, dos bens, das patentes e dos serviços. Mas não pela globalização dos direitos humanos, ou pelo fim da discriminação racial, ou das armas químicas e atômicas, ou da justiça
As manifestações contra a guerra crescem, nos Estados Unidos. Enquanto os protestos contra a guerra do Vietnã tinham, de início, o apoio de uma pequena minoria da opinião pública, atualmente 37% dos norte-americanos opõem-se ao projeto de Bush
O que pode impedir o êxito desse sistema de violência mundial não são alternativas, mas singularidades que não obedecem a um juízo de valor ou a um princípio político. Impedem o sucesso do pensamento único e dominante, mas não são um contrapensamento único
Dois livros importantes avaliam o movimento contestador da “governança mundial” –apontando a necessidade de envolver as camadas menos favorecidas – e o papel da Organização Mundial do Comércio (OMC) nas políticas de desregulamentação
“E contudo, por uma espécie de automatismo verbal e mental que não nos deixa ver a nudez crua dos factos, continuamos a falar de democracia como se se tratasse de algo vivo e actuante, quando dela pouco mais nos resta que um conjunto de formas ritualizadas, os inócuos passes e os gestos de uma espécie de missa laica”
Dias 1º e 2 de fevereiro será realizado o Fórum Internacional dos Parlamentares. Antes de sua abertura, de 28 a 30 de janeiro, será a vez do Fórum das Autoridades Locais pela Inclusão Social
Não foi por acaso que o FSM de Porto Alegre nasceu: foi precedido por um ano de manifestações “globais” que se seguiram à de Seattle. À mercantilização do mundo, os cidadãos responderam inventando uma manifestação mundial por procuração
A globalização não é um fenômeno pré-determinado, e não implica em nenhuma fatalidade. Ao invés de ser dirigida pelos mercados, ela poderia abrir caminho para formas de democracia planetária que resgatem, através de soluções inéditas, a arte da associação