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Num caso emblemático da crise alimentar no planeta, a alta dos preços desencadeia protestos no México, obriga o governo a subsidiar a importação e desequilibra a balança comercial. Em 14 anos, Nafta devastou a economia e obrigou milhões de empobrecidos a deixar o país
Fracassos da máquina militar dos EUA, reviravoltas no Oriente Médio, avanço da Ásia, migrações intensas e risco de catástrofe climática. Cinco anos após os atentados de 11 de setembro, multiplicam-se os sinais de que a globalização pode estar sofrendo uma mudança de rumos
Cronologia das decisões que desfizeram os acordos entre países europeus e do Caribe, e permitiram às transnacionais bananeiras controlar o mercado
Na lógica da OMC, só os preços devem regular o comércio internacional. No Caribe, isto inviabilizou a pequena produção camponesa, que assegurava ótimas condições de trabalho
Graças às regras da OMC, o Equador atende 25% do mercado mundial da fruta. Transnacionais e oligarcas controlam a produção, humilham trabalhadores e envenenam a natureza
Enquanto EUA e União Européia subsidiam maciçamente sua agricultura, o Banco Mundial desmantela os sistemas nacionais de proteção aos produtores de algodão na África
Duas propostas simples, para proteger os direitos dos agricultores (e não os do agronegócio). 1. Proibir todos os subsídios à exportação; 2. Permitir que os países estabeleçam livremente impostos de importação, em defesa do produtor nacional
Duas forças opostas estarão em choque, na conferência da OMC. O capital quer ampliar a mercantilização do mundo; mas entre as sociedades, espalha-se a resistência
Conheça o significado de alguns dos termos mais freqüentes no vocabulário da rodada de Doha
Ampliar a importação de produtos agrícolas. Mas exigir a abertura dos promissores mercados de serviços. Esta é estratégia das transnacionais do Norte, aplaudida por parte das elites e governos do Sul
Os direitos fundamentais ao trabalho, a moradia, a salário mínimo, são substituídos por quatro liberdades, também chamadas de "fundamentais": a liberdade de circulação de capitais, de mercadorias, de serviços e de pessoas
A União Européia tenta impor acordos, baseados no princípio do livre comércio, que violam a soberania e impedem a emancipação dos países africanos
Apesar das tensões geopolíticas e comerciais, a integração das economias norte-americana e européia aprofundou-se ainda mais, demonstrando sua preocupante autonomia da política. Seria o “fim da história” da democracia?
Os progressos da justiça internacional não atingem os crimes econômicos cometidos pelas empresas transnacionais que têm à sua disposição instrumentos jurídicos baseados no primado do livre comércio e Estados dispostos a se submeter a ele
Criada em 1949, uma sociedade anônima francesa de assistência ao setor algodoeiro entrou em conflito com a política neoliberal adotada pelo Banco Mundial. Embora ainda forte na comercialização, a empresa não conseguiu impedir as privatizações
Com a crise da vaca louca, a demanda por algodão – principalmente forragem, para alimentação de gado – disparou. Mas a superprodução e os subsídios aos agricultores (na Europa e nos EUA) fizeram a cotação despencar no promissor mercado africano
A cada dois anos, a reunião da conferência ministerial, instância suprema da OMC, atrai a atenção do mundo, mas é longe dos olhares dos manifestantes que se fazem as negociações que realmente interessam para os paladinos do livre comércio
Para impedir o agravamento da fome no Hemisfério Sul e a morte dos campos no Hemisfério Norte, os acordos internacionais devem ser reconstruídos sob o princípio da soberania alimentar, sem qualquer espécie disfarçada de dumping
A militarização das terras indígenas de Chiapas e dos estados de Oaxaca e Guerrero, constitui a única resposta dada à resistência que as populações fazem ao Plano Puebla Panamá e ao Nafta, que arruína a agricultura mexicana
Quando os países desenvolvidos, como a Grã-Bretanha e os EUA, ainda estavam em desenvolvimento, não implementaram nenhuma das políticas de livre comércio que preconizam. Seu avanço tecnológico foi garantido por políticas protecionistas.
Esquecida pelos historiadores modernos, a fome que devastou o chamado “Terceiro Mundo” no século 19 foi decorrência de uma combinação de catástrofes climáticas e lógica liberal de preços, que resultou no aprofundamento da desigualdade entre nações
A euforia da “melhor safra dos últimos vinte anos” transformou-se num pesadelo: o mercado oferece aos lavradores um preço que corresponde a um terço do custo de produção. E assim, a Índia consolida seu trágico lugar entre os recordistas da miséria absoluta
A “lei do mercado” – abertura ao comércio internacional, o fim dos subsídios e liberação das tarifas alfandegárias –, imposta pela OMC em seu acordo com o governo indiano, está levando ao desespero e à miséria absoluta camponeses e lavradores pobres
Balanço de 10 anos de neoliberalismo: do 60º lugar no índice de desenvolvimento humano da ONU (PNUD) em 1990, a Nicarágua passou, em 1999, para o 116º; o poder aquisitivo dos salários caiu pela metade: a dívida externa duplicou
Por uma cruel ironia da história, contras e compas (ex-combatentes sandinistas) reivindicam agora os mesmos direitos e denunciam as mesmas injustiças: não passam de vítimas da falta de reconhecimento e de uma subsistência precária
Para comentaristas e políticos do mundo ocidental, as negociações que resultaram da Conferência da Organização Mundial do Comércio em Doha “poderiam abrir caminho a um número incalculável de reformas, contribuindo para a abertura dos mercados”
As vantagens do euro são obscurecidas por grandes incertezas: custos psicológicos (aprendizado de uma nova escala de valores), de transação (aumento do tempo de atendimento, filas etc.), sociais (perigo de inflação/recessão) e aumento da exclusão
Além do tributo Tobin, dois outros impostos sobre o capital podem gerar um fundo para combater a pobreza e evitar a degradação das condições de trabalho nos países em desenvolvimento
O Estado-Nação não está morto — e a maior prova são os EUA, que continuam moldando a globalização segundo seus interesses. Para enfrentar a hegemonia norte-americana, a saída é propor, como alternativa ao livre comércio, a ampliação dos direitos sociais
Como hoje, também na Inglaterra do século XIX a "liberdade" dos mercados foi assegurada pela intervenção estatal e pela concentração do poder nas mãos de uma grande potência
Para muitos governos do Sul, abrir os mercados agrícolas dos países ricos seria a chave para um novo ciclo de progresso. Na prática, a medida pode beneficiar apenas as multinacionais
A introdução de cláusulas sociais e ambientais no comércio internacional pode ser uma alternativa para evitar que os países do Sul continuem submetidos às transnacionais
Graças às ONGs e aos movimentos sociais, o neoliberalismo sofreu em Seattle sua primeira grande derrota. É hora de avançar, propondo uma ordem internacional baseada não nos mercados, mas na democracia e na solidariedade.
Além da pressão dos manifestantes, e das divergências entre os ricos, destacou-se em Seattle a posição corajosa de países como Gana, Guiana e Madagascar, que denunciaram o caráter excludente e antidemocrático do teatro encenado pela OMC
Por que não criar, em escala planetária, a ONG Ação pela Taxa Tobin de Ajuda aos Cidadãos (ATTAC)? Em conjunto com os sindicatos e entidades culturais, sociais ou ecológicas, ela poderia agir como um formidável grupo de pressão cívica.