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Visto por seus apoiadores como “uma das únicas democracias no Oriente Médio”, o Estado israelense é cada vez mais pressionado pelo poder político e econômico de seus generais. Na Biblioteca Diplô, textos para entender esta interferência crescente.
Tão assustadora quanto o abuso sexual cometido contra uma garota de nove anos, por seu padrasto, é a posição da igreja católica, ao transferir à vítima a culpa pelo “pecado” do aborto. O irracionalismo religioso, que enxergamos nas "teocracias " do Oriente Médio, está bem perto de nós
Aproveitando-se da guinada conservadora da Igreja Católica, a instituição retratada no Código Da Vinci abandona a estratégia do sigilo e promove um esforço global de comunicação para disfarçar seus laços com a extrema-direita e valorizar o que a identifica com a "modernidade" capitalista
Uma nova Constituição, em debate, poderia substituir o laicismo de fachada — escudo para os interesses das elites e a interferência do exército na política — por uma democracia menos restrita. Mas que forças sociais poderão lutar em favor da mudança?
Os combates entre o exército e a Fatah Al Islam, que terminaram com dezenas de mortes, revelam que a rede de Bin Laden chegou à antiga "Suíça do Oriente Médio". Seria algo impossível sem a invasão do Iraque pelos EUA e a guerra perdida de Israel, em 2006
No crepúsculo da Era Bush, centenas de neo-conservadores norte-americanos embarcam num cruzeiro marítimo, durante o qual debatem o "sucesso notável" dos EUA no Iraque, a "inexistência" do aquecimento global e o "risco iminente" de dominação muçulmana sobre a Europa. Nosso repórter estava com eles
Leonardo Boff provoca: "O bispo encarna uma postura ética. O amor ao sofredor é a regra de ouro, a suprema norma de conduta". Rodrigo Guéron rebate: "o gesto moralista não questionou a obra, nem as misérias do capitalismo — mas a democracia e os desejos da multidão"
O amor ao próximo e ao sofredor é a regra de ouro, a suprema norma da conduta verdadeiramente humana — porque abre desinteressadamente o ser humano ao outro, a ponto de dar a própria vida para que ele também tenha vida
Os que apóiam Dom Cappio não podem ser de esquerda. Tornaram-se cúmplices e motores de um dos mais profundos conservadorismos brasileiros. Um esquema que glorifica exatamente aquilo que precisa ser vencido: fome, sofrimento e morte
Rotulando todo e qualquer conflito na região como um confronto global entre o Bem e o Mal, a política neoconservadora dos Estados Unidos estabeleceu vínculos antes inexistentes entre crises locais, municiou o fanatismo islâmico e criou o maior foco de instabilidade do planeta
Nas simplificações grosseiras sobre o mundo árabe, a vítima oculta somos nós mesmos. Ao projetarmos sobre o outro nossa visão de atraso, intolerância e fundamentalismo, não enxergamos como estão sob ameaça os melhores valores de nossa civilização
Imagens do pan-arabismo totalitário, uma tendência que nega o passado, a cultura e tolerância árabes – mas cresce em muitas partes do mundo, em outro sinal de que o fundamentalismo é uma das grandes ameaças à humanidade, no século 21
Tanto no Iraque quanto no Afeganistão, a rede terrorista de Bin Laden enfrenta oposição crescente de outros grupos armados árabes. Suspeita-se, ao priorizar o combate entre facções muçulmanas, ela esteja fazendo o jogo da Casa Branca
Cada vez mais influente na Al-Qaeda, doutrina prega Estados islâmicos ultra-ortodoxos, volta-se contra os árabes moderados e o xiismo e chega a relativizar combate ao ocupante estrangeiro
A derrota no conflito de 1967 transtornou o mundo árabe. É a partir dos traumas associados a ela que crescem a influência da religião, a tentação da violência, o conservadorismo moral como forma de “purificação” e os governos cada vez mais afastados de seus povos
Os islamitas tendem a obter novas vitórias, na renovação do Parlamento e na escolha do próximo presidente turco. Embora o risco de fundamentalismo seja real, a eleição pode significar uma virada, ao superar o controle do exército sobre a vida política
O risco de conflitos culturais tem ampliado, em várias partes do mundo, os casos em que se considera legítimo punir quem emite certas opiniões. Mas além de restringir uma liberdade, esta prática pode acabar premiando os defensores de teses retrógradas
Começando pela declaração Universal dos Direitos do Homem, inúmeros tratados internacionais asseguram a o direito de livre expressão. Na prática, a realidade é outra
Na virada do ano, o governo Bush abriu, no "Chifre da África", uma nova frente de sua "guerra contra o terrorismo". Mas assim como se deu em Cabul (2002) e Bagdá (2003), a tomada de Mogadíscio não resolve um problema — apenas o inicia...
Ao ressuscitar a missa em latim, o papa faz uma concessão simbólica aos católicos tradicionalistas. Mas para liquidar o impulso do Concílio Vaticano II, ele teria de investir contra valores muito mais profundos, como a liberdade religiosa, o ecumenismo e a visão positiva da humanidade
Contra todas as evidências, o governo Bush e alguns intelectuais europeus procuram identificar movimentos e governos islâmicos como próximos a Hitler ou Mussolini. Há oportunismo e planos de guerra por trás desta imprecisão
Em Burkina Faso, um dos três países mais empobrecidos do planeta, organizações sociais e autoridades desafiam preconceitos e alcançam êxitos notáveis contra prática centenária da excisão do clitóris
A Dinamarca é tudo, menos um Estado laico. Há uma religião oficial: o protestantismo luterano. Os padres são funcionários; os cursos de cristianismo, obrigatórios na escola
Centros do pensamento islâmico fundamentalista e únicas escolas acessíveis aos pobres, em muitos países, elas são vistas com freqüência, no Ocidente, como "escolas de terror". É uma visão preconceituosa
Por seus atos e omissões, as potências ocidentais lançaram ao mundo árabe, nos últimos meses, um conjunto de desafios. Tem sentido lastimarem, agora, fatos como a vitória do Hamas?
Um ano e meio após voltar ao poder, o Partido do Congresso mantém a política econômica, pouco avança nos programas sociais e vacila na cena internacional. Mas mantém o apoio da esquerda, por sua ação contra o fundamentalismo hindu e a xenofobia
Lado a lado com o repúdio à interferência externa cresce, nos países muçulmanos, o movimento em favor de mudanças democráticas
A organização poderosa que chegou a rivalizar com o poder e obter enorme respaldo popular pertence ao passado e enfrenta uma crise sem precedentes
Na Internet, nas mesquitas e nos salões islâmicos, as mulheres buscam seus espaços dentro de um “novo islamismo”, que ainda ensaia seus primeiros passos no Egito
Esta é uma modesta contribuição à guerra do Bem contra o Mal. Entre os diversos semblantes do Príncipe das Trevas, só estão os demônios que existem há muito, muito tempo, e que há séculos ou milênios continuam ativos no mundo
Apostando no comunitarismo para enfraquecer os países e as forças opostas à sua hegemonia, impondo-se como instigador e árbitro de verdadeiras guerras civis de baixa intensidade, os Estados Unidos estimulam uma desestabilização que dificilmente poderão controlar
O crescimento das denominações evangélicas no Brasil modificou o padrão dissimulado de se fazer política dentro das Igrejas, mas deve-se relativizar seu peso eleitoral e a força do “clientelismo religioso”
Diante da perda de credibilidade da Conaie, por seu apoio inicial ao presidente Gutiérrez, emerge no Equador uma nova organização, oriunda do movimento evangélico, hoje a principal voz dos indígenas
O assassinato do cineasta Théo van Gogh em novembro de 2004 provocou fortes tensões intercomunitárias e o crescimento de atos antimuçulmanos, recolocando novamente a difícil integração dos imigrantes não ocidentais nos Países Baixos
O surgimento de organizações islâmicas radicais, extremamente violentas, ganha força nas favelas abandonadas pelo Estado, onde se fabricam as condições de uma revolta desesperada
Por trás do pesadelo de Beslan, está a força mais importante da história moderna: o nacionalismo. O islamismo radical e suas novas e detestáveis formas de terrorismo são apenas instrumentos de várias lutas de libertação nacional
Fragilizada por um jogo violento travado pelas grandes potências e pela manipulação das identidades nacionais, a estratégica região caucasiana vive uma sucessão de conflitos
De Nova Iorque a Riad, a al-Quaida parece onipresente com sua política de usar a marca: a organização-mãe define o conceito e oferece sua grife aos que a tomam emprestado
Concebido como método de guerra contra o ocupante israelense no Líbano, o atentado suicida surgiu em 1982, criado pelo Hezbollah xiita libanês. De lá para abril de 2000, de 16 passou-se a 39 atentados por ano, espalhados por mais de 34 países ou zonas de crise
Vista como a principal solução para mudar uma situação social catastrófica, a ’charia`, lei islâmica implantada em 12 dos 36 Estados nigerianos em 1999, causou em toda a sociedade uma frustração e um mal-estar que pode gerar mais radicalismo religioso
Esta enorme nação africana continua difícil de decifrada para os olhos ocidentais, sobretudo depois dos atentados do 11 de setembro. Quando não é a violência, boatos e inverdades são a parte que cabe aos jornalistas que freqüentam esse país.
Discriminados e sem direitos religiosos, os xiitas sauditas vivem na principal zona de produção de petróleo do país, o que inspira neoconservadores norte-americanos a sonharem com a divisão do reino, mas não, os representantes desta minoria
Enquanto suas relações com Washington foram abaladas pelos atentados de 11 de setembro, a monarquia saudita é desafiada a enfrentar, por um lado, o islamismo fundamentalista e, por outro, as aspirações por reformas e por abertura
O surgimento de uma ’intelligentsia’ judaica neo-conservadora na década de 1970, nos Estados Unidos, propiciou uma aliança com a direita fundamentalista norte-americana. Esta união seria sacramentada e incentivada nas décadas seguintes
Diante de uma família real paralisada pela sucessão do emir, crescem no Kuait as facções políticas religiosas. Elas já reivindicam separação de sexos na universidade e incorporação da `charia’ à Constituição
O que é, como surgiu e por que avança, junto com a globalização, a corrente islâmica que rejeita qualquer influência cultural, quer impor um código de conduta único e está associada a atos violentos
Desde 1996, para evitar que a dissolução da URSS e a criação de novas repúblicas na Ásia central envolvessem o Sinkiang num efeito-dominó, Pequim redobrou as iniciativas diplomáticas em relação a seus vizinhos para conter a ameaça islâmica
A prática religiosa é fraca na Bósnia e na Albânia devido, em parte, ao passado comunista recente, mas algumas redes islâmicas mundiais interpretaram a guerra da Bósnia como um novo jihad e conseguiram se implantar permanentemente no país
Nas fitas que enviou à emissora Al Jazira, Osama bin Laden coloca-se diante de uma gruta, numa referência a Maomé expulso de Meca. Não ousa posar como Deus, mas identifica-se com o Profeta no exílio, ou com Saladino expulsando os cruzados
A utilização desordenada, como se fossem sinônimos, dos termos islã, fanatismo, terrorismo, fundamentalismo, integrismo e islamismo, suscita, no mínimo, a confusão; ou, na pior das hipóteses, um racismo antimuçulmano
Alguns intelectuais e especialistas tentam nos persuadir de que o Corão contém em si as fontes dos males dos países do islã: mergulhe nas suratas – dizem – reveladas a Maomé há cerca de 14 séculos, e você compreenderá, enfim, esse universo misterioso
Um conflitos entre a "linha dura" e os "moderados" sacode a organização que criou o Hamas e que é, desde 1928, referência para militantes islâmicos no Egito, Jordânia e Palestina
Dois anos após a eleição do presidente Mohamed Khatami, o Irã continua dividido. A essência da disputa entre reformadores e conservadores é o cenário interno, o lugar do islã e das suas relações com a política. O desfecho dessa luta determinará o futuro do país, e terá profundas repercussões em todo o mundo muçulmano.